TURMA DO PETRÓLEO

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terça-feira, 19 de julho de 2011

RN: onde tudo começou

Muita gente tem perguntado como começou a exploração de petróleo no RN. 
Pouca gente sabe que o estado é o maior produtor terrestre do pais e o segundo na produção geral só perdendo para o RJ.
Essa matéria de Karla Larissa fala um pouco. 

RN: onde tudo começou

Os primeiros registros de ocorrências de indícios do petróleo em território brasileiro foram feitos em Apodi.

Por Karla Larissa


A história do petróleo no Brasil começou no Rio Grande do Norte. Foi no estado que foram feitos os primeiros registros de ocorrências de indícios do chamado “ouro negro” em território brasileiro. A descoberta foi feita ainda no final do século 19 pelo padre Florêncio Gomes, no município de Apodi. Mais de um século depois do início dessa história, o RN é o maior produtor terrestre de petróleo do país.

“Em um dos recantos da lagoa desta vila (do Apodi), que está mais em contato com as substâncias minerais da serra, tem-se coalhado, em alguns anos, uma substância betuminosa, inflamável e de boa luz, semelhante à cera, em quantidade tal que se podem carregar carros dela”, registrou padre Florêncio Gomes.

Desde este primeiro escrito até a confirmação da existência de petróleo em terras potiguares se passaram várias décadas. Antes, foi necessário que vários pesquisadores e pessoas influentes insistissem que a Bacia potiguar era fértil para a produção do óleo.

As primeiras indicações de caráter científico são do geólogo norte-americano John Casper Branner. Em fevereiro de 1922, ele publicou “Oil Possibilities in Brazil” (Possibilidades de óleo no Brasil). “Parece inteiramente possível que esta zona contém petróleo onde ela se alarga para o interior, como na Bahia, até 300 milhas, e Mossoró, no estado do Rio Grande do Norte, e Maranhão (...)”, escreveu.

Em 1929, o brasileiro Luciano Jacques de Morais reafirmou a suspeita ao escrever o trabalho “Possível Ocorrência de Petróleo no Rio Grande do Norte”, no qual apontou a necessidade da realização de estudos mais minuciosos no território potiguar. “O terreno cretáceo do RN é particularmente interessante para a possibilidade da ocorrência de petróleo, por ser marinho, fossilífero e apresentar-se cortado por eruptivas”.

Mas foi o médico Paulo Fernandes quem primeiro cobrou pesquisas do petróleo para o estado, mas precisamente em Apodi. Em 1947, no trabalho “Abastecimento d´água e pesquisa de petróleo na região Nordeste”, ele descreveu “o aparecimento de gases em cacimbas abertas em pontos diferentes do chapadão do Apodi, havendo até uma delas, no Riacho d Mata, em que se observavam manchas características de óleo sobre a água”.

No mesmo ano, o pesquisador Vingt-Un Rosado listou todos os trabalhos e pesquisadores relacionados com petróleo no RN, tornando-os públicos.
Quase uma década depois, em 1956, a Petrobras resolveu fazer a primeira sondagem no Rio Grande do Norte, na região de Gangorra, município de Grossos, que não surtiu bons resultados.
Na sondagem foi verificada a existência de óleo, mas segundo escreveu o presidente da Petrobras, Janary Gentil Nunes, em carta ao então presidente da República Juscelino Kubitschek “na sondagem pioneira de Gangorra, à profundidade compreendida entre 435 e 510 metros, foi constatada, uma formação arenítica com fraca impregnação de óleo”.

O Rio Grande do Norte só voltou a despertar interesse da Petrobras em 1965, quando foi enviada uma equipe de geólogos para estudar a Bacia Potiguar. No mesmo ano, Vingt-Un Rosado, que tem forte participação na história da produção do petróleo no estado, profetizou: “Um dia as torres (as sondas) voltarão ao sagrado chão de Mossoró e dirão muito alto que John Casper Branner, o sábio de Standford, e Luciano Jacques de Morais, o grande geólogo Patrício, estavam certos, absolutamente certos, quando há 43 e 39 anos, respectivamente, falaram do petróleo mossoroense”.

No ano seguinte, a Petrobras divulgou esclarecimento afirmando que apesar de fracos os resultados obtidos, a Bacia Potiguar, tinha condições de gerar petróleo e que independente dos resultados obtidos na análise de óleo do poço, continuaria estudando a região.

Apesar do grande potencial terrestre do estado, as atividades petrolíferas do Rio Grande do Norte tiveram início no campo marítimo de Ubarana, em Guamaré, em 1976, três após ser descoberto.

O campo de Ubarana já produzia um volume de doze mil e seiscentos barris por dia, quando foi feita a primeira descoberta de fato de petróleo em solo potiguar, aliás, totalmente por acaso.

Um dia antes da inauguração do hotel Thermas, em Mossoró, foram abertas as torneiras para encher as dez piscinas no hotel. No outro dia, as piscinas estavam cheias de óleo.

Quase um mês depois, em 27 de outubro de 1979, entrou em operação o poço MO - 14, de onde saiu o primeiro carregamento de petróleo produzido na porção terrestre da Bacia Potiguar, de 27 mil litros. Até hoje, o MO -14 está em pleno funcionamento.
32 anos
Nesses 32 anos, o Rio Grande do Norte se tornou o segundo maior produtor de Petróleo do país e o maior produtor terrestre. Durante esse período, a Petrobras investiu 21 bilhões de dólares. A produção do petróleo no estado tem promovido ao longo desse período um desenvolvimento econômico e social de dezenas de municípios.
Atualmente a produção do estado é de 70 mil barris por dia, com a previsão de ultrapassar os 100 mil até 2011.

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