TURMA DO PETRÓLEO

TURMA DO PETRÓLEO

sábado, 27 de abril de 2013


Para vice-reitor da UFF, engenheiros têm mais chances de sucesso profissional

Sidney Mello celebra aumento de alunos formados, parcerias e montagem de laboratórios
NNpetro - Adriano Nascimento -
O vice-reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Sidney Mello, declarou nesta quinta-feira (25), durante evento promovido pelo Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) e pela Sociedade dos Engenheiros de Petróleo (SPE), que a instituição tem realizado altos investimentos na área de engenharia do petróleo.
Mello, que preferiu não informar valores, destacou que o aumento no número de alunos formados, parcerias com grandes empresas, assim como a montagem de laboratórios de petrofísica são reflexos do trabalho que está sendo desenvolvido.
De acordo com o vice-reitor, o Brasil está com déficit muito grande de engenheiros de petróleo por falta de mão de obra qualificada. Desta forma, recomenda o curso de graduação para os alunos que se identificarem com física, matemática e que aspiram perspectiva de crescimento.
“Se formar em engenharia nesse país é ter uma condição de vida muita boa e capacidade de desenvolvimento profissional excelente”, conclui.
Segundo Mello, os profissionais formados pela UFF fazem a integração com a indústria de petróleo e gás com muita rapidez devido à sintonia da universidade com a necessidade do mercado de trabalho.
“Os alunos da UFF estão preparados para desenvolver conhecimento, principalmente nos cursos ligados ao setor de óleo e gás, pois os estudantes são muito críticos e possuem uma formação acadêmica excelente dentro da universidade”, afirmou o vice-reitor, nomeando o sistema implantado pela instituição como “ciclo virtuoso”.
Opinião: Concordo em partes,na indústria do petróleo e gás todos os niveis tem chance de crescimento, hoje o mercado necessita muito de técnico e operacionais em varios setores com qualificação especifica ( cimentação,fluidos,sub-sea,etc )
Prof.Valdson

Prominp inscreve para evento com mil vagas de emprego abertas

Objetivo do evento é aproximar empresas do setor de petróleo aos profissionais qualificados pelos cursos do Prominp
Redação NNpetro - 
Ex-alunos do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp) já podem se inscrever para o Conexão Prominp, evento que acontece em 22 e 23 de maio, em Macaé (RJ), com o objetivo de aproximar empresas do setor de petróleo e gás natural e profissionais qualificados pelos cursos do Prominp que estão à procura de emprego.
Os interessados que tiverem concluído pelo menos um dos 28 cursos do Programa, e que estejam sem vínculo empregatício, poderão se candidatar às mais de mil vagas disponíveis. Basta acessar o site do Prominp, fazer o download da ficha de inscrição e enviá-la preenchida por e-mail à coordenação do programa na bacia de Campos, por meio do endereço eletrônico: prominp-bc@petrobras.com.br.

O Conexão Prominp contará com a participação de grandes empresas da região que têm necessidade de contratação imediata de trabalhadores qualificados. As vagas estão abertas para as seguintes ocupações: ajudante de cozinha, almoxarife de bordo, aperfeiçoamento em técnicas em delineamento, apoio administrativo, auxiliar de limpeza, auxiliar de movimentação de cargas, caldeireiro, comissário, cozinheiro, eletricista de manutenção, instrumentista reparador, montador de andaimes, operador de movimentação de cargas, operador de sonda de perfuração, padeiro, pintor industrial, pintor industrial offshore, plataformista, saloneiro, soldador, taifeiro, técnico de mecânica aplicada a petróleo e gás, técnico de manutenção, técnico de planejamento, torneiro mecânico, torrista, turbomáquina com ênfase em instrumentação e turbomáquina com ênfase em mecânica.

Embora a participação no evento não garanta a vaga de emprego, o Conexão Prominp é uma grande oportunidade para os candidatos, que terão seus currículos avaliados e serão entrevistados diretamente pela área de recursos humanos de empresas participantes.

Banco de Currículos
Outra iniciativa do Prominp em aproximar seus ex-alunos com o mercado de trabalho é o banco de currículos online, disponível no Portal de Qualificação Profissional do site do Programa. O banco contém os currículos de todos os alunos e ex-alunos dos cursos do Prominp que podem ser consultados pelas empresas cadastradas no portal. Além disso, os alunos também podem ver as informações destas empresas e acessar dados, como telefone e e-mail para contato.

