TURMA DO PETRÓLEO

TURMA DO PETRÓLEO

sexta-feira, 15 de março de 2013


Vallourec consolida parceria de 60 anos com Petrobras e se prepara para os desafios do pré-sal

Fabricante francesa de tubos de aço fala sobre seus planos para indústria de O&G
NNpetro – Júlia Moura -
Em entrevista ao NNpetro e Turma do Petróleo, a fabricante francesa de tubos de aço fala sobre o novo centro de pesquisa e desenvolvimento no Parque Tecnológico do Rio de Janeiro, além da renovação de contrato para o fornecimento de tubos sem soldadura com matizes de aço e conexões de última tecnologia à Petrobras.
O diretor-presidente da Vallourec, Philippe Crouzet, diz que a renovação do principal contrato com a Petrobras é uma etapa no fortalecimento de uma parceria que já dura 60 anos. A V&M Brasil explica que a Petrobras utilizará seus produtos offshore para suas operações de exploração de petróleo e gás, em particular nos campos de pré-sal. "A Vallourec consolida sua liderança mundial no fornecimento de produtos tubulares petrolíferos premium", afirma Crouzet.
1X) NNpetro - A Vallourec anunciou no começo do ano a renovação de contrato com a Petrobras. Qual a importância deste contrato para a empresa? Qual foi o investimento feito em tecnologia nos últimos anos? Os produtos serão usados na área do pré-sal?
V & M do BRASIL - Trata-se de um contrato de cinco anos para fornecimento de produtos premium OCTG (Oil Country Tubular Goods) a operações da Petrobras, incluindo tubos sem costura, graus de aço e conexões com tecnologia de ponta. Esses produtos serão usados na exploração e produção offshore de petróleo e gás, incluindo o imenso reservatório dos campos de pré-sal.
Com esse contrato, a Vallourec consolida sua liderança mundial no fornecimento de produtos tubulares petrolíferos premium. A renovação do contrato com a Petrobras é uma etapa importante da colaboração da VMB, que remonta há 60 anos. Isso demonstra a confiança depositada na siderúrgica pela Petrobras. A VMB é reconhecida pelo fornecimento das mais avançadas soluções tubulares premium e por apoiar a petrolífera com a capacidade de inovação para enfrentar os desafios da exploração do pré-sal.
2X) NNpetro - Quais os desafios do pré-sal? Quais são os avanços tecnológicos na produção de tubulações para exploração de petróleo? O pré-sal gerou a necessidade de novos tipos de produtos? Como eles são utilizados pela indústria de O&G?
Os campos brasileiros do pré-sal combinam vários desafios adicionais além da própria camada de sal: poços com profundidades de até 7.000 metros, em águas ultraprofundas com até 2.000 metros entre a superfície e o fundo do mar, corrosão ácida causada pelos contaminantes H2S e CO2 e temperaturas e pressões tendendo a condições de alta pressão/alta temperatura em determinadas áreas. A associação de todos esses parâmetros tem um impacto importante sobre os modelos de exploração e sobre os requisitos para o material dos produtos tubulares petrolíferos capazes de suportar essa combinação de restrições mecânicas, corrosivas e térmicas. A Vallourec, por meio de seus recursos de inovação sustentada, pode atender a todas essas necessidades tecnológicas e fornecerá à Petrobras os tubos sem costura mais avançados para serviços em ambientes ácidos, utilizando materiais de alta liga, além da mais recente e avançada conexão.
3X) NNpetro - A Vallourec abrirá em 2013 um novo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, no Parque Tecnológico do Rio de Janeiro, e ampliará suas instalações atuais de Pesquisa e Desenvolvimento, localizadas em Belo Horizonte, Minas Gerais. O que o mercado pode esperar destes investimentos? Qual a previsão de abertura? Qual o volume de mão de obra será necessário nos dois centros de pesquisa?
A VRRJ terá como foco principal a realização de pesquisas sobre o pré-sal, além da criação de projetos voltados para o desenvolvimento do uso de tubos e produtos tubulares com fins estruturais, automobilísticos, de transportes e robótica. Também irá otimizar o modelo energético e tecnologia ambiental. A Empresa terá a cooperação de grupos de pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e poderá estreitar e dinamizar sua interação com a comunidade científica nacional.
A previsão é que as atividades sejam iniciadas ainda no primeiro semestre de 2013. Existem mais de 500 pessoas nas áreas de pesquisa do Grupo Vallourec no mundo, desses 74 estão Brasil, sendo 11 phd’s e 13 mestrados.
4X) NNpetro - O produto com nacionalização (conteúdo local) consegue ser competitivo com os demais mercados? A Vallourec tem conseguido cumprir com os índices de conteúdo local?
A V & M do BRASIL vem trabalhando com a Petrobrás desde o princípio de ambas as empresas. Isso demonstra que a V & M do Brasil consegue cumprir com as demandas locais. Além da Petrobrás, a empresa também atende a outros clientes de óleo e gás, nacionais e internacionais, como Shell, OGX, Repsol e outros.
5X) NNpetro - A demora do Governo em conceder novas licitações de exploração de petróleo e gás atrapalhou os planos da Vallourec? Houve queda da demanda em 2012? O anuncio da 11ª rodada de leilões da ANP deixou o setor mais otimista? Quais é a expectativa para as novas áreas do pré-sal, além dos desafios da Margem Equatorial?
É política da empresa não comentar sobre licitações, expectativas, resultados e mercado

