TURMA DO PETRÓLEO

TURMA DO PETRÓLEO

quarta-feira, 28 de março de 2012

MOSSORÓ - RN

Muitos leitores de varios cantos do Brasil e até do Exterior escrevem querendo saber mais sobre a cidade de Mossoró - RN achei essa postagem no blog EXPRESSÃO - O MUNDO DE JOSSELENE. da Educadora JOSSELENE MARQUES e é bem interessante,pois fala de tudo um pouco,quem um dia quiser conhecer a cidade e a região pode acreditar é uma cidade com muito trabalho alegria,historia e lazer.



Mossoró: A terra do sol, do sal e do petróleo

Profa. Josselene Marques - Blog. Expressão.

Hoje, vou saldar mais uma dívida: escrever sobre a cidade onde nasci e venho construindo a minha vida. Apesar de haver escrito antes sobre outros lugares, que visitei, sempre alimentei o desejo de apresentar ao mundo “a minha cidade”. Nunca é tarde, não é mesmo? Então, faço-o agora.
Embora Mossoró seja uma cidade bonita, limpa, hospitaleira e em constante crescimento, também, enfrenta muitas dificuldades que são comuns em tantas outras cidades do país e do mundo. Neste período chuvoso, por exemplo, os condutores de veículos são obrigados a conviver com a erosão na pavimentação asfáltica e, os moradores das áreas ribeirinhas, com os alagamentos. Como acontece no resto do mundo, os índices de violência e criminalidade aumentam, a cada dia, e são preocupantes. Todavia, como tenho consciência de que lugar perfeito não existe, não me escuso de enaltecer as qualidades desta cidade e, juntamente com os demais mossoroenses, reivindicar soluções efetivas, para os problemas existentes, a quem de direito.
Fundada em 1852, após se emancipar de Assu, Mossoró é considerada a segunda maior cidade do Rio Grande do Norte (um dos nove estados do nordeste brasileiro). Ela é conhecida como "a terra do sol, do sal e do petróleo" e, ainda, como a "Capital do Oeste" por ter se destacado das demais cidades do oeste potiguar nos mais diferentes aspectos: pioneirismo, desenvolvimento, inteligência e arte de seu povo.
Bandeira de Mossoró




Brasão de Mossoró

Vista aérea de Mossoró
Pontes e Rio MossoróImagem: WEB 


Vista do Centro de Mossoró
Igreja de São Vicente e Palácio da ResistênciaImagem: WEB



Roteiro de MossoróImagem: WEB


Localização:
Tem localização privilegiada. Fica entre uma paisagem contrastante de serras do interior e um litoral de beleza ímpar e deslumbrante. Situa-se entre duas capitais brasileiras: Fortaleza (capital do Ceará) e Natal (capital do Rio Grande do Norte). Municípios limítrofes: Tibau e Grossos (ao norte), Areia Branca (a nordeste), Serra do Mel (a leste), Açu (a sudeste), Upanema e Governador Dix-Sept Rosado (ao sul), Baraúna (a oeste) e Icapuí (a noroeste).Acesso:Mossoró pode ser alcançada pelas BRs 110, 304 e 405, além das rodovias intermunicipais.
Apesar de localizar-se no sertão, possui fácil acesso às praias, sendo Tibau (a 42 km) a mais próxima, seguida por Areia Branca, com a praia de Upanema (a 48 km), Ponta do Mel (a 53 km) e Morro Pintado (a 50 km).Área: 2.110,207 km²População: 241.645 habitantes (estimativa do IBGE/2008)Densidade: 114,5 hab./ km²Altitude: 16 metrosClima: semi-árido (com temperaturas médias mínimas de 22,5 graus e médias máximas de 33,3 graus.)Fuso horário: UTC-3


Poço pioneiro de produção de petróleo
Foto: Ivanaldo Fernandes


Economia:
Mossoró é o maior produtor de petróleo (em área terrestre) do país. Ocupa o mesmo lugar em relação à produção de sal marinho. Destaca-se, em nível estadual, a sua fruticultura irrigada destinada à exportação para a União Européia, os Estados Unidos e o Japão. O principal produto é o melão. Outros produtos que merecem destaque: cimento, cerâmica, tempero e castanha.
Extração de sal marinho
Imagem: WEB
Principais eventos:

O turismo também incrementa a economia. Durante o ano inteiro, são realizados eventos que atraem um número considerável de turistas. Entre eles destaco:

Vaquejada 1 - Porcino Park Center - em abril

Mossoró Cidade Junina (Um das maiores festas do Brasil) – de 11 a 28 de junho.

