TURMA DO PETRÓLEO

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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Requisitados, mas difíceis de encontrar

21 de outubro de 2013 

Estratégico, que apresente resultados, tenha networking e domínio da atividade a ser desenvolvida. “Esse é o perfil do profissional que a maioria das empresas procuram e têm dificuldades de encontrar”, diz o diretor da empresa de recrutamento e consultoria Page Personnel, Roberto Picino.
Com essas habilidades, existem sete cargos com maior dificuldade de contratação, De acordo com um estudo realizado pela consultoria. São eles: analista sênior/especialista de supply chain, arquiteto de sistemas, executivo de vendas hunter sênior, analista de pricing (mercado de bem de consumo), analista de custos, coordenador de universidade corporativa e especialista de projetos.
Picino conta que a consultoria recoloca em média 300 profissionais por mês e em uma análise do dia a dia do recrutamento perceberam um grau de dificuldade maior para recolocar profissionais nesses postos. “O tempo médio para contratação de um profissional é entre 30 e 40 dias e percebemos que para essas funções a colocação pode demorar até 120 dias”, diz. Ou seja, são profissionais muito procurados, mas com dificuldades de serem encontrados.
A partir dai a Page decidiu fazer um levantamento desses cargos e saber as exigências das empresas. “Conseguimos entender o nível de detalhamento das funções e quais eram as especificidades do mercado para ocupar esses postos”, conta.
Picino esclarece que, para esses cargos, as companhias buscam um profissional já pronto para assumir as funções. “Não querem alguém para treinar, querem que traga resultados imediatos para o negócio, que conheça especificamente um determinado produto, serviço ou área”, diz.
Leônidas. Carreira na área de supply chain (Imagem: Divulgação)
O engenheiro mecânico Paulo Leônidas, de 43 anos, hoje é diretor de supply chain na linha de não alimentos do Grupo Pão de Açúcar. Um dos cargos destacados no levantamento é o de analista sênior, especialista nessa área, função na qual ele já esteve durante sua carreira. E entende bem as exigências da função.
“Comecei como estagiário e vi nascer o conceito de supply chain, integrando as áreas de logística, com suprimentos e compras”, conta. Antes de chegar ao Pão de Açúcar, em 2010, Leônidas passou por empresas como Danone, Vigor, Nestlé e Coca-Cola. “Também fui analista, especialista, coordenador, gerente até chegar a diretor, sempre na área de supply.”
Movimento
Ele reconhece que ter passado por diferentes cargos e ter conhecido as áreas de compras, suprimentos, planejamento foi importante para o sucesso na carreira.
“Para trabalhar nessa área é preciso ser estratégico e saber atuar em diversos papéis com várias áreas, pois o supply está na espinha dorsal das operações da companhia, coordenando pedidos e entregas. Também precisa ser criativo e corajoso para arriscar e, muitas vezes, antecipar comportamentos do mercado”, diz.
Para melhorar sua atuação e se desenvolver, ele fez cursos de pós-graduação em administração industrial e de gestão de pessoas. “Há 20 anos não havia a preocupação de gerenciar pessoas, era um trabalho mais técnico. Hoje, é preciso pensar na qualidade de vida, produtividade e retenção de funcionários. É o diferencial da função.”
Como diretor, tem cerca de mil pessoas de diferentes níveis sob seu comando. “Para crescer na carreira é preciso subir degrau por degrau. Nenhum profissional nasce diretor, o resultado é o esforço de uma vida inteira”, diz.
Inovar e criar metodologias
Outra função destacada na pesquisa é de coordenador de universidade corporativa. Um cargo ligado ao RH das empresas, que precisa de um profissional detentor de conhecimento desse setor.
Heloisa Granja, de 28 anos, entrou na Whirlpool em 2011 como trainee. Teve como incumbência tocar o projeto da universidade corporativa da companhia. “Quando recebi o plano, a primeira coisa que pensei é que era uma loucura, uma ousadia. Mas fiquei feliz porque a empresa me confiou a proposta. Então fui investigar o mercado, entender a proposta de uma universidade corporativa e como se dava seu funcionamento.”
