TURMA DO PETRÓLEO

TURMA DO PETRÓLEO

terça-feira, 17 de maio de 2011

Pergunte na Entrevista de Emprego

Especialista em recrutamento afirma que indagar o selecionador é tão importante quanto saber responder questões.

Pergunte na Entrevista de EmpregoMuito se escreve e se fala sobre o que os candidatos a vagas de emprego devem responder para obter êxito na entrevista. Entretanto, no cara a cara com o recrutador, a maioria dos aspirantes a um cargo se esquece de fazer perguntas-chave sobre a empresa e o emprego que irão impactar diretamente em sua carreira e satisfação no trabalho.
Para o especialista em recrutamento Joe Turner é fundamental buscar informações sobre a vaga antes de aceitar propostas. Numa fase em que o viés de superioridade do selecionador dá lugar ao diálogo “recrutador versus profissional”, Turner elaborou um guia - publicado em um site global especializado - com seis questões essenciais a serem feitas pelos candidatos na entrevista de emprego. Saiba quais são elas e por que você deve saber as respostas.

1. O que aconteceu com o profissional que realizava este trabalho? (Se uma nova posição: Como este trabalho era realizado?)
De acordo com Turner, é preciso conhecer todos os problemas ou antecedentes associados à vaga de emprego. Por exemplo: o antecessor foi demitido ou promovido? A posição é temporária ou nova? Isso mostra quais as expectativas dos gestores e como a empresa está se preparando para crescer.

2. O que mantém os profissionais na empresa?
É necessário descobrir o que um profissional da empresa tem a dizer sobre o seu trabalho. Segundo Turner, o entrevistador é a melhor pessoa para responder esta questão. Para entender a cultura empresarial, é válido conversar também com outras pessoas que trabalham ou trabalharam na organização.

3. Qual será a primeira tarefa a ser realizada pelo profissional contratado?
É importante iniciar o novo emprego em sintonia com o seu chefe ou gerente. Seja claro, exponha suas expectativas iniciais e diga quais resultados pode entregar, recomenda Turner. Não saia de uma entrevista de emprego sem compreender as atividades que o profissional contratado deverá realizar.

4. O que você pode dizer sobre o meu chefe direto?
Conforme Turner, o profissional deve buscar informações sobre o gestor direto. Entender o perfil do chefe e a forma como delega tarefas pode evitar conflitos no trabalho, diz o especialista. Se você possui um perfil proativo, mas vai trabalhar em uma empresa de hierarquia vertical é bom que saiba antes.

5. A empresa está em uma boa fase? Quais são as projeções de lucro?
Entender o futuro, os planos para novos produtos e serviços e o mercado no ramo em que a empresa atua é de extrema importância, já que você está disposto a dedicar-lhe seu tempo e trabalho. Essas informações também podem ser encontradas no site da companhia, em publicações especializadas ou por meio de buscas na internet.

6. Qual é o próximo passo?
Para Turner, é necessário assumir a liderança e definir um plano de acompanhamento dos próximos passos antes da possível contratação. “Você precisa saber o que acontece após esse ponto (entrevista)”. O especialista diz que é importante medir o entusiasmo da empresa durante a entrevista, mas alerta que é preciso também causar uma boa impressão no recrutador. Demonstrar interesse pela vaga e pela empresa, afirma Turner, transmitirá a ideia de que você é um profissional comprometido.

