TURMA DO PETRÓLEO

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quarta-feira, 22 de maio de 2013


Motivação no Processo Seletivo

Motivação no processo seletivo
Quando uma empresa realiza um processo seletivo, a organização tem duas alternativas: desenvolver o processo através de sua área de Recursos Humanos ou contratar uma consultoria especializada. Para algumas companhias, recorrer à segunda alternativa pode gerar certas dúvidas, pois logo surge o questionamento se a consultoria irá atender às necessidades da cultura corporativa. Diante disso, algumas consultorias têm inovado os processos de recrutamento e seleção, chegando a adotar procedimentos diferenciados que podem, inclusive, motivar os candidatos até mesmo antes que esses saibam se foram selecionados para a vaga oferecida pela empresa.
Esse é o caso da Holomática Serviços que desde 2005 vem adotando, nos processos de R&S, práticas que têm o objetivo de estimular o aprimoramento dos profissionais que participam das seleções. A necessidade de inovar esse tipo processo surgiu a partir de uma experiência de quatro anos atrás, onde a Holomática realizou o recrutamento de 500 profissionais para uma empresa que se estabelecia no Brasil, e se observou que algo poderia ser feito para melhorar as expectativas dos clientes que buscavam contratar talentos.
Fundada em 1993, a Holomática Serviços conta com aproximadamente 90 colaboradores e é uma empresa de Business Process Outsourcing em RH. Presta serviços de folha de pagamento, gestão de benefícios, gestão de Recursos Humanos, gestão de ponto eletrônico e controladoria. É mantenedora do Instituto Oficina da Vida, ONG (organização não-governamental) localizada em Santo André, no Grande ABC Paulista.
De acordo com Caroline Lisboa, psicóloga que conduz o processo de R&S da Holomática, outros fatores também influenciaram a adoção de estímulos motivacionais. Entre esses, ela cita que a metodologia já vinha sendo aplicada com sucesso na colocação de aprendizes da ONG – Instituto Oficina da Vida. “Há três anos são realizados trabalhos motivacionais junto a crianças e jovens aprendizes, como forma deles continuarem estudando e participando dos cursos do instituto, incentivando-os a não desistirem de seus objetivos e a correrem sempre atrás de suas metas”, complementa.
Além disso, a Holomática Serviços também se sentiu estimulada a implantar ações de motivação nos processos de seleção, porque constatou que a maioria dos jovens, após concluírem cursos universitários, técnicos e outros, muitas vezes não buscam especializar-se, adquirir novos conhecimentos ou, ainda, pelo fato de estarem empregados não se preocupam em dar outros passos mais desafiantes e enriquecedores.
Vale ressaltar que as ações motivacionais implantadas nos processos seletivos têm como público-alvo profissionais de todos níveis. Na prática o processo realizado pela Holomática ocorre em várias fases. Num primeiro momento, a psicóloga responsável pela seleção exibe um vídeo institucional, com duração de 30 minutos, onde os candidatos são apresentados à Holomática e à organização que está realizando a contratação. Nessa oportunidade, os profissionais sabem exatamente o trabalho que cada uma dessas empresas realiza, as propostas oferecidas a eles e a atividade que poderão desenvolver dentro da organização contratante. Tudo isso, tem o objetivo de deixar o candidato mais próximo da empresa que está buscando novos talentos.
Por outro lado, Caroline Lisboa lembra que essa metodologia é aplicada apenas quando a empresa contratante está em total acordo, pois há casos de organizações que só querem ver seus nomes revelados quando o candidato vai fazer a entrevista final, como acontece nos processos sigilosos. “A questão de divulgar o nome da empresa, vai depender do cliente”, reforça a psicóloga ao acrescentar que ela sempre conduz seu trabalho em conjunto com Denise Molina, coordenadora de R&S da Holomática.
Ainda na primeira fase da seleção, a Holomática Serviços também aplica dinâmicas de grupo que são elaboradas a partir do perfil solicitado pela empresa, onde constarão as competências a serem observadas. Depois dessa etapa, normalmente é dada uma pausa para um coffee break. Dessa forma, os selecionadores permitem que os candidatos se conheçam e conversem com quem conduz a seleção.
“Existem ainda testes, que são elaborados pelas empresas contratantes, onde é avaliado somente o conhecimento técnico de cada candidato. São testes técnicos com questões específicas da vaga aberta”, diz Lisboa.
No final do processo, a psicóloga realiza uma palestra para os candidatos e na oportunidade, também são apresentadas ações motivacionais, sempre objetivando que os profissionais levem consigo algum aprendizado. Um exemplo prático refere-se à apresentação do QCU (Quociente de Curiosidade), onde os participantes são estimulados a buscarem realizar seus objetivos. A Holomática relaciona o QCU, por exemplo, com o processo de seleção e, muitas vezes, são transmitidas mensagens que levam os profissionais à reflexão.
Através do QCU a Holomática mostra que a vida profissional depende de cada um e cabe às pessoas programá-la de tal forma que consigam realizar seus sonhos. O estímulo à curiosidade também é ressaltado, pois essa pode ser a responsável pelo aperfeiçoamento profissional. “Mostramos que através do Quociente de Curiosidade, o colaborador pode descobrir qual retorno ele dará à empresa se estiver treinado para algo a mais que sua função exige ou, ainda, que eles devem ser curiosos para descobrir a cultura da empresa”, exemplifica. Depois que essas fases são realizadas, a Holomática sempre envia três candidatos para fazerem a entrevista final na própria empresa contratante. A duração desse tipo de processo de R&S pode levar até 15 dias.
Quando questionada sobre as vantagens de se conduzir um processo seletivo nesses moldes, Caroline Lisboa afirma que isso torna a seleção bilateral, pois não são apenas os candidatos que estão precisando de um emprego, mas a empresa também está buscando contratar profissionais qualificados e motivados. Sobre a receptividade dos candidatos, a psicóloga diz que tem sido muito positiva, pois geralmente eles demonstram satisfação no final do processo. “É importante explicar que ao avaliarmos um candidato, mesmo que ele não seja selecionado para a vaga, ficamos com seu perfil armazenado em nosso banco de dados. Houve um caso em que um candidato não foi chamado para uma empresa-cliente, mas a Holomática precisava de um funcionário com o perfil dele. Resultado: ele está conosco até hoje”, comenta.
Outra preocupação da Holomática é que a consultoria sempre informa o final do processo seletivo através de um telefonema. Na oportunidade, solicita-se que o profissional mantenha seus dados atualizados. Dessa forma, ele poderá ser chamado para concorrer a outras vagas.
Patrícia Bispo

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