Esta festa já é conhecida nacionalmente.
Durante a mesma, acontecem, na Estação das Artes (espaço cultural da cidade onde funcionou a antiga estação ferroviária) e no adro da Igreja de São Vicente (onde foi ergida a trincheira para “receber” os cangaceiros - homens fora da lei - do bando de Lampião) concursos de danças (as famosas quadrilhas), rei e rainha do milho, shows musicais e teatrais merecendo destaque espetáculo “Chuva de bala no país de Mossoró" que conta a história da resistência, desta cidade, em 1927, ao grupo de cangaceiros que aterrorizava as cidades nordestinas naquela época.


Expofruit – em junho.



Festa do bode
Imagem disponível em: www.paginarural.com.br


Festa do Bode – entre os meses de julho e agosto.


Este ano acontecerá a sua 11ª versão no Parque de Exposições Armando Buá. É maior exposição de caprinos e ovinos do Rio Grande do Norte na qual os melhores expositores são premiados. Além disso, temos barracas com comidas típicas, bebidas e artesanato; realização de shows artísticos e culturais, festival de violeiros e repentistas, torneio leiteiro, seminário sobre caprinovinocultura (para orientação aos criadores e interessados em geral) e feira de animais, produtos e serviços.

Feira da Indústria e do Comércio da Região Oeste (FICRO) – em agosto.

Feira do Livro – em agosto.

Auto da Liberdade
na Estação das Artes Elizeu Ventania
Foto: Alexandro Gurgel

Auto da Liberdade – última semana de setembro.


Trata-se de um outro espetáculo teatral que é apresentado ao ar livre em um palco gigantesco montada na Estação das Artes. Dele participam mais de dois mil atores e figurantes. A encenação exalta o pioneirismo histórico dos mossoroenses englobando os quatro atos libertários de Mossoró: o Motim das Mulheres (1875), revolta feminina contra o alistamento de mossoroenses na Guerra do Paraguai; a Abolição dos Escravos (1883), cinco anos antes da Lei Áurea; a Resistência e vitória ao bando de Lampião (1927)e o Voto Feminino (1927), a inscrição da primeira eleitora na América do Sul, professora Celina Guimarães Viana. Ela é lembrada por ter antecipado em cinco anos a conquista do voto feminino no Brasil.


Festival Gastronômico – em setembro.

Vaquejada 2 do Porcino Park Center – em outubro.

Festa da Padroeira Santa Luzia – de 3 a 13 de dezembro.

A devoção dos mossoroenses à sua padroeira coincide com o nascimento da própria cidade. Na realidade, Mossoró originou-se de uma fazenda, de poucos hectares onde, hoje, localizam-se os bairros Paredões e Barrocas, chamada“Fazenda de Santa Luzia” cujos proprietários eram devotos desta santa. O sargento-mor português Antônio de Souza Machado, ao requerer uma autorização à Diocese para erguer uma capela, em sua fazenda, em homenagem à Virgem de Siracusa (para pagamento de uma promessa de sua esposa Rosa Fernandes), acabou atraindo várias pessoas e transformando aquela área em um povoado. Em l779, seis anos após a conclusão da capela (atualmente, Catedral de Santa Luzia), sua esposa trouxe, de Portugal, uma imagem desta santa que, até hoje, é conduzida nas procissões e peregrinações.