ANP aprova cessão de ativos da Devon no Brasil para a BP

A diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou em reunião realizada na última sexta-feira (6/5) a cessão de direitos de áreas concedidas à Devon Energy para a BP. As aprovações governamentais dadas pela ANP eram as últimas necessárias à conclusão do acordo anunciado em março do ano passado. A expectativa é de que a conclusão formal dessa aquisição seja feita em breve. As áreas adquiridas darão à BP uma posição diversificada de exploração em águas profundas no Brasil, com participação em oito blocos nas Bacias de Campos e Camamu-Almada, em lâminas d’água entre 100 e 2.780 metros de profundidade, bem como duas concessões em terra na Bacia do Parnaíba.
“Nós estamos muito felizes com essa aprovação. A conclusão dessa aquisição dará à BP uma forte posição em algumas das bacias sedimentares mais importantes do Brasil, reforçando a nossa estratégia de assegurar presença na exploração de tais bacias, trabalhando lado a lado com a Petrobras e outros parceiros,” declarou Bob Dudley, Executivo Chefe do Grupo BP. O aval da ANP acontece após o Diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, recomendar, à época do vazamento no Golfo do México, que o pedido fosse analisado com o "costumeiro rigor", mas sem pressa por parte da área técnica da Agência. A partir daí, técnicos da ANP avaliaram os trabalhos da BP junto ao acidente no golfo e analisaram uma apresentação minuciosa da petrolífera britânica sobre o aprendizado nesse episódio.

Shell e Vale antecipam exploração de gás em Minas Gerais

A Shell Brasil, subsidiária da anglo-holandesa Shell no país, vai aplicar tecnologias do chamado gás não convencional, desenvolvidas no exterior, para explorar o insumo em terra, no Brasi, em parceria com a mineradora Vale. Presidente da petrolífera no páis, André Araújo não revela valores do investimento, mas justifica o projeto, na Bacia do São Francisco, no norte de Minas Gerais, como consequência da maior importância que o gás alcançou para a empresa nos últimos anos . Em 2012, a produção do insumo pela Shell , no mundo, vai superar a de petróleo pela primeira vez na história.
A partir da experiência adquirida no exterior, tecnicos da empresa alimentam expectativa de encontrar reservatórios de tight gás no norte de Minas. Para isso, vão colocar em prática um cronograma , ao longo de 2011, que prevê 503 quilômetros de sísmica 2D (processo de pesquisa geológica). A expectativa é que o projeto conte com a parceria da Vale, que aguarda apenas autorização da ANP para assumir 40% de participação nos blocos.

PDVSA tem até agosto para se associar à refinaria

A Petrobras deu prazo até agosto para que a estatal do petróleo da Venezuela, PDVSA, aporte os recursos necessários para se tornar sócia da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. De acordo com o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, uma carta-alerta foi enviada à estatal venezuelana para que sejam colocados recursos no projeto até agosto.
A PDVSA anunciou que seria sócia da estatal brasileira na refinaria, batizada de Abreu e Lima em homenagem ao general pernambucano que lutou ao lado de Simón Bolívar pela libertação da Venezuela, mas, por enquanto, só a estatal brasileira investiu na unidade de processamento, que já tem 35% das obras concluídas. Em novembro do ano passado, a PDVSA informou que tinha os US$ 400 milhões iniciais para se tornar sócia da estatal brasileira , mas nada foi pago até o momento.

Entrevista com José Alci Alves da Silva

A 5X petróleo dessa semana é com o auditor e consultor QSMS, José Alci Alves da Silva. Na entrevista, ele fala sobre os riscos que a construção de uma plataforma de gás pode causar no meio ambiente e quais providências podem ser tomadas para fiscalização e prevenção de acidentes.
1)Quais os riscos ambientais que uma plataforma de gás pode trazer para o meio ambiente. Há alguma diferença específica para uma plataforma que explora petróleo?

Os riscos são semelhantes a  qualquer tipo de atividade: Físicos, Químicos, Biológicos, Ergonômicos e de acidentes.  Estes deverão ser levantados a partir de um “Risk Assessment”, método HAZOP, com pessoal/ equipe multidisciplinar para identificação,  controles e ações para eliminação dos riscos que deverão ser declarados em uma Planilha de Levantamento de Aspectos , Impactos , Perigos e Riscos,   iniciando-se no Controle Operacional, e a deflagação de treinamentos de toda a equipe de  de trabalhadores em todos os níveis, dos aspectos, impactos, perigos e riscos dos locais de trabalho.

