TURMA DO PETRÓLEO

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terça-feira, 17 de maio de 2011

Entrevista com José Alci Alves da Silva

A 5X petróleo dessa semana é com o auditor e consultor QSMS, José Alci Alves da Silva. Na entrevista, ele fala sobre os riscos que a construção de uma plataforma de gás pode causar no meio ambiente e quais providências podem ser tomadas para fiscalização e prevenção de acidentes.
1)Quais os riscos ambientais que uma plataforma de gás pode trazer para o meio ambiente. Há alguma diferença específica para uma plataforma que explora petróleo?

Os riscos são semelhantes a  qualquer tipo de atividade: Físicos, Químicos, Biológicos, Ergonômicos e de acidentes.  Estes deverão ser levantados a partir de um “Risk Assessment”, método HAZOP, com pessoal/ equipe multidisciplinar para identificação,  controles e ações para eliminação dos riscos que deverão ser declarados em uma Planilha de Levantamento de Aspectos , Impactos , Perigos e Riscos,   iniciando-se no Controle Operacional, e a deflagação de treinamentos de toda a equipe de  de trabalhadores em todos os níveis, dos aspectos, impactos, perigos e riscos dos locais de trabalho.

Os riscos de uma plataforma de gás e petróleo são semelhantes, porque os dois geram produção de gás e o risco de fogo e explosão são iminentes caso não se trabalhe de forma sistemática na prevenção destes riscos.  Com este estudo também se avaliam os cenários para Atendimento e Respostas a Emergências.

2) Qual o custo de uma plataforma hoje? É mais viável do que no mercado internacional?

A plataforma de Mexilhão 1 realizou o contrato  inicial ao custo de R$ 1.100.000,00 (Um bilhão e cem milhões de reais) e desbancou os grandes centros navais mundiais, mudando paradigmas para a construção de plataforma do tipo jaqueta, no Brasil.  E a Petrobrás realizou com a empresa Estaleiro Maua a parceria e  a administração do negócio em forma de EAP – Estrutura Analítica de Projeto, o que mesmo sendo um processo moderno de administração, propiciou o acompanhamento direto dos custos e também com relação aos controles dos riscos ambientais: assegurando a garantia de 0,25% do total do projeto do custo inicial mencionado acima, aplicado específicamente para QSMS&RS (Qualidade,Segurança, Meio Ambiente, Saúde e Responsabilidade Social),  o qual,  tivemos o prazer de gerenciar.  O custo, sem sombra de dúvidas  muito mais viável que o mercado internacional, e mantendo assim divisas para o nosso país.

3) Quais os passos de construção de uma plataforma, resumidamente?

Planejamento & Projeto; Qualidade, Saúde, Segurança; Meio Ambiente e Responsabilidade Social; Engenharia; Construção e Montagem da Jaqueta; Construção e Montagem dos Módulos; Comissionamento
Translado da Jaqueta para a Bacia de Santos

4) Qual a capacidade de produção de gás na plataforma de Mexilhão, e qual o volume máximo de gás que uma plataforma pode produzir e armazenar?

Descoberto em 2003 a capacidade de processamento será de 15.000.000 m3 (quinze milhões de m3) de gás e 20.000 (vinte mil barris) de condensados por dia. Segundo dados da Petrobras.

5) Sempre escutamos de acidentes nas plataformas, de funcionário acidentado, plataformas sem manutenção e etc. Quais os principais motivos de acidentes em plataformas e por que não há manutenção, fiscalização regularmente? O que falta das autoridades para uma melhora?

Acompanhei todo o processo de construção da plataforma durante 4 anos  e chegamos a marca de 5.000.000 (cinco milhões) de horas sem acidentes com afastamento, 95% de conformidades nas oito auditorias realizadas no Sistema de Gestão de QSMS e desenvolvemos um projeto Piloto de Gestão de 3Rs em conjunto com a Petrobrás, nos canteiros de obras da Unidade 02 e 03 Ilha do Caju e Caximbau/RJ. Com relação a minha experiência off shore entendo que o Brasil precisa, de uma forma geral aumentar os escopos de certificação de Sistemas de Gestão de Qualidade, Segurança&Saúde Ocupacional e Ambiental baseados nas Normas da ABNT (ISO 9001:2008, ISO 14001:2004 e OHSAS 18001:2007) em todos os segmentos industriais e principalmente na prospecção de petróleo e gás devido ao risco, porque só com gestão teremos um gerenciamento auditado, acreditado e consequentemente aplicando-se as normas, e a legislação de forma a que a Alta Direção sejam os  responsáveis pelos seus desdobramentos e implantação dos ítens das normas.

Como temos a certeza de que 96% dos incidentes são provocados por atitudes e comportamentos, só com uma política de tramento dos desvios e sólidas Análise Críticas pela Alta Direção poderão acompanhar com eficácia, os Sistemas de gestão. Para complementar os Órgãos governamentais precisam realizar inclusões nas suas atividades de gestão entendendo  a importância do gerenciamento no âmbito federal, estadual e municipal semelhantes aos grandes empreendimentos particulares e não como são executados como fiscalização, baseadas em conceitos ultrapassados, como ocorre atualmente e sem o propósito de motivação para da prática da “Gestão”. Não podemos deixar de reconhecer alguns avanços no Brasil em estados como São Paulo e Rio Grande do Sul, mas ainda é lento em relação ao tamanho da nosso Brasil, na busca de : Valores Éticos; Atuação Responsável. Comportamento Seguro e Saúde do Trabalhador.

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