Roteiro turístico:*Catedral de Santa Luzia
*Templo sede da Assembleia de Deus
*Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte
*Portal do Saber
Igreja de São Vicente
(Ainda conserva as marcas das balas do
ataque dos cangaceiros de Lampião)
Imagem: WEB

Templo Central da Assembléia de Deus
Imagem: WEB

Catedral de Santa Luzia
Foto: Ivanaldo Fernandes


Praça Rodolfo Fernandes
(Praça do antigo Cine Pax)
Foto: Dilaine Azara


Praça Vigário Antônio Joaquim
(Praça da Catedral)
Imagem: WEB

*Palácio da Resistência (atual Prefeitura)
*UFERSA (antiga Escola Superior de Agricultura de Mossoró)
"IFRN - Escola de Petróleo
*Igreja de São Vicente
*Catedral de Santa Luzia
*Praça Vigário Antonio Joaquim
*Praça Rodolfo Fernandes


Espaço Arte da Terra
Foto: Ivanaldo Fernandes


Ginásio Pedro Ciarlini Neto
Foto: Gilnete Ferreira
Estádio Manoel Leonardo Nogueira
Foto: Ivanaldo Fernandes

*Espaço Arte da Terra (centro de gastronomia e artesanato)
*Estação das Artes Elizeu Ventania
*Museu Municipal Jornalista Lauro da Escóssia (Centro Cultural Manoel Hemetério - antiga cadeia pública)
*Museu do Petróleo
*Estádio Manoel Leonardo Nogueira
*Ginásio Poliesportivo Dr. Pedro Ciarlini Neto
*Memorial da Resistência de Mossoró
*Centro Empresarial Caiçara
*Teatro Municipal Dix-Huit Rosado
*Teatro Lauro Monte Filho
*Mossoró West Shopping
*Mercado Municipal

Memorial da Resistência
Imagem: WEB

Teatro Municipal Dix-huit Rosado
Foto: Ivanaldo Fernandes
Praça da Convivência
Imagem: WEB


Praça da Criança
Imagem: WEB

*Corredor Cultural (é um complexo formado por quatro praças temáticas que humanizou a Avenida Rio Branco. Espaço reservado ao turismo e à população, em geral, onde todos têm a oportunidade de passear, alimentar-se e assistir a peças teatrais, recitais poéticos, shows musicais e torneios esportivos). A avenida está assim dividida:-
- Praça da Criança
- Praça da convivência
- Praça de esporte
- Praça de eventos

Obs.: Ainda fazem parte do Corredor Cultural o Teatro Dix-huit Rosado e o Memorial da Resistência.

Hospedagem:

*Garbos Trade Hotel
http://www.hotelgarbos.com.br/
*Thermas Hotel e Resort
http://www.hotelthermas.com.br/
*Hotel Villa Oeste
http://www.villaoeste.com.br/
*Sabino Palace Hotel
http://www.hoteissabinopalace.com.br/
*Hotel Imperial
hotelimperial@uol.com.br
*São Luiz Plaza Hotel
http://www.saoluizplaza.com.br/
*Pousada Asa Branca
http://www.pousadaasabranca.com/
Garbos Trade Hotel
Foto: divulgação

Hotel Thermas
Foto: Rômulo Wagner


Restaurantes, pizzarias e lanchonetes:

*Candidu's Restaurante
*Flávio's Restaurante
*Moinhos Restaurante
*Germano's Restaurante
*Restaurante Travessia
*Xerife's Fast Food (Drive-Thru)
*Trattoria Bom Gosto
*Forno à lenha Pizzaria

Ensino Superior:

*Universidade do estado do Rio Grande do Norte (UERN)
*Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA)
*Faculdade de Ciências e Tecnologia Mater Christi*Campus da Universidade Potiguar (UnP)
*Campus da Faculdade de Enfermagem Nova Esperança (FACENE).

Um pouco mais de história:

Os primeiros habitantes da região foram os índios monxorós. Portanto, o vocábulo Mossoró é uma corruptela de monxoró. Por volta de 1600 já eram feitas referências às salinas em cartas e documentos da época. De acordo com o historiador Luiz da Câmara Cascudo, os holandeses Gedeon Morris de Jonge e Elbert Smiente andaram extraindo sal na região até 1644.
Em 1701, o Governador de Pernambuco, D. Fernando Martins Mascarenhas, concedia ao Convento do Carmo de Recife terras em Paneminha e, em volta destas, as sesmarias de Entrada, Freire e Amaro, sítios ainda hoje pertencentes ao Município de Mossoró. Seguiu-se a concessão de outras sesmarias a brasileiros e portugueses.
Por volta de 1760, o sargento-mor Antonio de Sousa Machado iniciava na Ilha das Oficinas (hoje Porto Franco, Município de Grossos) a preparação de carne salgada, exportando-a para o sul. Em 1770, era ele proprietário da Fazenda Santa Luzia, onde, em 1772, construiu a Capela de Santa Luzia, originando-se daí o povoado.
Até 1842, a capela de Santa Luzia pertenceu à freguesia de Apodi. Nesse mesmo ano, foi criada a freguesia de Mossoró. Em 1852, o povoado foi elevado à categoria de vila e, em 9 de novembro de 1870, recebeu foros de cidade.Fontes: Site da Prefeitura Municipal de Mossoró, Wikipédia e arquivos pessoais.