Heloisa. De trainee a coordenadora da UC da Whirlpool (Imagem: Divulgação)
A UC Whirlpool foi lançada em março deste ano. Hoje, ela é analista sênior de recursos humanos Latin America e coordena a universidade. Para a função, a jovem destaca a necessidade ter visão estratégica.
“Preciso enxergar o presente e o futuro e ter um pensamento inovador para entender os temas e as necessidades da companhia, a fim de criar metodologias e colocá-las em prática”, afirma Heloisa.
Coordenador de universidade corporativa deve ir além do RH
Glaucimar Peticov, de 50 anos, é diretora de RH do Bradesco e coordenadora da universidade corporativa (Unibrad). No banco desde 2003, ela foi responsável pela área de treinamento e com o plano para criar a unjiversidade corporativa, ela assumiu o projeto.
Ela é formada em psicologia, tem especialização, MBA e pós-graduação em negócios e recursos humanos em universidades nacionais e internacionais. “Minha bagagem profissional em RH e conhecimento na área de negócios me deu experiência para coordenar a universidade corporativa”, diz.
A diretora de RH passou um ano e quatro meses na formulação do projeto, que foi formatado pela especialista em educação corporativa e coordenadora do curso na Fundação Instituto de Educação (FIA), Marisa Eboli.
Segundo Marisa, 90% de um projeto de universidade corporativa começa pela área de RH. “Normalmente a área quer rever seu centro de treinamento e transformá-lo em uma universidade corporativa, um processo que não é só mudar o nome, não é somente um rótulo. Significa realmente rever todo seu centro de treinamento e estruturá-lo a partir do sistema de competências da empresa”, diz.
Glaucimar mostra-se bastante orgulhosa do trabalho desenvolvido na Unibrad. <IP9,0,0>“Eu tenho característica empreendedora, de assumir desafios. Eu acredito também na capacidade de saber ouvir e entender as demandas do mercado e do time.”
                  Glaucimar. Diretora de RH e coordenadora da Unibrad (Imagem: Divulgação)
Ela também acredita que para atuar na área de recursos humanos e educação corporativa é preciso sair do mundo de RH e ter uma visão mais ampla do mundo dos negócios.
Outra competência destacada por ela – que declara ser apaixonada pelo trabalho realizado – é a versatilidade e o serviço. “Para alcançar os objetivos é preciso servir, este é o verbo.”

Maldição do petróleo ameaça venezuelanos

08 de outubro de 2013  -CENÁRIO: Christian Science Monitor
A dispersão dos recursos provenientes do petróleo deixou a economia da Venezuela em frangalhos, embora seus líderes coloquem nos EUA a culpa pela situação de sua economia. Outros países com grandes reservas aprenderam a se esquivar da "maldição do petróleo" e Caracas poderia seguir na mesma direção.
Entre os poucos países abençoados com grandes quantidades de petróleo em seu território, a Venezuela é um exemplo lamentável do que não se deve fazer com uma abundante riqueza natural. Produtos de primeira necessidade são escassos, a inflação explode e os apagões são comuns. Filas de pessoas em busca de vistos para sair do país são longas.
Em vez de mudar e investir os seus petrodólares para um período de escassez de óleo, o presidente Nicolás Maduro recorreu a uma velha artimanha usada por Hugo Chávez, seu predecessor. Inventou um inimigo do Estado para desviar a atenção da sociedade da corrução e da má condução do governo. Expulsou três diplomatas americanos, acusando-os de complô para sabotar a economia.
O mau uso das benesses temporárias provenientes do petróleo e outros minérios é similar ao fenômeno comum dos ganhadores de loterias que logo acabam falindo. Nações como Noruega, Botswana, Chile e Canadá adotaram alguns princípios básicos para ampliar os ganhos obtidos com a exploração dos seus recursos naturais.
Em primeiro lugar, são transparentes quanto ao destino do dinheiro, o que exige um certo compromisso com a democracia. Em segundo lugar, a riqueza é distribuída de modo equitativo, especialmente para as futuras gerações, e não é canalizada secretamente para uma elite bem relacionada. E, em terceiro, procuram duplicar a riqueza investindo os recursos em educação, novos empreendimentos e infraestrutura.