Mendes Júnior oferece vagas de estágio em engenharia civil

Estar cursando o 7º período é um dos pré-requisitos
Redação NNpetro - 
 A Mendes Júnior é uma empresa que atua desde 1953 no mercado de construção no Brasil e no exterior, desenvolvendo projetos nos mais diversos segmentos da construção onshore e offshore.


Os pré-requisitos para concorrer às vagas são: está cursando o 7º período, ter inglês e pacote Office avançado.A bolsa auxílio oferecida é compatível com o mercado e os benefícios são: plano de saúde, vale trasporte, seguro de vida.

Extração de gás de xisto atrai cada vez mais investimentos

Schlumberger Ltd., Halliburton Co. e Baker Hughes Inc.aumentaram em 24% seus orçamentos de P&D
Fonte: The Wall Street Journal, Russell Gold - 
A indústria petrolífera está aumentando seus investimentos em pesquisa com a esperança de tornar mais fácil e barata a extração de petróleo e de gás natural das formações de xisto e dos campos de águas profundas, ampliando e acelerando o boom energético nos Estados Unidos.
As maiores empresas de serviços petrolíferos - Schlumberger Ltd., Halliburton Co. e Baker Hughes Inc. - aumentaram em 24% seus orçamentos de pesquisa e desenvolvimento entre 2010 e 2012. Juntos, eles somaram US$ 2,1 bilhões no ano passado.
Nos últimos anos, essas empresas, que prestam vários tipos de serviços de exploração, têm se tornado os principais motores de P&D na indústria de petróleo, ultrapassando os gastos de petrolíferas como a Chevron Corp. e a Royal Dutch Shell PLC.
A busca por novas fontes de combustíveis fósseis tem levado as empresas do setor para regiões marítimas de águas mais profundas e para densas formações de xisto, ambas caras de se explorar.
Muitas das pesquisas dessas companhias de serviço se concentram em entender melhor as rochas de xisto argiloso (também chamadas de folhelho no Brasil) e desenvolver mecanismos mais avançados para obter mais petróleo e gás dessas formações.
Dez anos após ter começado a exploração de xisto em larga escala, a indústria está perfurando milhares de poços por ano na Pensilvânia, Texas, Luisiana, Ohio, Oklahoma e Dakota do Norte, além de estar testando outras formações de xisto na Califórnia e no Mississippi.
Agora, mesmo com a perfuração horizontal e o fraturamento hidráulico (conhecido como "fracking" nos EUA), os novos poços de xisto conseguem extrair apenas um pequeno percentual do petróleo e gás aprisionado nos pequenos poros da rocha, deixando mais de 75% para trás.
"Entre 2004 e 2012, o desenvolvimento do xisto era, basicamente, bater com uma grande marreta e ver o que saia", diz Richard Spears, vice-presidente da Spears & Associates uma firma de Tulsa, em Oklahoma, que monitora os gastos no setor.
"A questão agora é quem pode fazer isso melhor e otimizar o processo. O xisto não é como os oleodutos, que funcionam para tudo e todos", disse ele, destacando o uso de técnicas de fraturamento de diferentes escalas e intensidades nas formações de xisto.
Equipamentos
Avanços na perfuração podem significar que o crescimento do setor de energia norte-americano, que viu a produção de gás natural subir 19% e a de petróleo, 37% nos últimos cinco anos, pode ganhar um novo impulso com equipamentos melhores.
"Estamos na aurora de uma nova era, então agora toda a indústria está começando a buscar esse recurso e tentando descobrir formas de extrair a maior quantidade possível de petróleo e gás desses lugares", diz Dan Hill, que lidera o departamento de engenharia de petróleo da Universidade A&M, do Texas.
Ele disse que pequenos avanços nas técnicas de fraturamento hidráulico, nas quais água, areia e produtos químicos são injetados nos poços sob pressão para romper rochas muito abaixo da superfície terrestre, podem resultar em lucros significativos para as empresas de petróleo e combustível adicional para os mercados mundiais.
Uma nova técnica envolve uma alteração da ordem em que zonas diferentes de cada poço são fraturadas, de modo a causar um impacto na rocha que faça aumentar a produção. Outra consiste em adequar a química dos fluidos à formação de xisto sendo perfurada.
Técnicas para perfuração
As empresas de serviço de petróleo também estão pesquisando técnicas para melhorar a perfuração e produção em águas profundas. A Schlumberger, que tem desenvolvido novas tecnologias para o setor desde 1927, apresentou recentemente o que afirma ser um dos maiores projetos de engenharia da sua história. O IsoMetrix é uma nova ferramenta para usar ondas sísmicas com precisão para localizar reservas em águas profundas.
A porta-voz da Halliburton, Beverly Stafford, disse que a principal meta da companhia é ajudar as petrolíferas a ter mais acesso "a novas descobertas de hidrocabornetos e a maximizar o valor dos seus ativos".
A companhia está trabalhando na exploração de xisto e de águas profundas, assim como no aumento da produção em campos maduros de petróleo e gás que estão há anos produzindo

Biodiesel: qualidade e controle do combustível que tem despertado o interesse do mundo

