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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

amos teórico e experimental da física atraem estudantes com perfis distintos

Estudante visitou laboratório da UFSC e tirou dúvidas sobre a carreira de físico.

 
Ramos teórico e experimental da física atraem estudantes com perfis distintos Alvarélio Kurossu/Agencia RBS
Luiza descobriu o interesse pela física depois de estudar a Teoria da Relatividade Foto: Alvarélio Kurossu / Agencia RBS
Caminhando pelo Laboratório de Instrumentação, Demonstração e Exploração (Labidex) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a estudante de 17 anos Luiza Spanamberg não se conteve ao ver alguns fenômenos físicos serem demonstrados por meio de experimentos lúdicos.
— O que é isso? Como funciona este daqui? — perguntava a curiosa Luiza.
Ela conta que, até o 1º ano do Ensino Médio, não se interessava muito pela disciplina de física, mas depois de fazer um trabalho sobre o tempo e conhecer a Teoria da Relatividade, no ano passado, começou a gostar mais.

>>> VÍDEO: físico comenta formação na área e possibilidades de atuação


Quem respondeu às dúvidas da aluna foi o professor Diogo Chitolina. Físico formado em 2012 pela UFSC e ex-monitor do Labidex, atualmente ele dá aulas para 16 turmas de primeiros, segundos e terceiros anos em duas escolas de Florianópolis, uma pública e uma particular.
Confira como foi a conversa entre os dois e aprenda um pouco sobre o mundo da ciência e as possibilidades de carreira na área.

Luiza Spanamberg — São quantas matérias por semestre no curso de Física?
Diogo Chitolina — Depende se é bacharelado ou licenciatura mas, em média, são umas cinco matérias. Na verdade, é você quem vai montando a sua grade de disciplinas, de acordo com o seu interesse e sua necessidade.

Luiza — Como são os professores?
Chitolina — Alguns são muito exigentes e são ótimos professores. Você vai encontrar professores com quem tem mais afinidade e cuja didática você considera melhor. O principal, para se dar bem no curso, é se dedicar bastante, ter curiosidade e gostar de estudar física.

Luiza — Qual a melhor parte e qual a pior parte da carreira?
Chitolina — O fato de a profissão não ser regulamentada é desmotivante. Por outro lado, alguns institutos, como por exemplo o Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e a Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern), na Suíça, entre outros, aceitam físicos que querem seguir na área da pesquisa e isso é muito legal.

Luiza — Quais são as principais diferenças entre física teórica e experimental?
Chitolina — A física teórica consiste, basicamente, em pegar determinado fenômeno e destrinchá-lo, descobrir como ele funciona com base na matemática e na física. A física experimental envolve a operação e adaptação de aparelhos de precisão, o que exige conhecimentos especialmente em óptica, eletrônica, além do desenvolvimento de softwares. Estudantes que gostam mais de acompanhar experimentos do que lidar com cálculos extensos se encaixam melhor na física experimental.

>>> Conheça outras profissões na página do Por Dentro da Carreira

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Saiba mais detalhes sobre a carreira:

Opções de atuação
Coordenador do curso de graduação em Física na UFSC, Celso Yuji Matuo explica que o objetivo do bacharelado em Física é formar pesquisadores em física teórica e experimental, preparando-os para seguir os estudos também em nível de pós-graduação (mestrado e doutorado). A maioria dos estudantes entra para a carreira acadêmica, dando aulas para o Ensino Superior e fazendo pesquisas em sua área de escolha.
No caso da licenciatura, o foco é a formação de docentes para o ensino da física no Ensino Médio. O aluno que optar pela licenciatura vai estudar, além de disciplinas como teorias da física e física experimental, técnicas de pedagogia e educação. Existem físicos que trabalham na área de informática ou no mercado financeiro. Há a possibilidade ainda de atuar em hospitais e clínicas que trabalham com material radioativo. Neste caso, os físicos formados precisam fazer um curso extra, de Física Médica.

O que é mais gratificante
Para o físico Diogo Chitolina, o que traz mais satisfação a quem estuda Física é buscar entender o funcionamento dos fenômenos físicos da natureza, que muitas vezes são tão distintos e seguem um princípio semelhante:
— Uma explicação que usamos para um fenômeno microscópico, por exemplo, pode ser aplicada também a uma estrela, e isso é incrível.

O que é mais difícil
O professor Matuo concorda com o físico Chitolina a respeito do aspecto mais gratificante da profissão. Mas ele também aponta que o mais difícil na profissão está, justamente, no fato de que fazer essas análises de fenômenos físicos não é algo tão simples. Chitolina coloca a não regulamentação da profissão como um ponto negativo.

Do que é preciso gostar
Para Matuo, o aluno de Física precisa gostar bastante das disciplinas da área de exatas, principalmente física e matemática, de investigar e questionar os fenômenos físicos da natureza e, no caso da licenciatura, gostar também de transmitir conhecimento aos outros.

Como foi o encontro
"A conversa foi ótima para esclarecer alguns detalhes sobre o curso e a questão do mercado de trabalho. Saí do encontro com menos dúvidas e mais informações. É surpreendente ver acontecendo em nossa frente a física que estudamos no colégio. Além de despertar a curiosidade, o Labidex é muito interessante para sair do modelo clássico de ensino."
 
ZERO HORA

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