TURMA DO PETRÓLEO

TURMA DO PETRÓLEO

sexta-feira, 19 de abril de 2013


É inimaginável viver sem petróleo?

Para bióloga, energia nuclear é uma boa alternativa ao petróleo
Colaboradora Rachel Ann Hauser Davis - 
Viver sem o petróleo. Inimaginável? Difícil, sim, mas não impossível. Basta a sociedade finalmente perceber que o petróleo é um bem finito, e que mais tem feito mal do que bem. É claro que o seu uso há décadas vem impulsionando o desenvolvimento de diversas tecnologias. Sem o petróleo, com certeza a vida teria sido mais difícil e o desenvolvimento social que vimos ao longo dos anos seria bem diferente. Porém, para esta autora, o petróleo atualmente faz mais mal do que bem. Derramamentos, metais pesados, hidrocarbonetos, contaminação, toxicidade, mutagênico, morte de animais e de plantas por sufocamento, câncer de diversos tipos... A lista dos males que este combustível fóssil acarreta poderia continuar por páginas.
Opções, como já comentei em outros textos, existem e precisam apenas de investimentos. Então a desculpa de que “é impossível” realizar essa mudança não procede. Alguns países já têm se dado conta disto. A Suécia, por exemplo, quer eliminar todas as fontes de combustíveis fósseis até 2020, substituindo-as por opções limpas e renováveis. Atualmente, os investimentos maiores no país são na área do desenvolvimento da biomassa, aumentando o uso de recursos vindos de florestas. Assim, uma primeira alternativa ao petróleo seria o biodiesel, uma fonte renovável e menos poluente que o petróleo, mas ainda assim poluente. Outros tipos de energias, como a eólica, solar e a hidroelétrica são também opções extremamente interessantes, e que deveriam receber mais investimentos.
Uma fonte de energia que é pouco discutida como forma de substituir o petróleo é a energia nuclear. Uma pequena pincelada neste assunto mostra que a energia nuclear pode ser considerada energia limpa. O que é necessário é apenas cuidado. Segundo especialistas, o lixo atômico permanece radioativo por séculos, mas não emite poluentes para o meio ambiente se for devidamente descartado. De acordo com o pesquisador britânico James Lovelock, bastaria uma carga equivalente a dois caminhões de urânio (elemento metálico barato e abundante), vindos de países estáveis como Canadá ou Austrália, para se obter energia suficiente para abastecer cidades ou até mesmo países.
 A emissão de gases ácidos é zero. Poeira e resíduos tóxicos? Nada. Resíduos? O equivalente a alguns baldes. Os benefícios da utilização da energia nuclear em vez de combustíveis fósseis são irrefutáveis. Quase um sétimo da energia consumida em todo o mundo é gerada por 438 reatores nucleares. Na França, 59 reatores nucleares geram 78% da energia necessária ao país. De acordo com o cientista nuclear Bruno Comby, a energia nuclear gerada pela França, além do baixo custo, reduz em 90% a poluição por dióxido de carbono no setor de energia. Todo o resíduo radioativo produzido pelo Reino Unido, em 50 anos de operações nucleares, seria suficiente para encher um recipiente de apenas 10 m3. O pesquisador se pergunta: por que estamos tão preocupados com um recipiente de 10 m3, se isto não é nada em comparação aos 13.700 km3 de dióxido de carbono produzidos pela queima de combustíveis fósseis? A poluição produzida todos os anos pelo petróleo é suficiente para, com sobra, cobrir as Ilhas Britânicas com uma nuvem espessa de 10 metros de altura.
Precisamos evoluir, e pensar em fontes de energia mais eficientes e menos danosas, pois corremos o risco de poluir o planeta a tal ponto que não será mais possível a sua recuperação, matando milhares, ou centenas de milhares, de espécies da fauna e flora, inclusive o Homo sapiens.
A autora
Rachel Ann Hauser Davis é bióloga, Doutora em Química Analítica pela PUC-Rio, professora visitante da UNIRIO e pesquisadora da PUC, UERJ e UNIRIO.

Nenhum comentário:

Postar um comentário