TURMA DO PETRÓLEO

TURMA DO PETRÓLEO

domingo, 13 de maio de 2012


Entrevista com Luis Nathan

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A 5X Petróleo dessa semana é com o o gerente de QSMS da Wellstream International, Luiz Nathan. Na entrevista o gerente fala sobre o tema "Sustentabilidade com exploração de petróleo".
1X) Em um mundo onde estamos buscando a sustentabilidade contínua, minimizando cada vez mais os riscos dos processos operacionais referentes à exploração e logística do petróleo,  podemos afirmar que a gestão de SMS caminha de mãos dadas com a indústria petrolífera ou as companhias estão longe de aceitar essa condição?
Luís Nathan - As grandes empresas estão no caminho para perceberem que SMS não é um negócio a parte e sim parte do negócio, que a gestão de SMS traz benefícios em diversas áreas e que tem efeito nas finanças e na imagem da empresa perante a sociedade, mas talvez o problema seja que esta mentalidade só esteja em grandes empresas e em algumas outras ligadas a serviços offshore, pois existe um grande número de empresas ligadas ao setor de óleo e gás, mas que por terem estrutura média ou até pequena não olham para SMS como prioridade, entendendo que isso é apenas custo.
Desta maneira ainda vemos muitos acidentes na área e uma grande maioria tem como uma das causasa falta de comunicação, de disseminação da cultura de SMS, afinal esta cultura de análise de riscos depende de um trabalho contínuo de conscientização, envolvendo cada vez mais horas de treinamento e planejamento de tarefas. Espera-se que cada vez mais os empresários e os trabalhadores percebam os benefícios de um sistema de gestão com objetivos e metas bem planejadas e que muitas das boas práticas de SMS nãosignificam alto custo de implantação.
2X) No Brasil, existem sucessivos vazamentos da Chevron na Bacia de Campos e da Petrobras na bacia de Santos, o que acha que pode atrapalhar esse trabalho?
LN - Atualmente a opinião pública conta muito e eventos como estes atrapalham no sentido de que a sociedade perde a confiança nas organizações e considera qualquer atividade exploratória como tendo apenas impacto negativo. Sabemos que esta atividade altera o meio ambiente e nunca mais se atingirá a condição original, entretanto também existem impactos positivos que trazem de maneira sustentável benefício para um país e temos vários exemplos de sucesso em outros países.
O vazamento não compensa e eu particularmente acredito muito que o governo brasileiro tem esta mentalidade, com, por exemplo, o projeto ouro negro, que reúne cinco entidades: Ministério Público do trabalho, IBAMA, MTE, Marinha e ANP, onde o objetivo é realizar inspeções em conjunto em unidades produtoras de petróleo, visando a identificação de condições inseguras, e com isso reduzindo a probabilidade de qualquer incidente, seja com equipamentos, embarcações e pessoas. O sistema está amadurecendo, mas está no caminho certo.
3X) A descoberta do pré-sal ainda instiga várias indagações que somente serão respondidas na medida em que esse novo campo de exploração for devidamente conhecido. Até lá, espera-se que o governo brasileiro tenha condições de traçar as políticas que definam a exploração dessa nova reserva de energia. Qual a sua opinião sobre essa exploração no campo do meio-ambiente?
Essa questão é extremamente delicada, ainda mais pelos últimos acontecimentos. O Brasil terá que disseminar rapidamente ferramentas de gestão para assegurar que a exploração está sendo feita dentro de padrões de excelência, caso contrário teremos uma série de pequenos problemas até culminar em impactos ambientais de grande magnitude. Além disso, o investimento em formação de mão de obra será essencial, pois ainda há falta de profissionais no mercado que conheçam e saibam usar bem ferramentas de gestão, além dos requisitos legais, que também apresentam muitas lacunas, pois não cobrem todas as operações existentes na logística do petróleo.
4X) As petrolíferas vêm anunciando cada vez mais poços na camada pré-sal. Essas reservas de petróleo são encontradas a sete mil metros de profundidade e apresentam imensos reservatórios de petróleo em excelente estado de conservação. Qual o impacto que essa exploração pode causar na crosta-terrestre?
Já se falou muito sobre os possíveis impactos, mas considero que não se tem realmente conhecimento sobre as consequências desta exploração. Desta maneira, se torna cada vez mais importante a presença do profissional especialista em gestão de riscos, para que em conjunto com outras áreas e profissionais, como os geólogos, por exemplo, possam realizar uma correta análise dos impactos.
A gestão de riscos é de extrema importância para o futuro da exploração de petróleo, tanto é que cada vez mais estamos ouvindo profissionais falando sobre a ISSO 31000, norma sobre a gestão de riscos.
5X) Em junho, será realizado no Brasil, a Rio+20. Como o Sr. avalia essa conferência, vinte anos depois da Rio92, sendo que muitos projetos ficaram engavetados.
Avalio de maneira esperançosa, pois quero crer que todos que participarão desta conferência estejam com o mesmo sentimento, ou seja,que desta vez deve-se ter ações claras e factíveis, e que sairão do papel e realmente mostrarão para todos que é possível crescer de maneira sustentável.
'Novo' gás natural nos EUA atrai interesse da Braskem
Folha, Mercado - Agnaldo Brito 