Dispersantes químicos usados em vazamentos de óleo geram polêmica.

A sequência de vazamentos de petróleo nos últimos meses no Brasil levanta discussões sobre a forma de controle desses acidentes. Na visão do Assessor da Diretoria da Agência Nacional do Petróleo (ANP) Silvio Jablonski, não há risco zero de vazamentos. Portanto, mesmo que sejam exigidos mais esforços das petroleiras, a forma de combatê-los é um debate constante.
Recentemente, Governo, ambientalistas e indústria ampliaram a discussão sobre o uso de dispersantes químicos no país. Eles funcionam como uma espécie de detergente contra a gordura, dissipando o óleo concentrado no mar. Foram usados no vazamento de Tramandaí, envolvendo a Transpetro, no Rio Grande do Sul, em janeiro, mas descartados no vazamento da Chevron, no campo de Frade, em novembro.
Setores do Executivo defendem que o uso de dispersantes químicos seja melhor regulamentado. Segundo a norma atual, o dispersante é usado somente se resultar em menor prejuízo ambiental, quando comparado ao efeito causado por um derrame sem qualquer tratamento. Também pode ser usado como alternativa ou, ainda, opção adicional à contenção e recolhimento mecânico, no caso de ineficácia desse procedimento.
A discussão sobre o uso de dispersantes foi ampliada porque o produto químico pode causar danos à fauna e à flora. O uso desses produtos é regulamentado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e para produzir, importar ou comercializá-los é preciso fazer registro no Ibama. Até novembro, estavam cadastrados dois tipos: Ultrasperse II e o Corexit EC 9500.
O Professor Luiz Horta, ex-diretor da ANP, defende o uso prioritário do sistema mecânico. Para ele, a vantagem é que esse sistema tira o óleo do mar, enquanto o dispersante o mistura com a água, e o óleo afunda:
- É como limpar uma pia suja. Primeiro, passa-se o papel toalha, mas depois é preciso usar detergente.
A Coordenadora de Clima e Energia do Greenpeace Brasil, Leandra Gonçalves, explica que o dispersante não acaba com o petróleo, mas quebra o produto em partículas muito pequenas, invisíveis a olho nu, que afundam no mar. Quando ocorreu o problema no Golfo, equipes do Greenpeace fizeram coletas na região e verificaram que existia toxicidade tanto de petróleo quanto do dispersante nos microcorais, que servem de alimentos para os peixes menores. Isso significa que os resíduos acabam atingindo toda a cadeia alimentar.
- A indústria de petróleo é de alto risco e precisamos ver se o país está realmente preparado para ela. É necessário ter um plano de contingência – diz.
Para o Professor Edmar Almeida, coordenador do Grupo de Energia do Instituto de Economia da UFRJ, as consequências do uso de dispersantes, se vão levar ao extermínio da fauna e da flora, dependem do tipo de produto químico utilizado e do tipo de concentração.
- Em geral, a posição das empresas é que o tipo de concentração de produtos químicos na água seria tão insignificante que não afetaria a água – disse.
Segundo o Professor, dependendo do tipo, o óleo desaparece por evaporação. Em outros casos, afunda e pode afetar a vida marinha. Ele considera que este tema ainda tem muito a ser pesquisado:
- Não existe uma visão pacificada entre os especialistas.
Recentemente, o Ibama emitiu nota técnica, encaminhada ao Instituto Brasileiro de Petróleo, propondo atualizações tecnológicas para prevenir vazamentos, como visualização aérea noturna com sistema infravermelho, que torna a identificação de manchas tão eficiente quanto a visão a olho nu durante o dia. A nota deve evoluir para um termo de referência que passaria a ser adotado por todos os produtores do país.
Com as informações – O Globo
Por Rodrigo Cintra