A Lei do Petróleo levará o Brasil à prosperidade ou à derrocada?

'A criação da empresa estatal Petro-Sal, responsável por gerir os contratos de partilha, já significou mudança nas regras do jogo'
Colunista Paulo Wrobel - 
Após a adoção da Lei do Petróleo em 1997, a produção do Brasil mais do que triplicou, enquanto a Petrobras passou a ser uma das maiores e a mais tecnologicamente sofisticada do mundo. Com a expansão da cadeia produtiva do setor de petróleo e gás natural no país, inúmeras empresas, pequenas, médias e grandes, nacionais e estrangeiras, entraram no setor, gerando empregos, renda, impostos, tecnologia e muitos outros benefícios econômico-sociais.
Em suma, de todos os ângulos que se possa olhar, o sucesso da flexibilização advinda da Lei do Petróleo demonstrou acerto. A regulação do setor, via Agencia Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), tornou-se um marco, apesar de certa politização em suas posteriores nomeações. Os leilões periódicos de novos campos atraíram novos parceiros para o setor, enquanto o sistema de concessão, adotado pela lei, garantiu receitas expressivas aos municípios, estados e governo federal, através de bônus de assinatura, royalties e participação especial.
A euforia nacionalista, que tomou conta dos dirigentes, e a ambição desmesurada de tornar o petróleo e o gás natural recursos que iriam catapultar o Brasil ao ranking de país desenvolvido acabaram por turvar o julgamento daqueles encarregados em decidir os rumos da exploração, que, ao que tudo indica, seja de reservas substanciais.
Em primeiro lugar, é sempre bom lembrar que os recursos naturais só se transformam em riqueza quando são extraídos do solo ou mar, criando emprego e renda. Até então, os recursos são apenas ambição e promessa. No caso do pré-sal, dada a complexidade que envolve a extração do petróleo e gás natural, a sofisticação tecnológica demandada altíssimos investimentos e um tempo bem longo de maturação destes investimentos. E, claro, há riscos associados à extração em local isolado, longe da costa e sem nenhuma infraestrutura disponível.
Em segundo lugar, baseado na experiência holandesa da descoberta de um grande campo de gás natural em 1959, cunhou-se a expressão “Dutch disease”, para definir o quanto a súbita exploração de recursos naturais abundantes pode trazer transtornos à economia, como, entre outros problemas, a excessiva valorização cambial e perda de competitividade do setor industrial. De lá para cá, muitos estudos têm apontado que países que se especializaram em intensa exploração de recursos naturais abundantes, principalmente em um produto como o petróleo, acabaram por desperdiçar os recursos e não atingir níveis melhores de prosperidade.
O Brasil possui economia bem mais complexa e, embora tenha se valido nos últimos anos de excessiva dependência das exportações de commodities agrícolas, não correria o risco de depender apenas de recursos naturais – sua economia é muito diversificada para isso. Mas corre o risco de excessiva dependência de uma empresa – a Petrobras – para desenvolver os campos do pré-sal. Com efeito, o regime de partilha adotado em dezembro de 2010, através da Lei no 12.351, em substituição ao regime de concessão, atribui encargos a Petrobras, além dos que já possui como empresa do “upstream” ao “downstream”, que podem dificultar seu plano de investimento e descapitalizá-la.
Segundo a legislação do regime de partilha, caberia à empresa, como operadora única (liderando os consórcios e administrando as reservas), ter participação de ao menos 30% em todos os novos campos do pré-sal. A criação da empresa estatal Petro-Sal, responsável por gerir os contratos de partilha, já significou mudança nas regras do jogo, muito embora ela só venha a ser operacional  quando os campos passarem a gerar renda. Os defensores do regime de partilha argumentam que neste regime o Estado arrecadaria mais e que, por ser “dono” dos recursos, poderia fazer com eles o que bem entendesse. Pelo regime de partilha foi criado ainda o Fundo Social, responsável por administrar os recursos advindos das receitas recebidas pelo governo na exploração dos campos do pré-sal. O Ministro da Educação já anunciou que 50% dessas receitas serão direcionadas a sua pasta.
Se olharmos um mapa de produção de petróleo no mundo, veremos que a grande maioria dos países que adotaram o regime de partilha são países menos prósperos, a maioria na África e Ásia, enquanto os países mais prósperos adotam o regime de concessão. Talvez aqueles países estejam querendo associar posse dos recursos naturais com prosperidade, risco que, nos últimos anos, tem demonstrado ser uma falácia.
O autor
Paulo Wrobel é economista, com mestrado em Ciência Política e doutorado em Relações Internacionais. Trabalha como pesquisador, analista e consultor, tendo se especializado em energia e geopolítica. Atualmente, é professor do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio.

