TURMA DO PETRÓLEO

TURMA DO PETRÓLEO

domingo, 30 de dezembro de 2012


Retrospectiva O&G 2012

Redação NNpetro - 
O NNpetro reúne os principais fatos do setor de Óleo e Gás no Brasil, que interferiram diretamente no mercado, na economia e política local e nos profissionais do setor. Mais um ano perdido sem leilões do petróleo, decisão dos royalties ficou para 2013, multa milionária por vazamento da Chevron e outros fatos importantes você lê aqui.
Mais um ano perdido sem leilões
Governo anuncia 11ª rodada de licitações 
Após quase quatro anos sem ofertar novos blocos de exploração de petróleo, o Governo Federal  anunciou em setembro o primeiro leilão do pré-sal para novembro de 2013. A licitação em áreas que não são do pré-sal está prevista para maio. A decisão veio após uma avalanche de críticas durante a abertura da maior feira do setor na América Latina, a Rio Oil & Gas, marcada pela cobrança por novos leilões. Coube ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, anunciar que a presidente Dilma Rousseff - ausente no evento - aprovou a realização da 11ª rodada em maio, com 174 blocos em terra e na margem equatorial, e o início de estudos para a 1ª rodada de licitações do pré-sal, sob o regime de partilha, em novembro do ano que vem. As datas exatas serão estabelecidas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).

Batalha dos Royalties
Decisão sobre os royalties do petróleo é adiada para fevereiro de 2013
Temendo a derrubada de vetos presidenciais estratégicos, o Palácio do Planalto conseguiu suspender uma sessão do Congresso e acabou por adiar para 2013 a definição sobre as regras de divisão das receitas do petróleo. Após tumultuadas reuniões, os parlamentares abandonaram a ideia de apreciar de forma sumária, em apenas um dia, os 3.059 vetos que há anos aguardam votação. Em dezembro, a presidente Dilma Rousseff vetou o projeto de lei aprovado pela Câmara no mês anterior. A questão envolve uma disputa entre Estados produtores de petróleo, que perderiam receita com as novas regras - e, portanto, são favoráveis ao veto -, e os Estados não produtores, que brigam por uma fatia da renda. Conforme o projeto atual, os grandes produtores, receberão 26,25% dos royalties. Já os Estados e municípios não produtores ficarão apenas com 1,76%. O veto também corrigiu o erro técnico, aprovado pelos parlamentares, que somava 101% dos percentuais de distribuição ao invés de 100%.

Perspectiva positiva
Brasil tem a melhor perspectiva na produção de petróleo, diz AIE
O cenário favorável no setor de óleo e gás brasileiro traz uma perspectiva de crescimento abrangente para o país. O Brasil tem a melhor perspectiva de crescimento na produção de petróleo mundial, segundo estudo da Agência Internacional de Energia (AIE). De acordo com a entidade, a produção diária vai crescer 3,5 milhões de barris até 2035, sendo a melhor fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). O estudo também informa que o Brasil será o segundo maior produtor de petróleo do mundo, perdendo apenas para o Iraque, cuja produção aumentará em 5,6 milhões de barris por dia, registrando 8,3 milhões barris até 2035.

Descoberta
Petrobras descobre pré-sal em Carcará
A Petrobras anunciou em agosto a descoberta de novo reservatório em poço no pré-sal da Bacia de Santos. Os novos dados apontam que a continuação da perfuração do poço 4-SPS-86B (4-BRSA-971-SPS), do prospecto Carcará, poderá se tornar uma das mais importantes descobertas da Estatal, ao lado de campos como Lula e Guará, todos em Santos. O poço de Carcará, situado a 232 km do litoral do estado de São Paulo, em lâmina d'água de 2.027 metros, com uma coluna superior a 400 metros de petróleo, contém excelentes características de porosidade e permeabilidade, sendo considerado pelos petroleiros um dos poços mais significantes do pré-sal brasileiro. A descoberta de Carcará já havia sido divulgada em 20 de março deste ano, mas a continuidade da perfuração surpreendeu a todos pelo gigante volume de óleo encontrado e ainda de ótima qualidade. Este reservatório ainda poderá entrar para a história do pré-sal no Brasil, sendo comparado com grandes descobertas como Lula (ex-Tupi) e Sapinhoá (ex-Guará).

Mão de obra
Corrida pela profissionalização do setor de O&G
O crescimento da economia brasileira, a crise externa e momento favorável do país com a descoberta do pré-sal, associados à escassez de mão de obra especializada atraem cada vez mais trabalhadores estrangeiros para o país. A falta de mão de obra qualificada em petróleo e gás continua sendo um entrave para a indústria nacional. Ferramenta para auxiliar a qualificação profissional do setor, o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp) realizou seis processos seletivos públicos e qualificou quase 90 mil profissionais em 185 categorias, todas voltadas para o mercado de petróleo e gás.  Mesmo assim, o número de vagas na área supera o número de profissionais qualificados. Até 2014, a demanda aumentará para mais de 200 mil trabalhadores qualificados. Com isso, a indústria de petróleo e gás e de inovação tecnológica pressionam o Governo para facilitar a entrada de profissionais especializados. Um grupo de trabalho envolvendo quatro ministérios foi montado em Brasília, coordenado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) para facilitar a entrada de trabalhadores estrangeiros qualificados no Brasil e, com isso, aumentar a competitividade da economia.