Descoberto em 1977, o biodiesel vem ganhando espaço no mercado mundial
Colaboradora Rachel Ann Hauser Davis - 
O biodiesel, combustível alternativo, foi descoberto em 1977 a partir do óleo de algodão e, em 1980, teve registrada a sua primeira patente mundial. Os biodieseis são combustíveis produzidos a partir de fontes renováveis (produtos vegetais ou compostos de origem animal), que substituem total ou parcialmente o óleo diesel de fonte mineral (petróleo).
O biodiesel, porém, pode conter certos metais em sua composição, e a presença destes acima dos limites permitidos na especificação de cada tipo de óleo pode comprometer a qualidade do combustível, promovendo, por exemplo, a formação de depósitos que danificam o sistema de injeção dos motores.
Os principais metais em biodiesel e coprodutos são o sódio, potássio, magnésio e cálcio; fósforo (biodiesel); cobre, níquel, ferro, zinco e cádmio (óleos vegetais, biodiesel e coprodutos); e arsênio e silício (óleos vegetais e biodiesel).
O grupo de sódio, potássio, magnésio e cálcio são provenientes dos catalisadores empregados no processo de produção de biodiesel, e provocam a formação de sabões insolúveis que implicam na formação de depósitos, assim como a catalisação de reações de polimerização indesejadas.
O seu limite, de acordo com as normas brasileiras, é de 5mg/kg. Já o cobre, níquel, zinco, ferro e cádmio também estão sendo investigados em amostras de óleos vegetais, biodiesel e coprodutos. Nos óleos vegetais, o cobre e o ferro usualmente são provenientes das superfícies metálicas ou de frascos de estocagem (tanques, barris, etc). Ainda não há um limite de concentração para estes elementos na especificação atual do biodiesel.
O fósforo é oriundo principalmente da matéria-prima e eventualmente de resíduos do ácido fosfórico utilizado na neutralização. Pode danificar os conversores catalíticos empregados em sistemas de controle de emissão veicular. O limite permitido é de 10 mg/kg. Com relação ao arsênio e silício, a presença destes elementos em biodiesel ainda não foi reportada. A determinação destes é realizada principalmente em amostras de óleo vegetal.
O arsênio pode estar presente nos óleos vegetais devido à absorção do solo pela planta, ou pode ser incorporado durante a produção, ou estocagem do biodiesel. Fertilizantes e inseticidas também são potenciais fontes de arsênio. O limite permitido pela ANP (Agência Nacional de Petróleo) é de 5 mg/kg.
Como cada vez mais surgem novos e fortes estímulos para o desenvolvimento de tecnologias de produção deste produto, e o Brasil atualmente é um dos maiores produtores de biocombustíveis no mundo – é esperado, por exemplo, que este ano a frota de automóveis movidos a biocombustíveis chegue a 15 milhões de unidades –, é fundamental a necessidade do monitoramento destes metais. O país tem se tornado um pioneiro neste tipo de controle de qualidade.
A autora
Rachel Ann Hauser Davis é bióloga, Doutora em Química Analítica pela PUC-Rio e professora e pesquisadora da UNICAMP. Faz parte do GEPAM - Grupo de Espectrometria, Preparo de Amostras e Mecanização


Gelo de fogo: energia para o Japão

País se torna primeiro a extrair metano do fundo do mar
Fonte: O Globo -
O Japão anunciou ontem ter conseguido, pela primeira vez, extrair gás de um depósito marinho de hidrato de metano — também chamado de "gelo inflamável". Para autoridades e especialistas, um passo importante em direção a uma promissora, mas ainda pouco compreendida, fonte de energia, sobretudo no que diz respeito a sua contribuição às mudanças climáticas, segundo matéria publicada no jornal New York Times.