A polêmica sobre o gás de xisto na Europa

'No fundo, o gás de xisto é uma autêntica revolução, mas ainda mais um sintoma da necessidade de extrair todas as gotas de combustíveis fósseis que o mundo moderno ainda carrega'
Colunista Paulo Wrobel - 
Especialistas sabiam há muito tempo que haveria grandes quantidades embutidas de gás metano a serem exploradas nas camadas rochosas xistosas. O que estaria faltando para desenvolver o setor seriam o aperfeiçoamento e a sofisticação da tecnologia e o estímulo comercial fornecido pela sinalização dos preços. Os Estados Unidos abraçaram com gosto a exploração das jazidas rochosas, fazendo com que o preço do gás de xisto no mercado doméstico americano alcançasse US$ 5 por mil pés cúbicos, menos de um terço do preço do mercado spot internacional. Dado estes números, a tendência seria que a exploração das rochas se tornasse, com o tempo, uma atividade global. Isso vem sendo feito aos poucos, mas nem todas as regiões e países exibem o mesmo entusiasmo.  
Nos Estados Unidos, o baixo preço do gás de xisto tem levado muitas empresas a reconsiderar seus planos de investimento em novas perfurações, uma vez que a lucratividade não compensaria. Discute-se se a saída para elevar os preços seria a exportação do produto, reduzindo a oferta para o mercado doméstico. De outro lado, os que são contra as exportações levantam o argumento da segurança energética. Até agora, apenas uma licença de exportação foi concedida. De fato, a regulação do setor nos Estados Unidos compete aos governos estaduais, e, até hoje, apenas dois estados, Nova York e Vermont, não permitem a exploração do gás de xisto no limite de seus territórios.
A China possuiria as maiores reservas conhecidas de gás de xisto, a seguir viriam os Estados Unidos, Austrália, Argentina, África do Sul e partes da Europa. Na Europa, no entanto, muitos países ainda se mostram reticentes quanto a explorar o produto. França e Bulgária anunciaram que renunciam ao direito de produzi-lo, por questões ambientais ou de política industrial, enquanto outros países avaliam a possibilidade da extração. Dado que o gás natural é mais barato que o petróleo na criação de diversos produtos derivados dos combustíveis fósseis, as grandes empresas europeias do setor petroquímico estariam pressionando os políticos europeus a aceitar a exploração das jazidas de xisto, uma vez que os concorrentes americanos estariam obtendo vantagens na oferta abundante e barata do gás de xisto.
A questão da exportação americana de gás de xisto não é tão simples como parece. O gás, diferente do petróleo, não é exportado em um mercado global, mas, sim, regionalmente. Na Europa, o gás natural americano deve competir com o gás de gasodutos transportado da Rússia e Noruega, e o GNL importado de países como o Qatar. A Rússia, por sua parte, não anda muito satisfeita com a potencial competição americana e, quem sabe, europeia na oferta de gás natural para o atraente mercado europeu, e tudo indica que ela deverá usar seu peso político e capacidade de produção de gás natural convencional para se manter como fornecedor da região.
Na Europa, mais do que nos Estados Unidos, as questões regulatórias, especialmente as ambientais, são grave empecilho para o desenvolvimento do setor. O gás de xisto implica não apenas na emissão de gases na atmosfera (o metano é 20 vezes mais poluente que o CO2), mas inclui outros fatores, como riscos sísmicos antropogênicos, consumo excessivo e contaminação da água. Ademais, como em toda atividade de mineração, a exploração do gás de xisto incorre em profundas alterações na paisagem.
O gás de xisto europeu teria que competir com o gás convencional abundante e barato dos atuais fornecedores - Rússia, Noruega, Argélia e Holanda -, mas reservas notáveis deste gás foram descobertas na Polônia, França e Noruega. Na Polônia, o país europeu que vem desenvolvendo mais seriamente a exploração das reservas de gás de xisto, o gás natural representa, hoje, apenas 15% da matriz energética. Além disso, a Polônia não possui experiência no setor de petróleo e gás, sem a infraestrutura necessária para a exploração. No fundo, o gás de xisto é uma autêntica revolução, mas ainda mais um sintoma da necessidade de extrair todas as gotas de combustíveis fósseis que o mundo moderno ainda carrega.
O autor
Paulo Wrobel é economista, com mestrado em Ciência Política e doutorado em Relações Internacionais. Trabalha como pesquisador, analista e consultor, tendo se especializado em energia e geopolítica. Atualmente, é professor do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio.

