TURMA DO PETRÓLEO

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sábado, 21 de abril de 2012


Comissionamento de Instalações Industriais 


O termo “Comissionamento” pode despertar em você lembranças de longas experiências de trabalho ou ser apenas um nome meio misterioso. Não se preocupe.  Se você já atua nesta atividade há muito tempo, perceberá que nossos próximos artigos trarão conhecimentos novos que poderão até mesmo surpreendê-lo; ao contrário, se este assunto é completamente novo para seus conhecimentos, saiba que o processo de comissionamento está sendo cada vez mais exigido em novos empreendimentos industriais como uma importante etapa dos projetos de capital das grandes corporações.A partir desta semana estamos iniciando uma série de artigos sobre Comissionamento em Instalações Industriais, direcionado para o segmento da indústria de Oil & Gas.
Com o crescente volume de novos investimentos no segmento de Oil&Gas, a falta de mão-de-obra qualificada têm sido uma das principais dificuldades na implantação e desenvolvimento de novos projetos. Especialmente na área de Engenharia Industrial, apresenta-se uma carência de engenheiros e técnicos qualificados que atendam ao perfil multidisciplinar necessário para atuação neste segmento, tornando-se desta forma indispensável à busca por uma especialização profissional.
Estes artigos sobre o Processo de Comissionamento têm como objetivo de contribuir com a formação desta qualificação de novos profissionais, além de proporcionar ao leitor o conhecimento multidisciplinar necessário dos conceitos e técnicas aplicadas ao Planejamento e Gerenciamento de Comissionamento e Partida de Plantas Industriais, apresentando de forma resumida a metodologia do processo e as ferramentas utilizadas para a execução das atividades de Comissionamento, considerando os aspectos gerenciais, técnicos e de segurança de processo, de forma clara e objetiva
Para entender a capacidade do comissionamento em alterar a situação descrita no artigo anterior, deve-se voltar ao início e lembrar as bases desta atividade: competência, experiência e confiança.  Esperava-se que os responsáveis pela sua realização possuíssem:
a) Conhecimento, habilidades e atitude de alto nível em suas áreas de atividade (em outras palavras, deviam ser líderes por competência);
b) Visão abrangente das necessidades e do funcionamento do empreendimento (visão de negócio);
c) Credibilidade advinda da competência, da experiência e do comportamento (autoridade moral).
Essas qualidades angariavam para esses profissionais o respeito das equipes e dos principais interessados e, associadas às posições que ocupavam na hierarquia, asseguravam-lhes autonomia para exercer suas funções sem interferências, além de uma visão de conjunto que era indispensável para que pudessem ter sucesso em sua atividade. Este quadro contrasta com a situação comumente encontrada nos dias de hoje, e aponta um primeiro caminho para que o comissionamento possa aumentar sua contribuição aos projetos atuais:
a) Nível de qualificação dos profissionais responsáveis por essa atividade;
b) Posicionamento adequado da atividade e de seus responsáveis na organização do empreendimento.
O primeiro quesito pode ser atendido através da seleção de profissionais que possuam as características citadas acima. Claro está que profissionais com este perfil são seniores, não se encontram pelas esquinas, e custam relativamente caro. Por outro lado, não é preciso um grande número deles; uma equipe de gestão de comissionamento normalmente não terá mais do que cinco ou seis pessoas desse nível. O que deve ser entendido pelos responsáveis do empreendimento é que o custo / benefício desta equipe é amplamente favorável, e não tê-la é sinônimo de problemas na fase crítica de transferência do ativo para o cliente / operador.
A posição do comissionamento na organização do projeto não é ponto pacífico, gerando polêmicas entre clientes, construtores e comissionadores. Essa polêmica é alimentada por dois pontos mal compreendidos: o método de trabalho do comissionamento e as relações que se formam no ambiente do projeto entre construtores, comissionadores e cliente. Sem entrar em detalhes, cabe notar que o método de trabalho do comissionamento difere conceitualmente do método da C&M, e que a ação do comissionamento coloca-o amiúde em desacordo com o construtor e alinhado com os interesses do cliente. Essas constatações sugerem que a subordinação usual do comissionamento à C&M merece reavaliação, de modo a não apenas eliminar as causas de conflito observadas como também devolver ao comissionamento a capacidade de integração que representa uma das maiores contribuições que esta disciplina pode oferecer a um empreendimento.

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