TURMA DO PETRÓLEO

TURMA DO PETRÓLEO

segunda-feira, 20 de maio de 2013


Poços secos: é possível evitar gastos desnecessários?

Pesquisadora questiona validade dos estudos geológicos feitos previamente à exploração
Colaboradora Rachel Ann - 
Os primeiros sucessos de poços perfurados em território brasileiro foram um incentivo a mais na corrida atual pelo petróleo. Porém, muitos poços perfurados em processos pré-exploratórios, em tentativas de obtenção de petróleo, têm recentemente se mostrado secos ou são classificados como produtores subcomerciais de petróleo.
Por exemplo, a petrolífera OGX, do empresário Eike Batista, tem sofrido muitos prejuízos com relação aos poços secos. Em dezembro de 2012, a empresa informou que esperava volumes recuperáveis totais entre 209 e 270 milhões de barris de óleo, e de 184 a 294 milhões na Bacia de Campos. Em janeiro de 2013, porém, reportou não ter encontrado óleo em uma das áreas perfuradas, desistindo de perfurar “após não identificar presença significante de hidrocarbonetos”. Com isso, o prejuízo da OGX mais que quintuplicou do ano passado para cá.
Com relação à Petrobras, no final de 2012, as despesas decorrentes de poços de perfuração de petróleo chegaram a R$ 2,73 bilhões, sendo o primeiro prejuízo da Petrobras em 13 anos, desde a desvalorização do real, em 1999. Isto vem ocorrendo não apenas com poços em camadas rasas de água, mas também com poços de perfuração do pré-sal. O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Formigli, disse ainda que os poços de Itaboraí e Corcovado, no pré-sal da Bacia de Santos, também foram secos. A justificativa para este aumento no registro de poços secos da estatal foi justificado por conta de “uma maior exploração em novas fronteiras”.
Em outro caso, a HRT, parceira da Petrobras, comunicou que não encontrou petróleo em dois poços na Amazônia, onde anteriormente havia dito que as reservas seriam “supergigantes”.
Neste contexto, podemos pensar em outras justificativas, que sejam mais reais e apresentem mais consistência, para a perfuração em locais onde não há o produto desejado, como, por exemplo, o levantamento ineficiente de dados geológicos ou erros crassos humanos (pois é o responsável pelos estudos prévios de monitoramento da área que fornece ao equipamento a informação de onde deve ser monitorado). Se o local não tem nenhum indício de reservas de petróleo, não haveria porquê ser monitorado no final das contas, não é?
É de se pensar bastante a respeito dos bilhões gastos na perfuração de locais que, ao final, não apresentam reservas o suficiente para darem lucro às empresas, impactando o meio ambiente de forma irreversível. Seria então um fato que os estudos geológicos prévios, que demoram, muitas vezes, anos para serem completados, não servem para nada? Tudo isto, ao fim, levando aos gastos absurdos de bilhões de reais por trimestre, e que poderiam ser investidos em alternativas energéticas mais verdes e sustentáveis como já comentado em outras matérias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário