TURMA DO PETRÓLEO

TURMA DO PETRÓLEO

quinta-feira, 5 de julho de 2012


Entrevista com Antonio Müller


1X) NN -  Os projetos básicos têm um papel estratégico para a escolha das tecnologias e fabricantes dos equipamentos a serem aplicados na futura montagem ou construção da obra. Na construção de uma pataforma, de uma embarcação aqui no Brasil é exigido pela ANP as normas do conteúdo local. Qual a opinião do Sr sobre a exigência e qual a dificuldade da engenharia nesse processo?
A 5X Petróleo dessa semana é com o presidente da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (ABEMI), Antonio Müller. Na entrevista, o executivo aborda as principais dificuldades da engenharia na exigência do conteúdo local e sobre as novas tecnologias.
Müller - O conteúdo local e a valorização da engenharia brasileira são vetores de desenvolvimento, geração de empregos qualificados e criação de riqueza para o país. Entendemos que esta política é necessária neste momento para o fortalecimento da cadeia produtiva local, de tal forma que as empresas atinjam um nível de especialização e competitividade que possibilite a entrada no mercado exterior. Temos como modelo a Noruega, que conseguiu desenvolver uma cadeia de fornecedores local competitiva a partir das descobertas de petróleo na plataforma continental do país.
2X) NN - Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Alemanha, Noruega, entre outros, prezam pelo desenvolvimento da engenharia básica no próprio país, pois a vêem como um instrumento para fomentar suas indústrias locais de bens de capital e a cadeia de serviços. A Samsung saiu do projeto do Estaleiro Atlântico Sul (EAS) repentinamente. O que poderia ter acontecido? O Brasil ainda não obtém tecnologia suficiente para caminhar com os próprios pés?
Müller - Pelas informações publicadas na imprensa, o motivo da saída da Samsung seriam desentendimentos com os demais sócios do empreendimento. A transferência de tecnologia não é um processo simples e envolve negociações nem sempre amistosas entre os envolvidos. Os países citados na pergunta, por exemplo, quando precisam importar engenharia, determinam que o trabalho seja realizado preferencialmente sob a liderança de uma empresa local, para que a transferência de conhecimento possa ser efetiva.
3X) NN - O Sr. reforçou o compromisso da ABEMI em promover a competitividade da engenharia industrial nacional. Quais são os primeiros passos para garantir as pequenas e médias empresas, oportunidades iguais às grandes empresas na cadeia de fornecedores da Petrobras? Como enfrentar esses monopólios em alguns setores?
Müller - A própria Petrobras possui ações de apoio a pequenos e médios fornecedores, entre elas o programa Progredir, cujo foco é o facilitar é o financiamento para essas empresas. A base de fornecedores PMEs, segundo informações da companhia, vem sendo ampliada.
Quanto ao compromisso da ABEMI com a promoção da competitividade da engenharia industrial, nossa proposta é focar no desenvolvimento de processos e em qualificação profissional, ações aplicadas a todos os portes de empresas. Um dos objetivos é criar no futuro uma universidade da associação e também queremos que associadas que detém conhecimento em modularização offshore levem esse conhecimento para outras áreas, como refino, química, petroquímica e celulose.
4X) NN -  Alguns itens são fundamentais para o Brasil continuar crescendo no setor naval, petróleo, energia etc. Reduzir a carga tributária e os custos da logística são fatores fundamentais para o aumento na exportação de serviços e bens do país para novos mercados. Qual é o cenário que o Sr. enxerga a curto e a médio prazo para as empresas exportadoras brasileiras? O Plano Brasil Maior lançado pelo governo estimula esse crescimento?
Müller - Primeiramente, o que o mercado brasileiro quer é isonomia com o mercado estrangeiro. E uma das coisas que nós estamos lutando é para que seja revista a carga tributária, porque isso afeta fortamente a competitividade. Sobre o Plano Brasil Maior, não há dúvidas que ajuda. Consideramos positiva também a desoneração de encargos trabalhistas para os segmentos de mão de obra intensiva, tais como engenharia, construção, montagem e fabricação.
5X) NN -  O Prominp é coordenado pelo Ministério de Minas e Energia e foi instituído pelo Governo Federal tendo como lema: “Agora é assim. Tudo que pode ser feito no Brasil, tem de ser feito no Brasil.” O setor de engenharia com foco em petróleo e gás ainda carece de profissionais no Brasil ou pelo contrário, os engenheiros brasileiros são os mais graduados?
Müller - A engenharia brasileira está entre as mais qualificadas do mundo. A questão da formação e capacitação de mão de obra especializada é um dos principais desafios enfrentados não só pelo setor de óleo e gás, mas pela maior parte dos setores econômicos do Brasil. O problema exige, numa perspectiva de longo prazo, esforços no sentido da melhoria da qualidade da educação no país. Não raro, empresas que decidem investir em programas próprios de capacitação esbarram em deficiências educacionais.


Álcool Combustível


Os alcoóis mais conhecidos são o metanol e etanol. O metanol é perigoso por ser tóxico, pode provocar cegueira e até matar. O etanol é mais conhecido por álcool etílico, e é produzido por fermentação a partir da cana de açúcar. O processo consiste em fermentar a cana de açúcar pela ação de bactérias e fungos.
O álcool corresponde a um líquido transparente, com cheiro forte e sem cor, cuja característica principal é a capacidade de ser queimado, ou seja, é um líquido inflamável. Na composição do álcool encontramos átomos dos seguintes elementos: hidrogênio, carbono e oxigênio. A queima do álcool dá origem aos produtos água, gás carbônico e muita energia.
A cana-de-açúcar não é a única matéria prima existente para a produção de álcool combustível, em outros países, ele é extraído do milho, da beterraba e até da madeira. O álcool combustível é obtido pela mistura de gasolina e metanol, seu uso para o abastecimento de automóveis data do início do século XX. Já no ano de 1912, alguns veículos foram movimentados, em caráter experimental.
Vantagens do etanol:
1-    Alto índice de octanas: Chamamos octanagem o poder de resistência à compressão da mistura ar-vapor de combustível dentro do motor.
2-    Libera grande quantidade de energia ao ser queimado: O poder calorífico do álcool combustível é de 6.300 cal/g. Num motor de combustão interna, é o vapor de combustível que sofre combustão, por isso, um combustível é bom quanto maior for sua facilidade em passar para o estado gasoso.
3-    Apresenta preço acessível: O álcool foi uma solução brasileira como alternativa ao petróleo, é um combustível ecologicamente correto, o álcool não afeta a camada de ozônio e é obtido de fonte renovável.