Os riscos de uma plataforma de gás e petróleo são semelhantes, porque os dois geram produção de gás e o risco de fogo e explosão são iminentes caso não se trabalhe de forma sistemática na prevenção destes riscos.  Com este estudo também se avaliam os cenários para Atendimento e Respostas a Emergências.

2) Qual o custo de uma plataforma hoje? É mais viável do que no mercado internacional?

A plataforma de Mexilhão 1 realizou o contrato  inicial ao custo de R$ 1.100.000,00 (Um bilhão e cem milhões de reais) e desbancou os grandes centros navais mundiais, mudando paradigmas para a construção de plataforma do tipo jaqueta, no Brasil.  E a Petrobrás realizou com a empresa Estaleiro Maua a parceria e  a administração do negócio em forma de EAP – Estrutura Analítica de Projeto, o que mesmo sendo um processo moderno de administração, propiciou o acompanhamento direto dos custos e também com relação aos controles dos riscos ambientais: assegurando a garantia de 0,25% do total do projeto do custo inicial mencionado acima, aplicado específicamente para QSMS&RS (Qualidade,Segurança, Meio Ambiente, Saúde e Responsabilidade Social),  o qual,  tivemos o prazer de gerenciar.  O custo, sem sombra de dúvidas  muito mais viável que o mercado internacional, e mantendo assim divisas para o nosso país.

3) Quais os passos de construção de uma plataforma, resumidamente?

Planejamento & Projeto; Qualidade, Saúde, Segurança; Meio Ambiente e Responsabilidade Social; Engenharia; Construção e Montagem da Jaqueta; Construção e Montagem dos Módulos; Comissionamento
Translado da Jaqueta para a Bacia de Santos

4) Qual a capacidade de produção de gás na plataforma de Mexilhão, e qual o volume máximo de gás que uma plataforma pode produzir e armazenar?

Descoberto em 2003 a capacidade de processamento será de 15.000.000 m3 (quinze milhões de m3) de gás e 20.000 (vinte mil barris) de condensados por dia. Segundo dados da Petrobras.

5) Sempre escutamos de acidentes nas plataformas, de funcionário acidentado, plataformas sem manutenção e etc. Quais os principais motivos de acidentes em plataformas e por que não há manutenção, fiscalização regularmente? O que falta das autoridades para uma melhora?

Acompanhei todo o processo de construção da plataforma durante 4 anos  e chegamos a marca de 5.000.000 (cinco milhões) de horas sem acidentes com afastamento, 95% de conformidades nas oito auditorias realizadas no Sistema de Gestão de QSMS e desenvolvemos um projeto Piloto de Gestão de 3Rs em conjunto com a Petrobrás, nos canteiros de obras da Unidade 02 e 03 Ilha do Caju e Caximbau/RJ. Com relação a minha experiência off shore entendo que o Brasil precisa, de uma forma geral aumentar os escopos de certificação de Sistemas de Gestão de Qualidade, Segurança&Saúde Ocupacional e Ambiental baseados nas Normas da ABNT (ISO 9001:2008, ISO 14001:2004 e OHSAS 18001:2007) em todos os segmentos industriais e principalmente na prospecção de petróleo e gás devido ao risco, porque só com gestão teremos um gerenciamento auditado, acreditado e consequentemente aplicando-se as normas, e a legislação de forma a que a Alta Direção sejam os  responsáveis pelos seus desdobramentos e implantação dos ítens das normas.

Como temos a certeza de que 96% dos incidentes são provocados por atitudes e comportamentos, só com uma política de tramento dos desvios e sólidas Análise Críticas pela Alta Direção poderão acompanhar com eficácia, os Sistemas de gestão. Para complementar os Órgãos governamentais precisam realizar inclusões nas suas atividades de gestão entendendo  a importância do gerenciamento no âmbito federal, estadual e municipal semelhantes aos grandes empreendimentos particulares e não como são executados como fiscalização, baseadas em conceitos ultrapassados, como ocorre atualmente e sem o propósito de motivação para da prática da “Gestão”. Não podemos deixar de reconhecer alguns avanços no Brasil em estados como São Paulo e Rio Grande do Sul, mas ainda é lento em relação ao tamanho da nosso Brasil, na busca de : Valores Éticos; Atuação Responsável. Comportamento Seguro e Saúde do Trabalhador.