O gás que foi extraído de hidrato do metano submarino pode ser uma fonte alternativa de energia para conhecidas reservas de petróleo e gás natural. Isso poderia ser crucial, especialmente para o Japão, que é o maior importador mundial de gás natural liquefeito e está envolvido em um angustiante debate público sobre a forte dependência do país de energia nuclear.
Especialistas estimam que a quantidade de carvão encontrada em hidratos de gás em todo o mundo é pelo menos o dobro da quantidade de carvão presente em todos os combustíveis fósseis do planeta, tornando-se um fator potencial para mudar o jogo de países pobres em energia, como o Japão. Pesquisadores já haviam extraído com sucesso gás em reservatórios de hidrato de metano em terra, mas não a partir do leito marinho, onde a maior parte dos depósitos estão.
O Japão tem investido centenas de milhões de dólares, desde o início os anos 2000, para explorar as reservas de hidrato de metano do mar, tanto no Pacífico quanto no Mar do Japão. A ideia ganhou ainda mais força depois da crise nuclear de Fukushima, que paralisou o programa de energia nuclear do Japão e provocou um aumento das importações de combustíveis fósseis.
O ministério japonês da Economia, Comércio e Indústria disse que uma equipe a bordo do navio de perfuração experimental científica Chikyu começou a extração de gás de hidratos de metano de uma camada de cerca de 300 metros abaixo do leito do mar, na manhã de ontem. O navio está trabalhando na perfuração desde janeiro em uma área do Pacífico com cerca de 1.000 metros de profundidade e a 80 quilômetros ao sul da Península Atsumi.
Com equipamentos especializados, a equipe baixou a pressão nas reservas submarinas de hidrato de metano, causando a separação entre metano e gelo. Horas mais tarde, uma ruptura na popa do navio mostrou que estava sendo produzido gás, informou o ministério.
— O Japão poderia, finalmente, ter uma fonte de energia para chamar de sua — disse Takami Kawamoto, um porta-voz da Corporação Nacional Japonesa de Óleo, Gás e Metais (Jogmec), estatal que conduz a extração experimental.
A equipe vai continuar o processo por cerca de duas semanas, antes de analisar a quantidade de gás que foi produzido, informou a Jogmec. O Japão espera tornar a tecnologia de extração comercialmente viável em cinco anos.
— Esta é a primeira produção experimental de gás a partir de hidrato de metano, e eu espero que sejamos capazes de confirmar a produção estável de gás — disse Toshimitsu Motegi, ministro do Comércio japonês.
Ele reconheceu que esse processo de extração ainda enfrenta obstáculos técnicos e outros problemas. Ainda assim, “o gás de xisto já foi tecnicamente considerado difícil de extrair, mas agora é produzido em grande escala”, lembrou.
— Ao enfrentar estes desafios um por um, nós poderíamos começar logo a tocar nos recursos que cercam o Japão.
A Jogmec estima que a área onde se encontra o submarino Nankai, detém pelo menos 1,1 trilhão de metros cúbicos de hidrato de metano, o suficiente para substituir por 11 anos as importações de gás do Japão.
A estimativa aproximada do Instituto Nacional de Ciência Industrial Avançada e Tecnologia colocou o montante total de hidrato de metano em águas japonesas em mais de 7 trilhões de metros cúbicos, ou o que os pesquisadores dizem que atenderia 100 anos da necessidade de gás natural do Japão.
— Agora nós sabemos que a extração é possível — disse Mikio Satoh, um pesquisador sênior em geologia marinha no instituto. — O próximo passo é ver a quanto o Japão pode baixar os custos para tornar a tecnologia economicamente viável.