Posse de Graça Foster
À frente da Petrobras, habilidade política de Graça Foster é testada
Maria das Graças Foster assumiu em 13 de  fevereiro a presidência da Petrobras, em substituição ao economista José Sergio Gabrielli. A nova comandante da petroleira brasileira ocupava a diretoria de Gás e Energia da estatal. Reconhecida pelo mercado como uma profissional de perfil mais técnico que Gabrielli, Graça Foster tem a missão de liderar a maior empresa do país, acelerando projetos importantes.
A gestão de sete anos de Gabrielli passou por completa reformulação na administração de Graça, como prefere ser chamada. Além de afastar quatro diretores ligados ao ex-presidente logo após assumir, ela mandou rever todos os contratos relacionados a projetos fundamentais iniciados por Gabrielli, como a construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A presidente da estatal também determinou a fixação de metas "mais realistas", como definiu; além de estipular a aplicação de uma multa e a suspensão temporária de 16 dos 22 contratos firmados com o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Ipojuca (PE). O petroleiro João Cândido deveria ter sido incorporado à frota da Petrobrás Transporte (Transpetro) em 2010, porám isso só veio a ocorrer há pouco, com dois anos de atraso. As divergências entre Graça Foster e Gabrielli ficaram evidentes em 25 de junho, quando ela anunciou o plano de negócios da companhia para o período de 2012-2016, após três meses de revisão do trabalho desenvolvido na gestão anterior.
Conteúdo Local
Desafios da política de conteúdo local no Brasil
Fabricação de equipamentos, tecnologia nacional e contratação de serviços são os objetivos da política de conteúdo local brasileira. O consultor e sócio da PwC Brasil, Marcos Panassol, entrevistado pelo NNpetro, destacou o momento de descobertas do pré-sal brasileiro como a principal oportunidade para o país caminhar no segmento. Panassol lembra que as exigências da ANP para que as empresas adquiram insumos, bens e serviços estão associadas à avaliação de que a participação desejada não seria alcançada pela própria dinâmica do mercado, sem a interferência do Governo. A Petrobras vem trabalhando para desenvolver, a partir de 2013, fornecedores dentro de Arranjos Produtivos Locais (APLs) no entorno de grandes empreendimentos da companhia, como refinarias e pólos de construção naval e offshore. Em parceria com o Ministério do Desenvolvimento (Mdic) e com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a Petrobras definiu cinco projetos-piloto de APLs ligados à indústria de petróleo e gás: Rio Grande (RS), Itaboraí (RJ), Ipatinga (MG), Maragogipe (BA) e Ipojuca (PE).

Vazamento Chevron
Chevron aceita pagar R$ 311 mi por vazamento no Campo de Frade
O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro e a empresa petrolífera Chevron chegaram a um acordo no valor de R$ 311 milhões estabelecido em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) pelos vazamentos de óleo ocorridos em uma sonda de perfuração, no Campo de Frade, Bacia de Campos, em novembro de 2011 e março de 2012.  O MPF denunciou à Justiça a Chevron, concessionária do campo, a Transocean, operadora da sonda que perfurava o poço onde ocorreu o vazamento, onze funcionários da Chevron, cinco da Transocean e uma da Contecom, empresa contratada para armazenar o óleo recolhido. A Chevron foi responsável pelo vazamento estimado pela ANP em 3,7 mil barris de óleo, em novembro de 2011, no Campo de Frade. Em março deste ano, novos vazamentos, em proporções bem menores, ocorreram no mesmo local. Eles foram decorrentes do excesso de pressão aplicada na perfuração dos poços, o que provocou rachaduras nas rochas do leito oceânico, por onde vazou o óleo.

Corte de custos
Petrobras quer cortar R$ 32 bi em custos até 2016 
A Petrobras anunciou que pretende realizar corte de custos de R$ 32 bilhões nos próximos quatro anos. De acordo com a estatal, a meta será alcançada progressivamente a partir de 2013. A busca por eficiência, de acordo com a Petrobras, se dará em todos os setores. Para isso, foram planejadas mais de 500 iniciativas de redução de custo em áreas como exploração e produção, refinaria, transporte, gás e fertilizantes. O anúncio foi feito dois dias após a agência de avaliação de risco Moody’s ameaçar rebaixar a nota da estatal, devido aos “crescentes níveis de dívida”. Em quatro anos, a Petrobrás elevou em US$ 12 bilhões seu programa de investimento, em comparação com o planejado anterior. O plano de negócios da Petrobras até 2016 é de US$ 236,5 bilhões. Desse total, quase US$ 142 bilhões (60%) serão destinados à exploração e produção, o que significa uma injeção de demanda por máquinas, serviços e equipamentos da cadeia petrolífera, que já representa 12% do PIB nacional. Os acionistas reagiram mal ao anuncio do plano e as ações da empresa caíram na Bolsa  de Valores.
Programa de Capacitação NN
A indústria de Óleo e Gás está em constante capacitação e expansão. O profissional do setor, em sintonia com o mercado, deve buscar alinhar experiência com novos conhecimentos. Em 2012, o Programa de Capacitação NN (PC NN) realizou 11 cursos, com duração máxima de 16 horas, entre eles: Workshop Conteúdo Local, Logística do Petróleo e A Indústria de Óleo & Gás + Desenvolvimento do Pré-sal em Santos. Participaram dos cursos empresas de peso como: Petrobras, EBX, Exxon Mobil, Estaleiro Atlântico Sul, Schlumberger, Aggreko, Aker Solutions e Rolls Royce. Para o próximo ano o PC NN tem agendado os cursos Regimes Aduaneiros Especiais Aplicados à Indústria de Óleo & Gás e Conteúdo Local, sucesso entre os participantes, além de outras novidades na área de logística e O&G.

Nenhum comentário:

Postar um comentário