TURMA DO PETRÓLEO

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sábado, 9 de julho de 2011

Entrevista com João Ricardo Lafraia


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1) Qual a importância de se enquadrar a manutenção na origem dos projetos?A 5X Petróleo conversa com o presidente da Associação Brasileira de Manutenção (Abraman) João Ricardo Lafraia. Na entrevista ele fala sobre a logística de manutenção e da vida das máquinas e dos equipamentos para o setor petrolífero.
Otimização de custos. Quando uma empresa de capital intensivo desenvolve um projeto e, na sua concepção, já pensa em como será a manutenção dos ativos, ela prevê a aquisição de peças sobressalentes, a logística da manutenção e até a vida média das máquinas e dos equipamentos. Essa antecipação da manutenabilidade é uma visão da gestão integrada de ativos, que tem como consequência os melhores custos para as plantas.
2) Como podemos relacionar essa área ao setor petrolífero?
O setor de petróleo está dentro da chamada indústria de capital intensivo, que investe pesado na manutenção de seus ativos para que estes estejam operando com o máximo de produtividade. Por isso, é fundamental que, ao construir uma plataforma ou uma refinaria, as companhias de petróleo tenham uma visão integrada e definam os investimentos que farão em manutenção nos próximos anos. Essa conta pode ser mais cara ou mais barata, dependendo das facilities que forem criadas desde a concepção do projeto, passando pela montagem até a operação.
3) Quais prejuízos podem ser ocasionados a um projeto caso a manutenção não seja bem trabalhada?
Um exemplo simples explica bem as consequências de não pensar na manutenalidade durante o projeto. Imagine que, ao construir uma casa, o morador ponha uma calha para escoamento de água da chuva. Sem se preocupar com a manutenção, essa calha é instalada em um local de difícil acesso e, toda vez que precisa de reparo, o proprietário necessita montar um andaime para chegar ao local. Ou seja, isso acarretará um custo elevado ao longo de toda a vida do ativo. A mesma ideia pode ser expandida, em escala bem maior, para uma planta industrial. Desta forma, o objetivo da gestão de ativos é alcançar o custo ótimo para os projetos.
4) Como podemos identificar o ponto em que a manutenção pode passar a ser tratada como gestão de ativos, reduzindo custos e aumentando a produtividade?

A Manutenção é um dos componentes da Gestão de Ativos. A grande diferença da discussão atual é justamente como integrar a manutenção em todas as fases da vida útil do ativo. Podemos pensar, por exemplo, na compra de um carro. Quando se escolhe um modelo, o comprador leva em conta o custo da manutenção, se as peças de reposição são importadas e se a mão de obra precisa ser muito especializada. Todos esses pontos são cruciais para definir os investimentos que serão feitos nos próximos anos. Pensar na manutenção na concepção do projeto é justamente determinar o ponto ótimo de investimentos que serão feitos durante os próximos 20 ou 30 anos de vida do ativo.
5) A Abraman está trabalhando na Norma inglesa PAS 55, cujo cumprimento pode levar a uma nova identificação (futuro ISSO 55.000). Como está esse projeto?

A PAS 55 é uma norma de sistema de gestão de ativos. O texto define uma metodologia que servirá como um guia de como as empresas de capital de intensivo devem gerir seus ativos. A PAS 55 brasileira será uma ferramenta importante para que as empresas possam estabelecer os processos para uma boa gestão de ativos, otimizando o custo de vida total do ativo. Neste momento, a Abraman está fazendo a tradução da norma inglesa que será publicada no Brasil. Possivelmente, em dois anos, ela se tornará a ISSO 55.000.

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