À medida que mais países exploram novos depósitos de gás e petróleo, especialmente em formações betuminosas, eles começam a aprender qual a melhor maneira de reciclar os ganhos obtidos. A orientação, com frequência, parte de grupos privados e de organizações globais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Muitos países com recursos naturais de grandes proporções, especialmente no Oriente Médio, não são democráticos. Os economistas discutem se é a riqueza de recursos ou a história de cada uma deles que explica isso. A riqueza não teria um efeito corrosivo se mais países adotassem práticas básicas, como abertura, uma poupança prudente e liberdade política.
A Venezuela não precisaria transformar os EUA num espantalho se começasse a entender que a maldição do petróleo é algo que um país cria sozinho.
/ TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTIN
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'Explorar petróleo no Ártico é criminoso'

Para diretor-executivo do Greenpeace, prisão dos ativistas não desativará os protestos

20 de outubro de 2013-LAURA GREENHALGH - O Estado de S.Paulo
Quando o Skype conecta o entrevistado, nas primeiras horas do dia em Amsterdã, na Holanda, ele pede desculpas pela aparência. Tem dormido pouco e trabalhado além do limite físico. Há um mês não faz outra coisa senão lidar com a prisão de 28 ativistas do Greenpeace em uma cadeia de Murmansk. O sul-africano Kumi Naidoo, de 48 anos, número 1 da organização ambiental, anda preocupado com a situação dos colegas. Vê intransigência em autoridades russas, ainda que líderes como o presidente Vladimir Putin e o primeiro-ministro Dmitri Medvedev rejeitem a acusação de pirataria imputada ao grupo. "É absurdo. Nós nos preparamos para enfrentar as consequências dos atos, mas que haja proporcionalidade entre o que fazemos e do que nos acusam", diz em entrevista exclusiva ao Estado.
Em nenhum momento Naidoo nomeia os presos - entre eles, a bióloga brasileira Anna Paula Maciel. Fala de todos coletivamente e defende a "desobediência civil pacífica" como arma da organização. Tornou-se fonte de inspiração para milhares de ativistas do Greenpeace, cuja capilaridade pelo mundo constitui fenômeno à parte no ambientalismo. Este líder modelo tem disposição para o ataque, mas sabe fazer ativismo de salão, tendo sido ouvido na ONU e no Fórum Econômico Mundial, em Davos.
Kumi Naidoo debutou na militância contra o apartheid em seu país. Com Mandela livre e no poder, ajudou a montar a ala jovem do Congresso Nacional Sul-africano. Depois, foi se especializando em protestos de massa contra a pobreza da era da globalização. Em 2009, quando participava de uma greve de fome pelo Zimbábue, foi procurado pela direção do Greenpeace, que o convidava a entrar num processo de seleção para o seu mais alto posto. Aceitou o desafio a pedido da filha. "Ela me animou, seria a chance de atuar numa organização que não fica falando, falando...aqui se faz". No ano passado, Naidoo fez barulho no Ártico. Subiu no bote para protestar contra a exploração de petróleo numa região que classifica como "santuário global". Há um mês não estava lá para ser preso. Mas avisa que não vai desistir dessa guerra.
Qual é a situação dos presos? 
É séria. No início, foram mandados para lugares distintos, depois reunidos numa só prisão. Enfrentaram condições muito duras em termos de comida, água, cobertores. Agora estão autorizados a receber cartas da família, há momentos em que se encontram fora das celas, mas, na maior parte do tempo, permanecem solitariamente confinados. Por horas e horas, ao longo de todos esses dias.
E o que o Greenpeace vem fazendo?Recorremos das acusações e pedimos a libertação imediata do grupo. Contudo, na terça-feira, esses recursos foram julgados e negados, o que me preocupou. Há fatos novos. O governo holandês entrou com uma representação questionando a legalidade de prisões em águas internacionais, tomando como base a Convenção do Mar do Norte. Isso vai ser apreciado na próxima segunda, numa corte de arbitragem em Hamburgo. Tecnicamente, eu deveria esperar uma solução positiva. Mas tenho dúvidas. Essa situação ainda pode levar um par de semanas ou um par de meses. Difícil prever o desfecho.
