TURMA DO PETRÓLEO

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sexta-feira, 29 de março de 2013


Exploração de gás de xisto põe em risco reservas de água potável

Ecologistas alertam para o consumo excessivo e contaminação da água
Colaboradora Rachel Ann Hauser Davis - 
O gás de folhelho, popularmente conhecido como gás de xisto (shale gás, em inglês) é um gás que se encontra submerso nas camadas das rochas de xisto, a centenas ou até mesmo milhares de metros de profundidade. Estimativas recentes indicam a existência de mais de 28 bilhões mde reservas deste gás apenas na América do Norte. Na Europa, os números estimados chegam a 200 bilhões m3. Estes depósitos podem até mesmo superar várias vezes em quantidade o das reservas provadas de gás convencional no planeta, segundo a Administração de Informação de Energia (EIA) dos Estados Unidos.
Este gás é uma fonte combustível significativamente mais barata que o petróleo, e especialistas indicam que a sua extração pode trazer mudanças profundas no cenário atual petrolífero. O gás de xisto é extraído, geralmente, através do fraturamento hidráulico, um método de perfuração desenvolvido nos anos 90, que utiliza uma mistura de água, areia e produtos químicos para perfurar as camadas de xisto e extrair gás natural dos poros das rochas.
Os problemas ambientais ligados a este tipo de extração incluem a preocupação, por exemplo, com a contaminação de água. O fraturamento hidráulico consome grandes quantidades de água, já que aproximadamente 20 milhões de litros de água (sob alta pressão) são enviados para cada um dos poços de perfuração, para criar as fraturas na rocha que liberam o gás. O uso excessivo de água é problemático principalmente em locais com pouca disponibilidade de água, como, por exemplo, algumas áreas da China e no Texas. Estas preocupações, inclusive, fizeram com que alguns locais nos Estados Unidos limitassem a produção de gás de xisto.
Alguns ambientalistas sugerem que o fraturamento hidráulico – que funciona ao criar fraturas nas rochas –, pode vir a criar um caminho para que a água residual, o gás e outros produtos químicos alcancem os aquíferos e se misturem à água potável, causando mais um problema ambiental. A técnica também pode aumentar a poluição do ar e elevar as emissões de gases de efeito estufa, devido ao vazamento de gás metano e à evaporação de água residual contaminada. Além disso, há ainda a preocupação de que o gás, por ser abundante, acessível e barato, possa desestimular investimentos em fontes de energia verdes e renováveis, como, por exemplo, fontes eólicas e solares.
A autora
Rachel Ann Hauser Davis é bióloga, Doutora em Química Analítica pela PUC-Rio e professora e pesquisadora da UNICAMP. Faz parte do GEPAM - Grupo de Espectrometria, Preparo de Amostras e Mecanização.

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