Com 29 projetos em 5 estaleiros diferentes, a Sete Brasil é pioneira em sondas para o pré-sal

Presidente da Sete Brasil avalia que país vive um boom no setor de construção naval
NNpetro - Júlia Moura - 
Precursores das sondas que irão explorar as camadas ultraprofundas do pré-sal, a Sete Brasil está hoje com 29 projetos em andamento em 5 estaleiros do país. O impacto da grande encomenda impulsiona o desenvolvimento técnico e econômico da indústria, além de gerar cerca de 110 mil postos de trabalho até 2020.
“Sabemos de nossa enorme responsabilidade para que todas as sondas sejam construídas e entregues dentro dos prazos e custos previstos, atendendo aos requisitos de qualidade e de conteúdo brasileiro, em bens e serviços exigidos pela Petrobras”, disse o presidente da Sete Brasil, João Ferraz, em entrevista ao NNpetro.
Ferraz não acredita em atrasos nos projetos, já que os prazos estabelecidos para os estaleiros brasileiros possuem uma margem de risco, baseada no desempenho dos estaleiros estrangeiros. “Por exemplo, enquanto estaleiros sul-coreanos necessitam de 24 meses para construir uma sonda do mesmo tipo que a encomendada pela Sete Brasil, junto aos estaleiros brasileiros, estes terão 48 meses de prazo total para construção dessas sondas”, explica.