As autoridades russas jogam duro?Sim e não. O Conselho de Direitos Humanos, órgão do governo russo, vem contestando o processo e vai pedir que os ativistas sejam alvo de acusações adequadas. Pode-se até discutir uma acusação de tentativa de invasão da propriedade alheia, mas não de pirataria. Veja bem, nós não pretendemos estar acima da lei. Mas não queremos estar fora dela tampouco. Acreditamos no poder da desobediência civil pacífica, inspirados em momentos da História em que essa tática foi utilizada - na luta contra o colonialismo, a escravidão, o apartheid. A desobediência civil pacífica é uma arma legítima, usada por mulheres e homens quando dizem "agora, basta, isso não dá mais". Gandhi, Luther King ou Mandela, cujas lutas hoje incorporamos e celebramos, fizeram uso dela. E nos ensinaram: quando existem leis injustas ou injustiças protegidas por leis, é preciso reagir.
Seria este o motor da campanha "Save de Arctic", do Greenpeace? A exploração de petróleo no Ártico não é só injusta, mas criminosa. Então desafiamos leis e acordos que justifiquem essa atividade. Temos a responsabilidade moral de fazer isso. Agora, somos uma organização consciente dos riscos que corre e nos preparamos para arcar com as consequências. Não vamos fugir do julgamento, só exigimos julgamento justo. Como disse o sr. Medvedev, falando pelo Conselho de Direitos Humanos, acusar o Greenpeace de pirataria e de formação de gangue, com intuito de sabotar plataforma de petróleo, é absurdo. Até o presidente Putin não vê sentido nisso. Espero que o bom senso prevaleça. E que sejamos acusados na proporção do que fizemos.
Como calcular essa proporção?Fizemos uma ação visando a chamar a atenção do mundo para o seguinte problema: vazamento de óleo no Ártico é dano irrecuperável. Subimos em botes de borracha, num grupo de não mais de dez pessoas, para pacificamente hastear faixas e cartazes lembrando que uma catástrofe ali é iminente, há risco real. Mas os executivos da (companhia russa depetróleo) Gazprom preferiram inverter as coisas e nos acusar de colocar em risco a plataforma. Em nenhum momento quisemos protestar na plataforma, não é do nosso interesse. Queremos ficar do lado de fora. Então, colocamos o quê em risco? Ora, risco é o que estão fazendo por lá. Convido os seus leitores a pensar no que representa para todo o planeta uma atividade que provoca a formação de milhares de imensas placas de gelo, que se deslocam num lugar de remoto acesso, onde as condições para operar uma plataforma são as mais precárias que se possa imaginar. Isso é risco.
Você já fez protestos na região?
Sim. No ano passado fiquei naquelas águas por sete dias. Equipes de segurança da plataforma passaram o tempo todo provocando a guarda costeira russa, dizendo que os guardas deveriam nos prender. Mas eles viram que estávamos protestando pacificamente, não ameaçávamos nada. Ficaram nos observando três, quatro dias. Quando decidimos sair da área, daí eles nos perguntaram: e agora, para onde vão? Dissemos que iríamos à Noruega, depois ao Polo Norte, mas o fato é que não costumamos antecipar nossas ações. Não sei como explicar por que o relacionamento com as autoridades costeiras russas mudou tão drasticamente nos últimos 12 meses.
Qual é a influência das companhias de petróleo no jogo com as autoridades?Seja na Rússia, no Canadá ou nos Estados Unidos, sempre nos deparamos com o poder excessivo das gigantes do óleo, gás e carvão. São poucas companhias ao todo, mas capturam e manobram governos segundo seus interesses. Costumo dizer que os EUA são a melhor democracia que o dinheiro pode comprar. Lobbies empresariais atuam junto ao meio político americano. E, dentre eles, os mais ferozes hoje são os das empresas poluidoras. Mobilizam equipes financeiras num corpo a corpo com cada representante do Congresso, para garantir que as leis da energia fóssil tramitem sem obstáculos. Na Rússia, a situação é diferente. A Gazprom foi uma estatal, não está bem claro onde terminam os interesses do governo, onde começam os da iniciativa privada.