A Braskem revelou ontem estudos para processar gás de xisto no mercado norte-americano. O gás de xisto, ou "shale gas", está promovendo a retomada da indústria petroquímica local. A empresa é a sexta maior petroquímica do mundo, atrás de gigantes como Sabic, Exxon, Dow, Ineos e LyondellBasel. Segundo Carlos Fadigas, presidente da Braskem, o plano da companhia é tentar produzir o próprio propeno, que será consumido nas cinco plantas de PP, ou polipropileno, que a empresa tem nos Estados Unidos. A grande oferta de gás natural de xisto abre a possibilidade de a empresa obter o propano e convertê-lo em propeno para suas fábricas.

Não há definição sobre investimentos. A Braskem não descarta a opção de buscar um parceiro para o projeto. "Poderíamos oferecer a garantia de compra do propeno", disse Fadigas. Enquanto o projeto do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) não sai do papel, a Braskem avança em outros mercados. A empresa promete iniciar neste ano a construção da central petroquímica no México, onde pretende investir cerca de US$ 4 bilhões. O principal pedido do setor é a definição de uma política industrial que dê condições para o uso do gás natural como matéria-prima na indústria. Hoje, o insumo tem uso energético


O valor estratégico do petróleo do Pré-sal

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Se as reservas petrolíferas forem de 100 bilhões de barris, e o petróleo estiver cotado entre US$ 50,0 ou US$ 100,00, esta riqueza mineral permitirá ao país obter uma renda gigantesca, entre US$ 5 trilhões e US$ 10 trilhões, apenas extraindo óleo cru. Se o petróleo for refinado, para a produção de outros subprodutos, este valor pode ser multiplicado em várias vezes, impactando diretamente toda a economia nacional.
O processo de refino do petróleo resulta em inúmeros  subprodutos, conhecidos como “derivados de petróleo”.  Muitos destes derivados são matéria-prima para as cadeias produtivas do setor químico, incluindo, desde a fabricação de produtos inflamáveis e solventes até produtos duráveis e semi-duráveis, como os “plásticos”.
Os subprodutos inflamáveis do petróleo incluem combustíveis como gasolina, diesel, querozene, óleo combustível e solventes, além do GLP – Gás Liquefeito de Petróleo, conhecido no Brasil como “Gás de Cozinha”, utilizado diariamente para o cozimento de alimentos por milhões de pessoas em todo o país. Os produtos derivados de petróleo com maior valor agregado não são necessariamente os combustíveis, como muitos acreditam, mas sim os outros produtos duráveis e semi-duráveis resultantes do refino de petróleo.
Dentre os produtos químicos destacam-se os fertilizantes como o nitrogênio a base de petróleo e os agrotóxicos, que em sua maioria incluem substâncias derivadas de petróleo. Ainda no ramo químico, destacam-se, produtos farmacêuticos, detergentes e produtos de limpeza, tintas, solventes, vernizes e materiais sintéticos. Dentre os materiais sintéticos destacam-se produtos como borracha sintética e o grupo dos polímeros, popularmente chamados de “plásticos”, dos quais se destacam os policarbonatos, poliuretanos, polipropileno, PVC e PET.
Estes materiais permitem produzir uma infinidade de produtos finais, como roupas, calçados e tecidos sintéticos, Cd´s, garrafas recipientes, coberturas translúcidas resistentes, revestimentos externos de eletrodomésticos, componentes de interiores de automóveis e aviões, e até mesmo uma grande variedade de brinquedos. Os combustíveis derivados de petróleo e o gás natural representam pouco mais de 60% de toda a energia consumida no mundo e a exploração petrolífera representa diretamente cerca de 10% do PIB mundial.
Indiretamente os milhares de subprodutos combustíveis derivados de petróleo sustentam a economia mundial como conhecemos hoje. Devido ao seu enorme peso econômico e geopolítico, o petróleo é considerado o pilar fundamental da civilização industrial estruturada ao longo do século XX, também chamada de “civilização do petróleo”

Entrevista com Gilberto Castro

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A 5X Petróleo dessa semana é com o diretor-executivo da Nicomex Logística Internacional, Gilberto Castro. Na entrevista, o executivo abordou temas como a falta de mão de obra qualificada e quais as perspectivas do Brasil para suprir esses gargalos.
1X) NN - Aconteceu neste mês (maio) a 12 ª edição do Prêmio Executivo de Valor, realizada pelo jornal Valor Econômico, onde ficou constatado entre os empresários brasileiros, que além dos gargalos de origem econômica e de infraestrutura, a grande preocupação nesse momento é a falta de qualificação da mão de obra.  Esse também é um problema na indústria petrolífera?

