TURMA DO PETRÓLEO

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domingo, 27 de maio de 2012


Entrevista com Matt Underhill

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O diretor global da área de expertise da Hays Oil & GasMatt Underhill, é o entrevistado da 5X Petróleo desta semana. Formado em Engenharia pela Universidade Bath, no Reino Unido, Matt passou dois anos de sua vida trabalhando e viajando pela Ásia Oriental e Austrália. O executivo teve participação na gestão dos escritórios da Hays e, após destaque na função de gestor foi promovido para o conselho da Australian Partnership for Advanced Computing (Apac). Sempre a frente das operações, Matt contribuiu para a expansão de novas fronteiras da Hays - a qual possui filiais na China e Japão.
Na entrevista, Matt Underhill aborda temas ligados à indústria de petróleo e gás, destacando os desafios do setor, a falta da mão de obra qualificada, a remuneração dos funcionários estrangeiros da área de O&G na América do Sul e o comportamento deste mercado no futuro.
1X)NN - Como os profissionais da área de petróleo e gás podem vencer os desafios deste setor e traçar novos caminhos para almejar cargos de destaque?
Matt - O grande caminho é a especialização de funcionários dentro da cadeia hierárquica para atuar com petróleo e gás, por meio de escolas voltadas para esta área. A carreira nessa área é recompensadora. É uma indústria que remunera bem financeiramente, mas que também exige várias qualificações, por ser muito técnica. É preciso entender a natureza da área, estar familiarizado com os ambientes extremos onde a atividade se desenvolve, e também com os requerimentos de segurança, além das grandes peças mecânicas, que são um desafio pelo ponto de vista da engenharia. Executivos, também precisam ser muito comprometidos e entusiastas para abraçar a profissão, que exige flexibilidade para viajar pelo mundo e mudar de país, conhecimento de estruturas, sistemas e metodologias que se atualizam rapidamente.
2X)NNDe acordo com as informações no The Oil & Gas Global Salary Guide 2012, os profissionais estrangeiros do setor de O&G recebem maiores salários na América do Sul. Qual é a sua visão referente a este mercado salarial no Brasil e quais são as médias salariais das principais áreas deste setor?
Matt - No Brasil os salários estão altos e estamos importando menos mão de obra. A média salarial da área no Brasil subiu 27,6% de 2010 para 2011, chegando a R$ 215.457 ao ano. Os profissionais estrangeiros são melhores remunerados em alguns países da América Latina, já que eles trazem novos conhecimentos do exterior, estão em determinada região enviados por suas empresas, dominam outras línguas, e muitas vezes suas empresas estão sediadas em outros lugares do mundo. Se ganha muito dinheiro neste mercado, posições de destaque como Sênior Business Development Manager têm um salário entre R$ 22 mil e R$ 30 mil, já um Superintendent Drilling ganha um salário entre R$ 35 mil e R$ 45 mil.
3X)NN - Atualmente o Brasil é o país que mais se destaca no setor de petróleo e gás, porém isso faz crescer a carência de profissionais qualificados para cargos do alto escalão e de média gerência, principalmente no setor da indústria naval. Quais seriam as soluções cabíveis para estes problemas atuais?
Matt – A indústria Naval tem sim relação com o setor de Oil & Gas, mas não posso falar tanto pelo mundo de transportes em si. O que eu posso dizer, é que há muitas oportunidades no Brasil, onde estão sendo construídos navios e portos, um número acima do normal em relação a outros lugares do mundo. Isso, certamente atrai engenheiros que poderiam atuar no setor de Oil &Gas.
4X)NN - Com investimentos bilionários, o setor de O&G, especialmente no Brasil, não se abalou com a crise e nem com as variações no preço do petróleo. Você acredita que o mercado continuará aquecido por muito tempo?
Matt - Sim, o cenário é otimista. A menos que tenhamos um cenário econômico muito desfavorável, no Brasil a área está menos exposta a recessão que em outros lugares. Se a área sofrer impactos em outros lugares do mundo, lógico que isso prejudica o mercado de trabalho, porque haverá mais pessoas no mercado e o preço da mão de obra diminuirá.
5X) NN- O número de estrangeiros e de brasileiros repatriados nas companhias vem aumentando consideravelmente, só em 2011 houve um aumento de 25,9%. Esse movimento de importação de mão de obra qualificada de outras regiões é positivo ou negativo para o Brasil?
Matt- A tendência é que isto seja positivo, já que a importação de mão de obra estrangeira traz novas experiências para o mercado de trabalho brasileiro. Por outro lado, alguns acordos prevêem que tanto a importação de capital humano quanto a de equipamentos estrangeiros para o setor de petróleo não devem exceder determinada porcentagem, evitando que a mão de obra brasileira sofra danos. Além disso, o número de brasileiros trabalhando fora do Brasil está diminuindo. Eles estão voltando para casa pelo atual momento do mercado e também para ganhar mais dinheiro. Os profissionais estrangeiros que estão aqui suprem carências técnicas específicas ou estão aqui já enviados pelas empresas.

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