domingo, 10 de março de 2013


Maquiagem, asfalto, aspirina e tudo o mais que contém petróleo

Usamos mais produtos à base de petróleo do que sonha a nossa vã filosofia
Colaboradora: Rachel Ann Hauser Davi 
O petróleo, além do seu uso mais conhecido como combustível,  também está presente em diversos produtos do dia a dia. Alguns exemplos muito citados são os cosméticos, onde a maioria tem, em sua composição, subprodutos do petróleo usados na fabricação de componentes como o glicol, corantes e o propileno, principal responsável pela fixação dos pigmentos das maquiagens. Temos também o asfalto que recobre as ruas do mundo inteiro, que, na verdade, é um concreto asfáltico – uma mistura especial de minerais mantida unida pelo asfalto propriamente dito, um derivado semi-sólido do petróleo. A produção de plástico também é de extrema importância, assim como os corantes, flavorizantes e conservantes de alimentos.

Essa inserção de produtos derivados do petróleo certamente facilitou muito a produção de diferentes produtos comercializados hoje em dia. Porém, quando o petróleo acabar – o que com certeza acontecerá visto que este é um recurso finito – a sociedade se encontrará em uma situação extremamente problemática. Diversos produtos que hoje nem pensamos duas vezes em como são obtidos terão sua produção reduzida, ou até mesmo finalizada, pois em muitos casos as opções existentes para substituir os derivados de petróleo ainda não são ideais.