Nelsiane fala sobre seus primeiros embarques

Quando estamos na Escola, ansiamos pela Praticagem e quando estamos na Praticagem, só pensamos nos embarques como Oficial. Bem, a vida de Oficial é boa. Finalmente estamos recebendo o nosso tão esperado salário, mas também passamos a assumir responsabilidades e, como Oficial, você passa a ser responsável por seus subordinados e por seus deveres como profissional.
Desde que acabou a minha Praticagem, estou no meu terceiro embarque como Segundo Oficial de Máquinas, e já passei por situações de preconceito por parte das pessoas de outras nacionalidades, não só por ser mulher, mas simplesmente por ser brasileira, tais como, o serviço todo ser passado na CCM na língua natal dos outros oficiais, que não é o inglês, e eu ficar sem entender, ou, quando não entender alguma coisa em inglês, eles rirem de mim, e não é fácil, mas acho que muitos entendem como é isso, por que não fui nem a primeira e nem serei a última a sofrer esse tipo de preconceito.
Apesar disso, felizmente, eu pude também lidar com estrangeiros competentes e profissionais, com quem eu tenho aprendido mais coisas a respeito da Máquina e adquirido experiência com o dia-a-dia do serviço do Oficial de Máquinas. Como todo início, tenho cometido erros e acertos, aprendendo com os erros, que é o mais importante e assim construindo a minha carreira como Oficial de Máquinas.
Como tudo nessa vida tem seus prós e contras, e existe toda a diferença entre empresas, algumas tentam dificultar algumas coisas, quando somos inexperientes, como aconteceu comigo na hora de eu pedir minha demissão da primeira empresa onde embarquei como Oficial, Por outro lado, outras empresas são mais preocupadas com o bem estar do profissional, e são essas coisas que devem ser levadas em conta na hora de escolher a empresa, por que não é só a vida a bordo que conta. A assistência da empresa ao profissional também.
Agora que não é mais como o primeiro contato, tenho sentido mais falta de casa, tenho achado menos divertido e mais sério o trabalho, passei meu primeiro Natal e Ano Novo a bordo, datas em que essa saudade da família aperta mais…
Enfim, esse é meu trabalho e com o tempo também aprenderei a lidar melhor com a distância.
Por Nelsiane Carrara