As fases de um poço

A perfuração de um poço nem sempre revela a presença de petróleo no subsolo. Apesar do grande progresso dos métodos de pesquisa, mais de 80% dos poços pioneiros não resultam, no Brasil e no mundo, em descobertas aproveitáveis. Quando um poço não revela a presença de petróleo, é tamponado com cimento e abandonado. Embora secos ou subcomerciais, esses poços podem fornecer indicadores e informações importantes para o prosseguimento das perfurações, porque permitem maiores conhecimentos sobre a área explorada.
Na fase da pesquisa petrolífera denominada avaliação, determina-se se o poço contém petróleo em quantidades que justifiquem sua entrada em produção comercial. Para isso, são realizados testes de formação, para recuperação do fluido contido em intervalos selecionados; se os resultados forem promissores, executam-se os testes de produção, que podem estimar a produção diária de petróleo do poço.
Desde o momento em que a perfuração é iniciada, o trabalho se processa sem interrupção e só termina quando atinge os objetivos predeterminados. O objetivo de um poço, em termos de perfuração, é traduzido na profundidade programada: 800, 2.000, 6.000 metros, etc. Isto requer trabalho árduo e vigília permanente. À medida que a broca avança, são acrescentados tubos em segmentos de dez metros. Em geral, uma broca tem vida útil de 40 horas. Para trocá-la, tem-se de retirar toda a tubulação em segmentos de três tubos e recolocá-los. É fácil imaginar o trabalho e o tempo que se leva se a perfuração estiver, por exemplo, a 4.000 metros de profundidade.
Os poços iniciais são chamados pioneiros e têm por objetivo testar áreas ainda não produtoras. Caso se realize uma descoberta com o poço pioneiro, outros poços são perfurados para estabelecer os limites do campo. São os chamados poços de delimitação ou extensão. Todos eles são, em conjunto, classificados como exploratórios. Se for confirmada a existência de área com volume comercialmente aproveitável de óleo, são perfurados os poços de desenvolvimento, através dos quais o campo é posto em produção. Em muitos casos, os poços pioneiros e os de delimitação também são aproveitados para produzir.
Completação
Quando um poço é produtor, inicia- se o estágio de completação: uma tubulação de aço, chamada coluna de revestimento, é introduzida no poço. Em torno dela é colocada uma camada de cimento, para impedir a penetração de fluidos indesejáveis e o desmoronamento de suas paredes. A operação seguinte é o canhoneio: um canhão especial desce pelo interior do revestimento e, acionado da superfície, provoca perfurações no aço e no cimento, abr indo furos nas zonas portadoras de óleo ou gás e permitindo o escoamento desses fluidos para o interior do poço. Outra tubulação, de menor diâmetro (coluna de produção), é introduzida no poço, para conduzir os fluidos até a superfície. Instala-se na boca do poço um conjunto de válvulas conhecido como árvore-de-natal, para controlar a produção.