Algumas opções mais sustentáveis foram colocadas em prática antes do advento dos derivados de petróleo. Por exemplo, por anos a indústria de cosméticos utilizou produtos naturais na produção de seus produtos de beleza, por que não voltar a isso? Com relação à produção de plásticos, já existem diversos tipos de produtos novos no mercado, denominados biopolímeros, produzidos a partir de matérias-primas renováveis como cana-de-açúcar, milho, óleo de girassol, soja e mamona; além, é claro, do fato de podermos voltar a utilizar mais amplamente o vidro, facilmente reciclável. Uma alternativa ao combustível fóssil, por exemplo, é a energia produzida pelo processamento de algas, que podem fornecer sete mil vezes mais energia por quilometro quadrado que qualquer outro biocombustível, sendo altamente renovável. Nesse sentido, não podemos esquecer os outros tipos de fonte energética atuais, como a eólica, solar e elétrica.
Em muitos produtos, pode-se substituir óleos de origem mineral por materiais de origem vegetal. Porém, é claro, que alguns produtos ainda não chegaram a esse ponto. Temos as pomadas como exemplo, em que as alternativas naturais testadas (manteigas de cacau e de karité) não são tão eficientes – ficam rançosas, impedindo a passagem de umidade para a pele e não conduzindo adequadamente os ingredientes ativos. O petróleo também é a base de alguns dos remédios mais consumidos no mundo, como antibióticos, sedativos, certos xaropes e analgésicos (aspirina, por exemplo, fabricada a partir do hidrocarboneto benzeno, normalmente derivado de produtos petrolíferos), que ainda não tiveram substitutos produzidos.
Isto apenas ilustra e reforça ainda mais a necessidade de mais estudos para podermos nos livrar da dependência do petróleo. Devemos repensar, reutilizar e reconstruir aquilo que possuímos, para criar um mundo mais verde, e devemos começar agora, antes que nos vejamos em uma situação difícil e, por incrível que pareça, em um mundo onde todo o nosso progresso será simplesmente estagnado devido à dependência do petróleo.
A autora
Rachel Ann Hauser Davis é bióloga, Doutora em Química Analítica pela PUC-Rio e professora e pesquisadora da UNICAMP. Faz parte do GEPAM - Grupo de Espectrometria, Preparo de Amostras e Mecanização.

