TURMA DO PETRÓLEO

TURMA DO PETRÓLEO

quarta-feira, 22 de maio de 2013


Qualificação, eis a questão

    
A indústria vivencia uma demanda crescente por profissionais
 qualificados. Entretanto, a formação de recursos humanos
 tem sido o grande gargalo do setor. Apesar do número de
 graduados, as empresas reclamam da falta de profissionais 
aptos às suas necessidades.

O mercado de construção naval, petróleo
 e gás brasileiro passa por grandes mudanças.
 Os cenários são otimistas, demandando 
profissionais das mais diversas áreas para garantir
 o aumento da capacidade produtiva dos estaleiros
 e petroleiras. Com as perspectivas de aumento
 da produção de petróleo no Brasil, principalmente
 após as descobertas do pré-sal, cursos voltados
 para a formação de mão de obra para o setor
 proliferaram em todo país. Segundo o Ministério
 da Educação, nos últimos dois anos foram criados
 nada menos que cerca de cem novos cursos superiores
 destinados à capacitação para o setor de óleo,
 gás e indústria naval. São Paulo concentra a maior parte deles, seguido de
 Rio de Janeiro, mas também há oportunidades em estados como Espírito Santo,
 Amazonas e Bahia. A grande procura por profissionais, especialmente por
 parte de multinacionais, também tem impulsionado a expansão de treinamentos
 e cursos livres.

A indústria do petróleo engloda as mais diversas atividades, desde a
engenheria ao direito, passando pela medicina e pela administração
 de empresas, dentre outras. Com  isso, vários cursos profissionalizantes
 e de graduação surgiram para atender não só as centenas de
empresas nacionais e internacionais, mas também pessoas interessadas
 em ingressar no mercado de óleo e gás - com remunerações até 30%
 superiores ao que é pago em outros setores da economia.

Em 1999, a PUC-Rio iniciou a turma de especialização em Engenharia
 de Petróleo, para graduados em Engenharia Plena, com o objetivo de
 formar profissionais em curto tempo (400 horas). Depois de ganhar
 experiência com as várias turmas, a instituição decidiu criar o curso
 de graduação em engenharia de petróleo, iniciado em 2005.
Segundo Sérgio Fontoura, coordenador do referido curso, a procura
 pela especilização é grande. "Anualmente, recebemos cerca de
30 alunos para o curso de graduação e 40 alunos para a especialização
 em Engenharia de Petróleo para graduados", afirma ele. "Nossa maior
 preocupação é garantir uma formação de alto nível para estes alunos e
 suprir o mercado com bons profissionais", diz.


A profissão de engenheiro de petróleo, por exemplo, está em franco
 crescimento. O salário médio inicial de R$ 2 mil e o interesse de
empresas do porte de Petrobras, Ipiranga e Shell, fazem da
engenharia de petróleo uma opção atrativa para quem pretende
construir uma carreira profissional. Além de trabalhar com o estudo
 e análise  de jazidas de petróleo, e projetos de extração do produto,
o profissional dessa área pode trabalhar com outros combustíveis,
como o gás natural.

Tecnólogos

A maior parte dos cursos destinados à formação de tecnólogos
que têm diploma de curso superior, mas não título de bacharel. 
São cursos de menor duração do que uma graduação tradicional, 
voltados exclusivamente para o mercado de trabalho.

O cursop tem duração menor ( média de dois anos) que a do
bacharelado (quatro a cinco anos). No entanto, com esta formação,
 os profissionais ainda não são aceitos nas inscrições para vagas
 de nível superior em concursos da Petrobras. A altenativa, nesse caso
, é buscar trabalho em empresas terceirizadas.

Cada curso de tecnologia em petróleo e gás prioriza áreas específicas
, como técnica operacional, refino, processamento de petróleo, mineração
, gestão de negócios, serviços em poços de petróleo, produção industrial,
 entre outras.

Indústia Naval

Pegando carona na necessidade de contratação do setor petrolífero,
 a indústria naval também está em fase de expansão e,
consequentemente, chamando profissionais para trabalhar nos
 estaleiros e nas empresas da área. Estudo recente identificou
 a necessidade de qualificar 207 mil pessoas até 2013.