Petróleo no mar

Petróleo no mar

No mar, as atividades seguem etapas praticamente idênticas às de terra. As perfurações marítimas podem ser executadas através de plataformas fixas ou flutuantes e de navios-sonda. As plataformas mais comuns são de dois tipos: as semi-submersíveis, que se apoiam em flutuadores submarinos, cuja profundidade pode ser alterada através do bombeio de água para dentro ou fora dos tanques de lastro, permitindo que os flutuadores fiquem posicionados sempre abaixo da zona de ação das ondas, o que dá ao equipamento grande estabilidade.
As plataformas auto-eleváveis se apoiam no fundo do mar por meio de três ou mais pernas com até 150 metros de comprimento, que se movimentam verticalmente através do casco. No local da perfuração, as pernas descem até o leito do mar e a plataforma é erguida, ficando a uma altura adequada, acima das ondas. Finda a perfuração, as pernas são suspensas, e a plataforma está pronta para ser rebocada. Já os navios-sonda parecem navios convencionais, mas possuem, no centro, uma torre e uma abertura pela qual é feita a perfuração. Em algumas partes do mundo, já foram feitas perfurações em lâminas d'água (distância da superfície ao fundo do mar) superiores a 2.000 metros e há projetos para dobrar esta marca. No litoral brasileiro, já houve perfurações em águas de 1.845 metros de profundidade.
Produção
Revelando-se comercial, começa a fase da produção naquele campo. Nesta fase, o óleo pode vir à superfície espontaneamente, impelido pela pressão interna dos gases. Nesses casos temos os chamados poços surgentes. Para controlar esse óleo usa-se, então, um conjunto de válvulas denominado Árvore de Natal. Quando, entretanto, a pressão fica reduzida, são empregados processos mecânicos, como o Cavalo de Pau, montado na cabeça do poço e que aciona uma bomba colocada no seu interior. É utilizado para bombear o petróleo para a superfície, além de outros, como bombeamento hidráulico, centrífugo e a injeção de gás.
Os sistemas de produção marítimos utilizam plataformas fixas especialmente construídas ou plataformas de perfuração, do tipo semi-submersível, adaptadas para produzir. No Brasil, a Petrobras desenvolveu tecnologia própria para produção marítima, através dos sistemas flutuantes de produção, largamente utilizados na Bacia de Campos. Os êxitos sucessivos obtidos na concepção e operação desses sistemas colocaram a empresa na vanguarda mundial da produção de petróleo em águas profundas, onde o Brasil vem obtendo sucessivos recordes tecnológicos, destacando-se o de produção em maior lâmina d'água do mundo.

Produção de petróleo

 

Entre a descoberta de uma jazida e o início da produção são mobilizados centenas de profissionais e aplicados bilhões de reais para montar uma complexa infra-estrutura que permita a extração do petróleo e seu escoamento até as refinarias. São necessários enormes investimentos para a construção de plataformas de produção marítima, oleodutos, gasodutos, estações coletoras de Petróleo, instalações de tratamento e terminais petrolíferos.
Junto à descoberta do petróleo pode ocorrer, também, a do gás natural. Isso acontece, principalmente, nas bacias sedimentares brasileiras, onde o gás natural, muitas vezes, encontra-se dissolvido no petróleo, sendo separado durante as operações de produção. Tecnicamente chama-se a isto de gás associado ao petróleo. Gás natural é o gás existente nas jazidas. Algumas vezes, é produzido juntamente com o petróleo, comum nos poços da Bacia de Campos. Há também o gás natural não-associado, existente em jazidas sem petróleo, como nos poços do Campo de Juruá, na Amazônia.
Ao sair do poço, o petróleo não vem só. Embora existam poços que só produzem gás, grande parte deles produz, ao mesmo tempo, gás, petróleo e água salgada. Isto prova que o óleo se concentra no subsolo, entre uma capa de gás e camadas de água na parte inferior. Depois de eliminada a água, em separadores, o petróleo é armazenado e segue para as refinarias ou terminais.
O gás natural é submetido a um processo onde são retiradas partículas líquidas, que vão gerar o gás liquefeito de petróleo (GLP) ou gás de cozinha. Após processado, o gás natural é entregue para consumo industrial, inclusive na petroquímica. Parte deste gás é reinjetado nos poços, para estimular a produção de petróleo. O petróleo e o gás descobertos não são totalmente produzidos. Boa parte deles fica em disponibilidade para futuras produções, em determinado momento. São chamadas Reservas de Petróleo e de Gás.
Dos campos de produção, seja em terra ou mar, o petróleo e o gás seguem para o parque de armazenamento, onde ficam estocados. Este parque é uma grande área na qual se encontram instalados diversos tanques que se interligam por meio de tubulações. A produção de petróleo bruto no oceano (offshore) é armazenada nas plataformas, havendo diversos tipos de armazenamento, para abastecer os petroleiros que conduzirão o petróleo às refinarias, ou também por meio de oleodutos submarinos, que conduzem o petróleo para terra firme, quando reúnem a produção de várias plataformas. A produção em terra firme (onshore) é armazenada em tanques de superfície, para depois ser enviada para a refinaria, por pipeline, caminhão tanque ou navio tanque