Comportamento: Fator chave para o sucesso profissional e empresarial

Leonardo Cruz, doutor em psicologia, fala sobre treinamentos comportamentais
NNpetro - Amanda Magalhães -Turma do Petróleo - Valdson Vercellotti 
Doutor em psicologia social pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), analista transacional e coach, Leonardo Cruz é um dos diretores da PORTOMAR, empresa especializada em treinamentos comportamentais no campo offshore.
Em entrevista ao NNpetro e Turma do Petróleo, Leonardo fala da necessidade de formação técnica do profissional, dá dicas fundamentais para quem deseja ingressar na área, aborda aspectos importantes sobre a preparação de profissionais que trabalham embarcados e faz um alerta: "É responsabilidade do empregador munir seus funcionários do conhecimento e equipamentos necessários para garantir sua segurança e a da operação. Mas também é função do profissional utilizar tais recursos em seu cotidiano de forma adequada e consciente. Seu comportamento é fator chave para o sucesso da sua carreira e da empresa para a qual trabalha".
1X) O que são treinamentos comportamentais para o campo offshore e qual a importância deste tipo de preparo?
Leonardo Cruz – Os treinamentos comportamentais têm o objetivo de mapear e alterar hábitos e atitudes de um grupo de profissionais que geram quebras nos protocolos de manutenção da segurança, do meio ambiente, saúde e qualidade de vida. Essas quebras vêm, em geral, de conflitos e/ou falhas de comunicação, dificultando a excelência no processo produtivo.
Com os treinamentos técnicos oferecidos, as corporações cumprem seu propósito, mas é necessário agregar os treinamentos comportamentais para gerar rotina segura e saudável no trabalho, focada na atenção e diminuição de acidentes, desvios e incidentes recorrentes nesta atividade profissional, em vista do alto risco de sua execução.
2X) Qual a sua experiência no setor? Poderia destacar algum caso interessante que tenha vivenciado neste campo em que o treinamento comportamental fez a diferença?
Com doutorado em psicologia social, há algum tempo já atuava como pesquisador e consultor em treinamentos comportamentais e desenvolvi ferramentas e técnicas específicas para o mercado offshore e a cadeia de serviços que lhe dá suporte. Há três anos, eu e minha sócia Elaine Rabello (também psicóloga e mestre em saúde coletiva) criamos a PORTOMAR e, desde então, nossos clientes têm sido companhias de apoio marítimo, estaleiros, portos e gestores de empresas de óleo e gás.
Têm sido muitas as experiências marcantes. Destaco os programas de  treinamento em pré-embarque, nos quais tratamos de temas como relações interpessoais, comunicação, reconhecimento e hierarquia, entre outros. Nesses treinamentos, aplicamos esses conhecimentos a situações ligadas à percepção de risco, protocolos de segurança pessoal e ambiental, além da manutenção da saúde física e mental destes profissionais.
Os ganhos levantados por nós, pela empresa e narrados pelos que participam de treinamentos comportamentais são de diversas ordens, incluindo ganhos pessoais. Certa vez um comandante levou toda a sua família para nos conhecer e agradecer os ganhos que teve não somente durante seu embarque, mas também na relação com sua família e com pessoas de seu convívio social. Cabe ainda acrescentar que a corporação que investe em treinamentos comportamentais passa a ser vista como uma empresa humana, com olhos atentos para a melhora no clima organizacional e no bem estar do seu capital intelectual.
3X) Quais são as maiores dificuldades enfrentadas por um profissional offshore e como estar preparado para elas? Além do mais, como seguir em frente e não deixar que estes obstáculos atrapalhem a carreira do profissional? Que conselhos você daria a um profissional que quer entrar neste mercado?
São muitos os desafios: confinamento físico, trabalhos em turnos, fatores ambientais como calor e barulho, afastamento familiar, dentre outros. É fundamental o profissional ter equilíbrio mental e emocional, seguir rigorosamente os protocolos de ação para cada procedimento inerente à sua função e ter disciplina, comunicação clara e assertiva, capacidade de negociação e administração de conflitos, em especial líderes e profissionais que fazem interfaces entre plataformas, embarcações e pessoal de movimentação e logística em terra.
É responsabilidade do empregador munir seus funcionários do conhecimento e equipamentos necessários para garantir sua segurança e a da operação. Mas também é função do profissional utilizar tais recursos em seu cotidiano de forma adequada e consciente. Seu comportamento é fator chave para o sucesso da sua carreira e da empresa para a qual trabalha.
O profissional que quer entrar nesse mercado deve ter clareza que, para alçar ganhos financeiros inerentes às funções offshore, precisa de alto nível técnico. É necessário foco na área em que quer se especializar e se dedicar para ser o melhor. Além do conhecimento técnico, deve saber se expressar, falar bem a língua portuguesa e inglesa. Outra preocupação deve ser enriquecer seu conhecimento com cursos complementares e procurar instituições de boa credibilidade no mercado para sua formação.
4X) Atualmente, qual tem sido a maior demanda da PORTOMAR e quais os resultados obtidos?
A maior demanda de prestação de serviço da PORTOMAR tem sido o programa de treinamentos comportamentais em pré-embarque, que citamos anteriormente. É um programa procurado por ter como objetivos o aumento da percepção de risco, a baixa de acidentes de trabalho, a baixa de absenteísmo por problemas de saúde do trabalhador e o aumento da qualidade de vida a bordo. Fazemos acompanhamento de resultados com relatórios que mapeiam os dados para comprovação do cumprimento das metas de treinamento. Nesse programa, já treinamos mais de 500 marítimos e pudemos mapear melhoras na relação da equipe, diminuição do estresse e ansiedade, aumento da atenção, melhora do bem-estar a bordo, maior equilíbrio mental e emocional, melhora na qualidade de sono e diminuição do uso de medicamentos. O setor de SMS das empresas contratantes e de suas tomadoras de serviço apresentam resultados de baixa de acidentes, desvios e incidentes.
5X) Com as novas rodadas de licitação anunciadas pela ANP, a tendência é que o mercado de óleo e gás cresça ainda mais em 2013. A PORTOMAR está preparada para esta demanda?
É uma preocupação constante da PORTOMAR o aprimoramento de nossos consultores. O estudo e vivências sobre o mercado offshore e a cadeia de óleo e gás é cotidiana, para que possamos cumprir com nossa missão de inovar em treinamentos comportamentais visando maior segurança, saúde e qualidade de vida para as pessoas e corporações offshore. Para isso utilizamos linguagem, ferramentas e produtos específicos, razão do nosso diferencial.
Com o aumento da demanda por nossos serviços, estruturamos a formação de novos consultores de tal sorte a assimilarem não só a expertise necessária pela especificidade do que fazemos, mas também para que estejam preparados para atender a demanda do dinâmico mercado de óleo e gás, seguindo os valores que determinamos como cruciais para a nossa prática profissional, como eficácia e responsabilidade.