Diz-se que as companhias russas são mais atrasadas do ponto de vista tecnológico.Sim, o que só aumenta o risco de catástrofe ambiental. A Gazprom está drenando on shore neste momento. Ou seja, faz uma extração mais simples do que a offshore. E já ocorrem vazamentos pelo uso de 40 bombas obsoletas. Ou seja, usam equipamento velho, adotam práticas ruins, numa plataforma que não passa de um amontoado de peças de plataformas desativadas no Mar do Norte. Peças até cobertas de ferrugem!
Qual é o risco ambiental maior?
Num lugar daqueles, em que seis meses do ano, ou até mais, o oceano permanece congelado, a extração de óleo acaba ocorrendo de maneira intensiva no verão. E é feita com equipamentos velhos, vazamentos frequentes, derretimento de placas que não deveriam derreter. Daí, quando chega o inverno, toda essa bagunça é novamente congelada por um longo período. Assim, não há renovação da natureza, só destruição.
O que dizem os cientistas disso?
Há pesquisas em duas frentes: sobre o Ártico em si e sobre o Ártico no contexto da mudança climática. O Painel Intergovernamental de Mudança Climática da ONU (IPCC, na sigla em inglês) há duas semanas tornou público um relatório que reforça a visão do Greenpeace. A conclusão é a seguinte: há consenso científico de que 75% das reservas conhecidas de carvão, óleo e gás no planeta precisam ficar exatamente onde estão, se quisermos evitar uma catástrofe climática de escala planetária. Mas o IPCC é composto por governos, portanto, é um corpo conservador que acabará propondo medidas restritas, mesmo diante de evidências da ciência. Há até cientistas russos apoiando nossa posição no Ártico, ou seja, de que é preciso declarar a região santuário global, protegendo-a como se faz com a Antártida.
Existem consensos, mas não unanimidade entre os cientistas.
Existem cientistas trabalhando para companhias poluidoras, o que os torna ambíguos em relação aos riscos. Assim como existem cientistas independentes, insistindo que os danos serão irreversíveis. Que não vai dar para limpar o estrago. Também existe um consenso da ordem de 98% dos estudos feitos, reiterando que a mudança climática é real, vem se acelerando e ameaça a vida no planeta. Vamos continuar colocando isso em dúvida? O planeta em si não é o problema, porque ele vai mudar com o clima. Muda o solo, mudam os oceanos, mudam as estações. A dúvida é sobre a capacidade humana de coexistir com esse planeta em mutação, por séculos e séculos à nossa frente.
O Brasil tem um programa ambicioso de exploração de petróleo. Ele está no alvo do Greenpeace?
Como já disse, nunca antecipamos nossas ações. O que posso dizer é que atuamos em escala global, para desencorajar governos de investir em energia fóssil e poluidora. O Brasil tem a oportunidade histórica de se converter num líder global no setor da energia renovável. Não tenho dúvida de que já estamos passando de uma economia suja, marrom e fóssil, para uma economia limpa, verde e renovável. Basta ver como os investimentos nesse setor vêm crescendo.
O que forçará a mudança: os imperativos econômicos ou a consciência ambiental fortalecida?
Para muita gente no planeta, já é tarde para reagir... Segundo a Fundação Kofi Annan, 500 mil mortes anuais são causadas por alterações do clima. Em Darfur, a perda da terra levou à falta de comida que, combinadas, levaram ao genocídio. É isso o que se quer? Não há lugar para otimismo e não temos muito tempo para repensar nosso sistema energético, reduzir as emissões de carbono e gerar milhões de empregos numa economia sustentável, que leve em conta a vida das pessoas. É completamente injusto que comunidades pobres sejam hoje as mais penalizadas pelas emissões de carbono dos países ricos. Elas pagam um preço mais alto por isso, mas somos todos afetados
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domingo, 6 de outubro de 2013