A revitalização da indústria naval inaugura um período de
 oportunidades para os interessados em atuar na área. Por 
conta da construção de todos os navios do programa
 Promef (Programa de Modernização e Expansão da Frota), 
da Transpetro, empresa de logística da Petrobras, é estimada
 a geração de 40 mil empregos diretos.

"No final da décado de 1990, os cursos navais quase foram
 extintos, mas hoje, estão todos lotados", recorda o coordenador
 do curso de construção naval da ETE Henrique Lage, Antônio
Carlos de Jorge.

De acordo com dados da Fundação de Apoio à Escola Técnica
do Rio de Janeiro (Faetec), a demanda de profissionais no setor
 naval, é de cerca de 16 mil pessoas, o que mostra que
existem muitas oportunidades e quem quiser entrar nesse mercados
 tem que se qualificar.

Por isso, a área de engenharia naval também está em alta, inclusive
 com relação aso salários que chegam em média a R$ 3 mil para
 iniciantes na carreira. O profissional formado  nesta área tem um
 campo de trabalho bastante extenso, o que significa que terá
oportunidades em diversas empresas.

Entre teoria e a práticas de fato, a demanda existe , porém,
 segundo Tertuliano Soares, coordenador pedagógico da
 Petrocenter, escola de logística, exploração e produção de
 petróleo e gás, é necessário difereciar o contexto das duas
 cadeias produtivas no tocante a mão de obra. "Por um lado
 temos recursos humanos, porém, carentes de atualização
 profissional; por outro, a emergência de formar profissionais
 com alto nível de especialização em escolas técnicas e
 universidades", aponta.

A indústria de construção naval brasileira absorve uma gama
 diversificada de profissionais, desde pintores a engenheiros
 navais especializados. De acordo com o especialista, o
grande gargalo está nos profissionais de qualificação técnica
 de nível médio e alguns de nível básico como soldadores
, eletricistas e instrumentadores.

O candidato também
 deve estar pronto para
 mudar de domicílio e
 migrar para onde
 os parques industriais
 estão se instalando.
 "Atualmente a contratação
 de determinado empregado
 implica a necessidade de o mesmo migrar de onde reside
 para outra localidade. O problema não é simplesmente a
 escassez de especialistas, mas o de estar disposto a migrar
 para outra região do país", explica.

Para o coordenador pedagógico da Petrocenter, cabe ao
 mercado contribuir para a solução desse problema.
 "A superação destes desafios está numa articulação
 entre os diversos atores do mercado com as escolas
 técnicas privadas, por exemplo", avalia. "O fortalecimento
 das escolas privadas de educação profissional é a saída
 a curto prazo  para que a sociedade tenha acesso a
 serviços educacionais de alto nível e as empresas tenham
 profissionais com currículos adequados às necessidades
 dos processos produtivos vigentes", conclui.

De acordo com o coordenador do Instituto Senai de Educação
 Superior (Ises), Caetano Moraes, nos últimos anos foram
 percebidas mudanças na área educacional, inclusive na
 formação especializada ou continuada.

O Senai-RJ, por meio do Ises, desenvolve cursos de pós-graduação
 para atender a crescente demanda por profissionais da cadeia
 de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, tendo em vista a
 projeção de investimentos para toda a cadeia produticva de
 petróleo no Brasil até o ano de 2014. Investimentos esses na
 ordem de US$ 224 bilhões.

As universidades, em sua maioria, desenvolvem os cursos
 de graduação para o atendimento das diferentes demandas
 industriais. Entretanto, as indústrias do segmento de Petróleo
, Gás e Biocombustíveis necessitam  de profissionais com formação
 especializada e linguagem técnica específica.

Diante disso, os cursos de espacialização do Ises sã
o elaborados a partir de discussão com o setor produtivo
 e, assim, são incorporados as necessidades técnicas específicas
 das indústrias. Além disso, as aulas são ministradas, em
 grande parte, por profissionais que atuam diretamente no
 setor, o que reforça a imagem do Senai e do Ises como formador
 de mão de obra para a indústria.

Fonte: Tn do Petróleo - Guia do Estudant

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