Gás natural é o futuro da geração energética

Produção de gás natural da Shell tende a aumentar com inovação tecnológica, segundo cientista
NNpetro - Júlia Moura - 
Com a projeção de que a população mundial pode chegar a 9 bilhões de pessoas até 2050, segundo dados da ONU, a Shell volta seus investimentos para novas tecnologias de exploração e produção de petróleo e gás natural. No 2º Encontro de Inovação da empresa, que aconteceu nesta quinta-feira (07), no Rio de Janeiro, o cientista chefe mundial da Shell, Gerald Schotman, avaliou que a tendência para os próximos anos é de crescimento de produção de gás natural, visto que o mercado precisa ser abastecido.
“Temos no mundo reservas de gás natural que poderiam suprir a demanda atual em 250 anos. Precisamos trabalhar para atender a necessidade energética do mundo e do Brasil. Precisamos de velocidade e, portanto trabalhar com coinovação. Trabalhar isoladamente não teremos a inovação que precisamos no tempo necessário", disse Schotman, destacando a crescente produção de gás natural da companhia.
Pela primeira vez a petrolífera atingiu, em 2012, a maior produção de gás natural comparada a de petróleo.  “É um sinal de mudanças. Sinal de que temos que ir em frente”, constata Schotman, se referindo ao gás natural como um combustível “AAA” (avaiable, affordable e acceptable, em inglês), ou seja, abundante, de baixo custo e acesso fácil e aceitável.
O presidente da Shell Brasil Petróleo, André Araujo, lembrou que a inovação faz parte da estratégia da empresa, que completa 100 anos de operação no país em 2013, além de ressaltar que o “Brasil é um país estratégico”.
“O Brasil tem grandes desafios, mas também grandes oportunidades de prover energia”, afirmou Araujo.
Tecnologia subsea
Com esta visão, a Shell investe em desenvolvimento de equipamentos subsea. De acordo com o vice-presidente de Tecnologia da FMC Technologies, Paulo Couto, o futuro está em conseguir trabalhar a exploração de petróleo em águas profundas com equipamentos somente “no fundo do mar”.  “No futuro toda essa coisa que boia caminha para ser automatizada no fundo do mar, tecnologia submarina. O acesso ao fundo do mar é difícil, por isso, temos que repensar como será o serviço no fundo do mar”, explica Couto.
Já para o gerente executivo do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), Marcos Assayag, o desafio atual é identificar a técnica adequada para as rochas carbonáticas do pré-sal. “Já caminhamos a passos lagos em relação ao tempo de perfuração.  Acredito que estamos construindo uma história bem sucedida que levou a  Petrobras a ser reconhecida em águas profundas. Além da técnica adequada , outro desafio é a redução dos custos na área de operação de poços. Hoje a área de poço representa a metade dos custos de exploração, com 50%”.
Conteúdo local
A Shell participa de estudos do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) que avaliam a possibilidade de flexibilização dos índices de conteúdo local. Araujo reconhece preocupação com a capacidade da indústria nacional de atender as demandas futuras do setor de óleo e gás: "Não posso negar que o volume de demanda por equipamentos e serviços é muito grande. E obviamente existe uma preocupação de como, daqui a quatro, cinco anos, vai estar a capacidade da indústria de entregar (as encomendas).”
O executivo disse ainda que a empresa tem interesse nas rodadas de licitação de petróleo que serão realizadas neste ano no país, incluindo a rodada de gás a ser realizada em outubro, mas que neste momento está em avaliação técnica para estipular a participação da petrolífera na 11ª rodada.