TURMA DO PETRÓLEO

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quinta-feira, 5 de abril de 2012


Entrevista com Miriam Ferraz

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A 5X Petróleo dessa semana é com a gerente do Programa de Internacionalização da Cadeia Produtiva de Petróleo e Gás (ProInter P&G) pelo Sebrae-RJ, Miriam Ferraz. Na entrevista ela fala sobre a importância do Programa para a indústria de petróleo e gás e o cenário das empresas exportadoras para o esse ano.

1X Qual a importância do Programa de Internacionalização da Cadeia Produtiva de Petróleo e Gás? Quais os principais pilares do ProInter?
Desde 2009, trabalhamos criando soluções para que a cadeia de fornecedores do segmento de Petróleo, Gás e Energia, possa desempenhar papel significante no mercado internacional. O interessante é que trabalhando com este foco, acabamos por garantir para nossas empresas o mercado nacional, hoje invadido por empresas similares, estrangeiras, que chegam ao País acompanhando as operadoras de seus países.
Os resultados inquestionáveis estão aí. Incremento nas exportações, formação de joint ventures, formação de rede de cooperação, entre outros. Como sentimos a relação estreita entre o segmento naval, agora nosso programa incluiu este segmento nos nossos objetivos. Os principais pilares do projeto são: Inteligência Competitiva, Promoção Comercial, Formação de capital intelectual, Transferência Tecnológica e disseminação da cultura de internacionalização.
2X) O governo está adotando uma série de medidas para proteger a indústria local, reduzindo a carga tributária (IOF) para as empresa de exportação e travando queda de braço com o dólar. Como a Sra prevê o atual cenário das empresas de exportação para esse ano em relação a 2011?
Sempre trabalhamos alinhados com a política do governo. Medidas protetoras de mercado local é uma prática utilizada por muitos países, não é uma invenção nossa e não poderia deixar de ser adotadas por aqui. Independente disto, procuramos fazer nosso dever de casa, por exemplo: quando incentivamos uma transferência tecnológica, estamos buscando promover a melhoria dos diferenciais competitivos de nossas empresas, agregando valor a estes. Na verdade, esta ação faz com que nossas empresas tornam-se mais competitivas na medida em que passam a oferecer produtos e serviços de melhor qualidade.
3X) No final de abril o ProInter P&G vai participar da Missão Tecnológica à OTC, a mais importante feira do mercado mundial do setor de petróleo e gás, afim de promover o intercâmbio tecnológico entre empresas brasileiras e estrangeiras. Qual a importância estratégica dessas missões para as empresas brasileiras?
O SEBRAE tem grande tradição em promover missões internacionais, tanto dentro do País como fora dele. O ProInter não poderia deixar de participar da mais significativa feira do segmento de Petróleo e Gás, a OTC. Este já é um caminho por nós conhecido, não é a primeira vez que marcamos presença por lá.
A importância de nossa participação, melhor dizendo, de nossas empresas, é estar presente em um ambiente onde se encontram as grandes operadoras, epecistas e outros agentes do mercado, onde as oportunidades de negócios seguem a mesma dimensão. Neste ano estaremos acompanhando 41 empresas, todas do segmento e que, de alguma forma, foram atendidas por alguns dos pilares de nosso programa.
4X) Os recentes vazamentos da Chevron na bacia de Campos deixaram nos perguntando se existe tecnologia suficiente para perfurar esses blocos na camada pré-sal. A Noruega se destaca como o principal mercado de inovação na cadeia petrolífera. Como o Brasil pode superar esse gargalo e os investimentos da Petrobras em Ciência e Tecnologia, E&P, estão compatíveis com as nossas necessidades?
Esta questão não é  nova e  é uma preocupação de todo o segmento. Há quem afirme que se existisse vontade política de se extrair óleo de todos os poços já identificados, isto não seria possível pela falta de equipamento, tecnologia e profissionais capacitados para o desenvolvimento deste trabalho. O relacionamento do nosso programa com institutos de pesquisas e empresas a exemplo da Noruega é estreito.
Sempre estamos em busca de tecnologia aplicáveis a nossas empresas quando levamos grupos para missões na Noruega. O mais notável é o interesse deles em nosso mercado. Nos últimos anos temos recebido diversas  missões de políticos e empresários noruegueses no País para rodadas de negócios.
5X) Fornecedores de produtos para a exportação de petróleo sempre estão em busca de clientes no exterior. O Brasil se tornou um mercado muito vantajoso com o pré-sal, vide o boom de investimentos que as petroleiras chinesas estão injetando nas bacias de Campos e Santos.  As empresas brasileiras ganharam a confiança no cenário internacional? Por que?
De fato as empresas brasileiras são merecedoras de confiança no cenário internacional. Podemos constatar no empresariado brasileiro um empenhado em tomar seu espaço neste mercado. Esta determinação faz com que o resto do mundo tenha um olhar diferenciado para eles.
Grandes poços foram descobertos e o pré-sal é uma realidade. No mundo todo se fala muito em declínio de importantes e tradicionais regiões produtoras de petróleo. Há que se considerar também a estabilidade econômica em que vivemos, apesar da crise mundial, e as sérias políticas governamentais existentes. Somado a isto tudo, temos, hoje, a necessidade de se atender a exigência de um conteúdo local que facilita associações.

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