1X) NNpetro – Quais são os riscos que a Sete Brasil está superando já que a construção de sondas brasileiras de perfuração do pré-sal é uma atividade pioneira no país? A quantidade de sondas é um desafio, além do investimento alto?
João Ferraz - A Sete Brasil nasceu a partir da percepção de que havia uma enorme necessidade de viabilizar o desenvolvimento da indústria naval brasileira. Todos os seus processos, procedimentos, mecanismos de mitigação de riscos e até seus acionistas e investidores têm em comum o viés de desenvolvimento de novos nichos no mercado de óleo e gás no país, para atendimento da enorme demanda que já está sendo gerada no desenvolvimento do pré-sal brasileiro. Sem dúvida que o pioneirismo dessa construção se reveste como um dos maiores riscos e desafios a serem enfrentados. Sabedores disso, e conhecedores dos exemplos bem sucedidos de indústrias semelhantes em outros países, a estratégia da Sete Brasil foi a criação de um modelo de negócios complexo que pudesse mitigar adequadamente os principais riscos. Um desses elementos é a geração de uma escala econômica que permita aos estaleiros, ao mesmo tempo, gerar uma rápida curva de aprendizado através da repetição da construção de sondas idênticas, atrair parceiros tecnológicos como sócios dos estaleiros que trouxessem processos fabris modernos e eficazes e maximizar a economicidade do empreendimento através do aumento de produtividade e redução de custos de construção.
Essa escala econômica só é possível de ser obtida através de uma grande quantidade de sondas a ser construída por um mesmo estaleiro. Ou seja, a grande quantidade de sondas que terá que ser construída no país acaba sendo um dos meios mais eficazes para viabilização técnica e econômica do próprio empreendimento. A partir do sucesso alcançado pelas sondas de última geração, que serão construídas pela primeira vez no Brasil, e que têm seus preços totalmente alinhados aos preços internacionais para os mesmos tipos de equipamentos, poderemos replicar o modelo para outros negócios que tenham perfis semelhantes. Apesar desse sucesso, sabemos de nossa enorme responsabilidade para que todas as sondas sejam construídas e entregues dentro dos prazos e custos previstos, atendendo aos requisitos de qualidade e de conteúdo brasileiro, em bens e serviços exigidos pela Petrobras.
2X) Quando serão entregues as primeiras e as últimas sondas? Com quanto de conteúdo local serão produzidas? Quais estaleiros irão construir as sondas e quantas? Os estaleiros brasileiros estão renascendo com a demanda do pré-sal?
A primeira sonda está prevista para ser entregue em meados de 2015 e a última no início de 2020. Os equipamentos terão um conteúdo local médio de 62%, variando entre 55% e 65%.
São 29 sondas produzidas entre cinco estaleiros: Estaleiro Atlântico Sul (Suape - PE) entregará 7 navios-sonda; Estaleiro Jurong Aracruz (Aracruz - ES), 7 navios-sondas; Estaleiro Brasfels (Angra dos Reis - RJ), 6 sondas semissubmerssíveis; Estaleiro Enseada do Paraguaçú (Paraguaçú - BA), 6 navios-sondas; Estaleiro Rio Grande (Rio Grande - RS), 3 sondas. Como cada estaleiro já garante capacidade plena de construção por um período que varia entre 8 a 10 anos contínuos, sem dúvida que as encomendas colocadas pela Sete Brasil ajudam diretamente a sua viabilização técnica e econômica. O país está vivenciando um boom no setor e boa parte das encomendas, que viabilizam esse crescimento, vem da construção das sondas para operação no pré-sal.
3X) Há uma preocupação dos estaleiros do Brasil não conseguirem cumprir com os prazos?
Quanto à possibilidade de atrasos, a Sete Brasil entende que todo o projeto idealizado pela Petrobras, para implantação do programa de construção de sondas no país, prevê uma série de mitigadores para esse risco, inclusive com um prazo para construção bem mais dilatado que o necessário por estaleiros internacionais mais experientes neste tipo de atividade. Por exemplo, enquanto estaleiros sul-coreanos necessitam de 24 meses para construir uma sonda do mesmo tipo que a encomendada pela Sete Brasil, junto aos estaleiros brasileiros, estes terão 48 meses de prazo total para construção dessas sondas.
4X) Quanto de apoio do BNDES a Sete Brasil terá para a construção das sondas do pré-sal?
O BNDES tem sido um parceiro fenomenal nesse empreendimento. Como principal banco de fomento do país, o BNDES percebeu que o projeto das sondas é estruturante e permitiria o desenvolvimento, modernização e consolidação da indústria de construção naval brasileira. A participação do BNDES nesse empreendimento é fundamental sob vários aspectos, tanto na construção das sondas quanto na construção e modernização dos estaleiros. Na área de financiamento das sondas, considerando que a política do banco é de financiar 80% do conteúdo local brasileiro e que o conteúdo local médio será de 62%, a participação do BNDES será de quase 50% de todo o investimento (Capex). Considerando que o complemento desse montante virá de capital próprio (25%) e de outras fontes de financiamento (25%), sem dúvida que o BNDES acaba sendo o grande vetor de viabilidade financeira do projeto.
5X) Qual é a geração de emprego esperada? Tem algum programa de desenvolvimento de mão de obra?
Deverão ser gerados mais de 110.000 empregos diretos e indiretos, de forma permanente e que serão mantidos, pelo menos, até 2020. A Sete Brasil, junto com seus parceiros operadores de suas sondas e outras organizações do setor, como o PROMINP, está concluindo um programa que pretende educar e treinar todos os profissionais que irão tripular as sondas em construção. Serão mais de 6.000 postos de trabalho diretos envolvendo diferentes categorias profissionais, e que estarão habilitadas para operar e manter as sondas já em 2015. Além dos treinamentos que são desenvolvidos pelos próprios estaleiros, para adequar e qualificar a sua própria mão de obra, a Sete Brasil, em parceria com a ONG Rede Cidadã, vem implantando o Projeto Conexão, cujo objetivo é promover o crescimento ordenado e sustentável da economia das pequenas cidades no entorno dos estaleiros e que serão impulsionadas pela construção de equipamentos para o pré-sal. Esse programa não se destina a gerar mão de obra para os estaleiros, mas sim melhorar a qualificação de mão de obra e prestar assessoria a pequenos empreendimentos necessários ao desenvolvimento sustentável das regiões afetadas pelos estaleiros, em diversos setores da economia