Gilberto - Sim. Isso é claro. Por ser um setor com desenvolvimento recente e, portanto, com tecnologias de ponta, a qualificação ainda não está disseminada e torna-se um grande gargalo para o desenvolvimento do setor de petróleo e gás.

2X) Observa-se alguma preocupação do governo em mitigar ou mesmo, solucionar o problema da ausência de profissionais qualificados?

Gilberto - A solução não virá em curto prazo, isso é certo, pois os treinamentos demandam tempo. A Petrobrás tem o programa Pomimp que está formando assistente de logística, caldeireiro, auxiliar de movimentação de cargas, operador de movimentação de cargas etc.

3X) O Grupo Nicomex atua na área de logística, assistindo as empresas da indústria de óleo & gás em suas operações de importação e exportação de equipamentos de perfuração. Quanto ao setor de logística, a falta de qualificação da mão de obra também é um problema?

Gilberto - Sim. Passamos por uma situação similar à indústria petrolífera. De um lado temos uma forte demanda por mão de obra, devido ao acréscimo de atividades. Nos últimos anos, passamos ainda por uma grande renovação das normas aduaneiras, o que nos leva a requerer profissionais atualizados às novas regras, e isso dificulta ainda mais a seleção de bons profissionais.

4X) O Sr. tem confiança de que o Brasil vencerá esse gargalo da educação profissional e que seguiremos nessa rota de ascensão econômica?

Gilberto - Acredito plenamente. Vejo a situação por um viés positivo, pois a própria solução do problema, com o desenvolvimento de escolas e centros de treinamento e pesquisa, como por exemplo: o recém-inaugurado Centro Tecnológico da Petrobras, na Ilha do Fundão, com a participação de grandes players da indústria petrolífera, já é um fator de desenvolvimento sócio econômico.

5X) Quanto às empresas de menor porte, na cadeia de óleo & gás, de que forma elas podem contribuir para a qualificação da mão de obra?

Gilberto - Qualquer empresa do setor está sendo pressionada por qualidade de resultados. Assim, naturalmente terão que capacitar suas equipes com cursos e treinamentos. O NN – A Mídia do Petróleo, empresa jornalística do Grupo Nicomex, desenvolve há dois anos um plano de capacitação profissional (PCNN) que oferece cursos compostos por diversos temas do setor da indústria petrolífera e também sobre o comércio exterior. “Em nossa empresa estamos todos envolvidos pelos mesmos interesses de desenvolvimento nacional”

Shell pretende iniciar perfurações em MG para explorar gás

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Petrolífera anglo-holandesa espera realizar de 8 a 12 operações no Brasil, iniciando o projeto de gás em 2013
A Shell concluiu a operação sísmica na Bacia de Francisco (MG) e deverá iniciar as perfurações em busca de gás no início do ano que vem. Segundo o presidente da petrolífera no Brasil, André Lopes de Araújo, a contratação da sonda de perfuração está sendo analisada pelos membros da Shell para começar a exploração de gás na região. Nos próximos 18 meses a empresa espera realizar entre 8 a 12 operações de poços no país, informou André Lopes.
"Nesse projeto [na bacia de São Francisco], acabamos de terminar a sísmica e ainda estamos analisando o resultado para definir a melhor localização para fazer a primeira perfuração", disse Araújo, que esteve presente ontem (08), no seminário sobre gás natural, do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), no Rio de Janeiro.
Preferindo não informar quais serão os próximos campos de exploração da petroleira anglo-holandesa, o presidente Araújo, informou que os blocos serão distribuídos pelos locais de exploração e produção do país, incluindo os campos de Bijupirá & Salema, e o Parque das Conchas - ambos na Bacia de Campos, além do bloco BMS-54, localizado na Bacia de Santos.
 A Shell identificou recentemente hidrocarbonetos no bloco BM-S 54, no pré-sal da Bacia de Santos, onde atua em parceria com a petrolífera francesa Total. A empresa está analisando os testes realizados na região e estuda a possibilidade de realizar novas perfurações. Contudo, a certeza de que o bloco BM-S 54 não está seco, existe uma grande possibilidade de exploração de gás, garantiu Araújo.
O presidente da Shell preferiu não adiantar nenhum resultado encontrado, até o momento, na localidade. De acordo com Araújo, a demora na confirmação da 11ª rodada de licitações da ANP não faz com que o interesse da Shell no mercado brasileiro esteja regredindo. O presidente disse que o Brasil é estratégico e a Companhia não fará diferenciação de investimentos entre gás, ativos onshore e offshore, pós ou pré-sal.