Jovem chefiando velha guarda… Velha guarda chefiando jovem

Às vésperas de completar 50 anos de idade e 30 de profissão desde que entrei na Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante passei a refletir sobre a velocidade com que as coisas tem acontecido no nosso ambiente de trabalho e no mercado profissional.
Não preciso repetir o que todo mundo já sabe, que o mercado de trabalho impulsionado pela exploração do petróleo criou um descompasso entre a formação profissional e a necessidade de preencher as vagas disponíveis.
Esse fato gerou duas situações:
Promoção de jovens oficiais a posição de comando e chefia e o retorno de vários profissionais que estavam há muito tempo fora do mercado às funções que deixaram quando o mercado encolheu.
Criamos aqui uma situação inusitada, jovens chefiando ou comandando velhas guardas. Na MM de antigamente raramente encontrávamos essa situação, muito raramente, é verdade.
Nós jovens àquela época tínhamos como superiores hierárquicos profissionais que além de serem mais velhos eram muito mais experientes. Idade correspondia na grande maioria dos casos  a uma vasta experiência e conhecimento adquirido ao longo dos anos de mar, numa época que nem se cogitava um por um , onde o normal era ficar embarcado por mais de um ANO.
Hoje, com a  remuneração diferenciada que o mercado oferece e pela carência de profissionais,   voltam a atividade  profissionais que estavam  aposentados, e aqueles que se afastaram voluntariamente da profissão sem fazer cursos de aperfeiçoamento.  Envelheceram uns depois de anos de experiência mas desconectados das exigências da vida marinheira atual e outros sem a experiência pois não ficaram na profissão suficientemente para adquirirem-na.
Aos jovens , e este é o motivo do texto que escrevo, vai a recomendação de tratarem com respeito a experiência destes Oficiais inexperientes. Eles tem uma história de vida e apesar de não terem ficado tanto tempo na profissão como alguns jovens que os comandam ou chefiam, ou tem muita experiência e estão apenas “enferrujados” precisando se adaptar a nova dinâmica da profissão. Qualquer lugar  em que se trabalha, seja no mar , seja em terra o ser humano deve ser sempre o foco, as coisas só acontecem porque nós, pessoas estamos lá.
A educação desta geração trouxe hábitos que não são entendidos ou aceitos pelos mais velhos, é preciso navegar neste mar revolto do conflito de gerações com sabedoria para não deixar o seu comando ou chefia naufragar numa gestão sem resultados, numa perda de oportunidade de aprendizado e enriquecimento entre a troca de experiências entre gerações.
Já os velha guardas devem entender que a MM mudou, na época que começaram 25 , 30, 35 anos atrás MM era longo curso, navios mercantes, LLoyd Brasileiro para o mundo todo, Netumar para a América, Aliança para a Europa, Frota Oceânica para a Ásia, Flumar, Global, Norsul e tantas outras bem como graneleiros pelo mundo afora e Transpetro na linha do Japão e para todo mundo, não havia quase nada de offshore e plataformas de perfuração não impactavam na profissão.
Atravessaram o “boom” da Construção Naval no Brasil na década de 70 o inicio do fim da década de 80, o encolhimento da frota mercante nacional e o crescimento do offshore na década de 90 e o “boom” do século XXI.
Hoje o ritmo em que as coisas acontecem é numa velocidade impressionante, o mercado de offshore é que dita as regras das oportunidades de emprego e nos benefícios da classe trabalhadora. O computador virou equipamento default a bordo é imprescindível se familiarizar com este equipamento, não adianta resistir a essa tecnologia, portanto, busquem a familiarização.
Motor diesel continua sendo o mesmo tendo camisa, pistão, anel de segmento, a diferença é que hoje a informática está presente monitorando o equipamento através de PLC com comandos semelhantes a um computador.  Isso vale para Caldeiras, purificadores, destiladores, painéis elétricos. Hoje a partida dos equipamentos é pela tela do computador, se não tem familiaridade com o mouse, trackball , touch screen como é que fica?
Hoje o Oficial de Máquinas é encontrado como Supervisor de Manutenção, Subsea Engineer e até na Perfuração, bem como Oficiais de Náutica. Hoje as mulheres estão no mercado, algo impensável no passado com as particularidades de sua presença a bordo.
Comprem um notebook, façam cursos de informática, familiarizem-se com os sistemas informatizados de gerenciamento da manutenção,  e de monitoramento de equipamentos de navegação e praça de máquinas. Leiam o manual!!!!!!!!!!!!
Profissionais do mar sempre tiveram que ser autodidatas e hoje mais do que nunca isso é imprescindível ao homem do mar.
O mercado de petróleo face as peculiaridades da exploração não dá margem a erros que podem provocar acidentes com perda de vidas e impactos ambientais .
Gestão Ambiental hoje é tema central desta exploração, a legislação se torna cada dia mais exigente e deve ser conhecida de quem está na profissão.
Por fim, a você que não abandonou a profissão e, como eu, continua na ativa, fica um recado: entenda a “Geração Y” de Oficiais que está no mercado, são da geração dos seus filhos ou netos, nada difícil de lidar, mas é preciso entender como eles enxergam o mundo hoje e como vêem a profissão, não tem os parâmetros nem as nossas referências.
Só respeitam os superiores que demonstram serem dignos do respeito pela postura profissional, pelo conhecimento que demonstram, pela liderança natural. São autênticos, francos e sinceros e isso muitas das vezes choca os mais velhos. Testam você diariamente não se prendem a empresas, desejam crescimento rápido, aceitam serem orientados desde que admirem o mentor.
Este é o nosso grande desafio, precisamos conquistar os subordinados pelas nossas atitudes.
Os desafios profissionais do Homem do Mar do século XXI é grande e começa na reflexão que cada um deve fazer do momento atual.
Saudações maquibambas.
Chefe Paulino
Paulino de Azevedo Soares Neto – EFOMM 82-84 – OSM