Refino de óleo cru

O óleo cru é o petróleo proveniente dos poços, em seu estado natural ou forma ainda não processada. Tem densidade que varia amplamente, às vezes tão pesado e viscoso que não é possível ser agitado com um bastão, às vezes leve e diluído que dificilmente parece ser líquido. O petróleo, em estado natural, é uma mistura de hidrocarbonetos – compostos formados por átomos de carbono e hidrogênio. Além desses hidrocarbonetos, o petróleo contém, em proporções bem menores, compostos oxigenados, nitrogenados, sulfurados e metais pesados.
Todos esses elementos combinam-se de forma infinitamente variável. Conhecer a qualidade do petróleo a destilar é fundamental para as operações de refinação, pois sua composição e aspecto variam segundo a formação geológica do terreno de onde o petróleo foi extraído e a natureza da matéria orgânica que lhe deu origem. Assim, há petróleo leve, que dá elevado rendimento em nafta e óleo diesel; petróleo pesados, que têm alto rendimento em óleo combustível; petróleo com alto ou baixo teor de enxofre, etc. O conhecimento prévio dessas características facilita a operação de refino.
O refino é constituído por uma série de operações de beneficiamento às quais o petróleo bruto é submetido para a obtenção de produtos específicos. Refinar petróleo, portanto, é separar as frações desejadas, processá-las e transformá-las em produtos vendáveis. A primeira etapa do processo de refino é a destilação primária. Nela, são extraídas do petróleo as principais frações, que dão origem à gasolina, óleo diesel, nafta, solventes e querosenes (de iluminação e de aviação), além de parte do GLP (gás de cozinha).
Em seguida, o resíduo da destilação primária é processado na destilação a vácuo, na qual é extraída do petróleo mais uma parcela de diesel, além de frações de um produto pesado chamado gasóleo, destinado à produção de lubrificantes ou a processos mais sofisticados, como o craqueamento catalítico, onde o gasóleo é transformado em GLP, gasolina e óleo diesel. O resíduo da destilação a vácuo pode ser usado como asfalto ou na produção de óleo combustível. Uma série de outras unidades de processo transformam frações pesadas do petróleo em produtos mais leves e colocam as frações destiladas nas especificações para consumo.
Uma refinaria é como uma grande fábrica, cheia de equipamentos complexos e diversificados, pelos quais o petróleo vai sendo submetido a diversos processos para a obtenção de muitos derivados. Refinar petróleo é, portanto, separar suas frações e processá-lo, transformando-o em produtos de grande utilidade: os derivados de petróleo. A instalação de uma refinaria obedece a diversos fatores técnicos, dos quais se destacam a sua localização nas proximidades de uma região onde haja grande consumo de derivados e/ou nas proximidades das áreas produtoras de petróleo

Processos de refino - parte 2

 

Polimerização
De certo modo, a polimerização é o oposto do craqueamento, isto é, moléculas de hidrocarbonetos mais leves que a gasolina são combinadas com moléculas semelhantes para produzir gasolina com alto teor de octano (hidrocarboneto com 8 carbonos), de elevado valor comercial. Existem dois tipos de polimerização: a térmica e a catalítica. O uso de catalisadores, como no craqueamento, faz com que as condições exigidas na conversão não sejam tão severas.

Alquilação
Semelhante à polimerização, o processo converte moléculas pequenas em moléculas mais longas, como as que compõem a gasolina. Difere da polimerização, pois neste processo podem ser combinadas moléculas diferentes entre si. A gasolina obtida usualmente apresenta um alto teor de octano, sendo de grande importância na produção de gasolina para aviação.
Dessulfurização
O óleo cru e derivados podem conter uma certa quantidade de compostos de enxofre, como gás sulfídrico, mercaptanas, sulfetos e dissulfetos. Diversos processos são usados para dessulfurizar esses produtos, dependendo do tipo de enxofre presente e da qualidade desejada para o produto final.
Dessalinização
Muitos processos são utilizados para remover sal e água do óleo cru. Este é aquecido e um "quebrador" de emulsão é adicionado. A massa resultante é decantada ou filtrada para retirar a água e o sal.
Hidrogenação
Processo desenvolvido por técnicos alemães para a transformação de carvão em gasolina. Nele, as frações do petróleo são submetidas a altas pressões de hidrogênio e temperaturas entre 26 ºC e 538 ºC, em presença de catalisadores.

Processos de refino - parte 1

 

Diversos processos são empregados no refino do óleo cru. Alguns são extremamente complexos e constantemente pesquisadores estão desenvolvendo novos métodos de refino mais eficazes, para obtenção de produtos mais úteis. Os processos são selecionados de acordo com os produtos que serão manufaturados e o mercado que a refinaria visa abastecer.
Um processo denominado cracking ou craqueamento é utilizado para "quebrar" compostos químicos muito grandes em substâncias menores. Há ainda outros tratamentos, como a dessalinização que remove impurezas e melhora as propriedades do produto. Os processos que normalmente são incluídos nas refinarias modernas são destilação, cracking ou craqueamento, polimerização, alquilação, dessulfurização, dessalinização, desidratação e hidrogenação.
Destilação
Produtos como a gasolina, óleo diesel, asfalto e óleo combustível são recuperados a partir do óleo cru por destilação. Este é bombeado até as unidades de destilação e aquecido; uma porção se transforma em vapor. Esse processo de aquecimento separa os diversos componentes presentes no petróleo em grupos que tem similar ponto de ebulição. Quando o vapor se condensa, esses grupos são condensados separadamente, formando os destilados, que podem ser usados desta maneira ou processados para se obter um produto mais proveitoso ou de melhor qualidade.
A porção de óleo cru que não se vaporiza na destilação, chamada de resíduo, pode ser usada como óleo combustível ou também ser processada, em produtos de maior demanda.
Cracking ou Craqueamento
O processo de craqueamento quebra as moléculas de hidrocarbonetos pesados convertendo-as em gasolina e uma série de destilados com maior valor comercial. Os dois tipos principais de craqueamento são o térmico e o catalítico. O craqueamento térmico usa calor e altas pressões para efetuar a conversão de grandes moléculas em outras menores. O craqueamento catalítico faz uso de um catalisador, substância que realiza a conversão em condições de pressão mais reduzidas. O catalisador facilita o quebramento das moléculas. Os catalisadores mais usados: platina, alumina, bentanina ou sílica. O uso de temperaturas relativamente altas é essencial em ambos os tipos de craqueamento.

Petrobras importa mais gasolina

Pelo segundo mês consecutivo, a Petrobrás terá de importar gasolina para atender ao forte aumento do consumo nos últimos meses. O diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, informou ontem que a companhia vai comprar dos Estados Unidos mais de um milhão de barris do combustível. Em abril, a Petrobras já havia importado, também no mercado americano, 1,5 milhão de barris. O consumo da gasolina, assim como dos demais combustíveis, cresceu em torno de 4,5% no primeiro trimestre deste ano. Hoje está em torno de 400 mil barris por dia.
O diretor de Abastecimento da Petrobrás explicou que a importação tem como objetivo fazer estoques de segurança , uma vez que o total de 2,5 milhões de litros de gasolina comprados dos Estados Unidos é suficiente para aproximadamente seis dias de consumo no Brasil. No ano passado, a Petrobras se viu obrigada a adquirir 3 milhões de barris do exterior. Costa afirmou que a empresa continua acompanhando a evolução dos preços internacionais do petróleo, mas garantiu que a Petrobras não planeja um aumento nos preços da gasolina e do diesel.